terça-feira, 15 de maio de 2012

Ano de 2012: Reino Unido - 4° parte #5

Consortes da Grã-Bretanha e do Reino Unido


Sofia Doroteia de Brünswick-Lunebrugo
A duquesa Sofia Doroteia de Brunswick-Lüneburg (na linha de Celle), (15 de Setembro de 1666 - 13 de Novembro de 1726) foi a esposa e prima do príncipe-eleitor Jorge Luís de Hanôver, depois Jorge I da Grã-Bretanha, e mãe do rei Jorge II, através de um casamento de estado arranjado pela duquesa Sofia de Hanôver. É mais conhecida pelo seu caso amoroso com Philip Christoph von Königsmarck que levou a que fosse presa no Castelo de Anlden durante os últimos trinta anos da sua vida.
Índice
1 Família e casamento
2 Caso amoroso
3 Morte e enterro
4 Cultura popular
Família e casamento
Sofia Doroteia de Brunswick-Lüneburg nasceu no dia 15 de Setembro de 1666, sendo a única filha do duque Jorge Guilherme de Brunswick-Lüneburg e da sua esposa, Éléonore Desmier d'Olbreuse, condessa de Williamsburg, uma huguenote, filha de Alexandre II d'Esmiers, marquês de Olbreuse. O casamento só se tornou oficial em 1676, uma vez que antes a união tinha sido morganática.
Houve negociações para um casamento entre Sofia e o futuro rei da Dinamarca, mas a mãe deste desistiu da ideia influenciada pela duquesa Sofia de Hanôver (a sua futura sogra). Outro noivado com o duque de Wolfenbüttel também foi quebrado depois da duquesa Sofia ter convencido o seu cunhado, o pai de Sofia, da vantagem de a ter casada com o seu filho. Esta conversa aconteceu no dia em que o noivado de Sofia Doroteia com o duque ia ser anunciado.
Quando soube da mudança de planos e quem seria o seu futuro marido, Sofia Doroteia gritou que "não me vou casar com aquele focinho de porco!" (um nome pelo qual o príncipe era conhecido em Hanôver) e atirou uma miniatura de Jorge que lhe tinha sido oferecida pela duquesa Sofia contra a parede. Forçada a encontrar-se com ele pelos pais, Sofia desmaiou nos braços da mãe quando foi apresentada à sua futura sogra e voltou a desmaiar quando foi apresentada a Jorge.
No dia 22 de Novembro de 1862, Sofia Doroteia casou-se com o seu primo, Jorge Luís, que herdou o principado de Lüneburg após a morte do seu sogro e tio, Jorge Guilherme, em 1705 e também os reinos da Grã-Bretanha e da Irlanda, tornando-se rei Jorge I através do parentesco da sua mãe, que era uma neta do rei Jaime I.
O casamento de Jorge e Sofia foi infeliz. A família próxima de Jorge, principalmente a duquesa Sofia, odiava e desprezava Sofia Doroteia. A duquesa Sofia tinha encorajado o casamento quase exclusivamente por razões financeiras, como disse à sua sobrinha, Isabel Carlota, numa carta: "Cem mil taléres por ano é uma boa soma para guardar, já para não falar de uma esposa bonita, que se vai casar com o meu filho Jorge Luís, o rapaz mais cabeçudo e teimoso que alguma vez viveu, que tem uma crosta tão espessa à volta do cérebro que desafio qualquer homem ou mulher a descobrir o que há dentro dela. Ele também não está muito interessado na união, mas cem mil taléres por ano tentaram-no, tal como tentariam qualquer pessoa."
Este sentimento de desprezo também era partilhado por Jorge que tratava a esposa de forma extremamente formal. Sofia Doroteia era frequentemente chamada à atenção pela sua falta de etiqueta e os dois tinham discussões altas e furiosas. As coisas pareciam estar a melhorar após o nascimento de duas crianças, um filho chamado Jorge Augusto, nascido em 1863 e uma filha chamada Sofia Doroteia em 1868. Contudo, Jorge arranjou uma amante, Melusina von Schulenburg, e começou a ignorar a sua esposa. Os pais de Jorge pediram-lhe que fosse mais discreto com a sua amante, temendo que um rompimento no casamento acabasse com os cem mil taléres anuais que recebiam, mas Jorge não só os ignorou como começou a tratar mal a sua esposa.
                                     Sofia Doroteia com seu filho Jorge II e a filha Sofia Doroteia.
Caso amoroso
Foi nestas circunstâncias que Sofia Doroteia reatou a sua antiga amizade com o conde sueco Philip Christoph von Königsmarck, com quem o seu nome passou a estar para sempre associado. Os dois tinham-se conhecido em Celle, quando ela tinha dezasseis anos. Namoriscaram inocentemente e gravaram os seus nomes nos vidros das janelas do palácio com as palavras "Não me esqueças". No dia 1 de Março de 1688, o conde relembrou-a da sua antiga relação e os dois renovaram-na. Os irmãos mais novos de Jorge adoravam o conde e levavam-no para o salão de Sofia todas as noites para a animar. Philip ficou em Hanôver durante dois anos, mas não existem razões para acreditar que a sua relação era mais do que platónica. Philip deixou o principado para participar numa expedição militar a Peloponnese em 1690 que acabou por ser desastrosa. Quando regressou, a sua relação com Sofia intensificou-se. Os dois começaram a trocar cartas de amor que sugeriam que a sua relação tinha sido consumada.
Em 1692, estas cartas foram mostradas ao eleitor Ernesto Augusto (sogro de Sofia) que decidiu que não queria um escândalo e enviou o conde para o exército de Hanôver para lutar contra as tropas de Luís XIV. Outros soldados tiveram permissão para visitar Hanôver durante a guerra, mas ele não. Uma noite, o conde desertou do seu posto e cavalgou durante seis dias para visitar Hanôver. No dia a seguir à sua chegada, foi visitar o marechal Heinrich e, confessando a sua desertação, implorou-lhe por uma licença para ficar em Hanôver. Esta foi concedida, embora Heinrich tivesse sugerido que seria melhor acabar com o romance ou sair do país. Ernesto Augusto acabou por exilá-lo.
Jorge criticou a sua esposa pelo caso amoroso e ela criticou-o pelo seu. A discussão escalou até ao ponto em que o príncipe a atirou ao chão e lhe começou a arrancar o cabelo, deixando-lhe a cara marcada. Foi afastado pelos seus criados.
Em 1664, o conde desapareceu (vários guardas e a condessa do Palatinado confessaram nos seus leitos de morte terem estado envolvidos na sua morte). Terá sido morto quando tentava ajudar Sofia a fugir de Hanôver. Sofia divorciou-se do seu marido, o que levou a que fosse presa no Castelo de Ahlden. Ficou lá presa até à sua morte, 30 anos depois, no dia 13 de Novembro de 1726.
A infidelidade de Sofia ao seu marido não está totalmente provada, uma vez que é possível que as cartas que levaram à acusação possam ter sido falsas. Jorge II nunca aceitou a prisão da sua mãe e essa foi uma das razões que o levou a ter um relação de ódio em relação ao seu pai.
                                                 Conde Philip Christoph von Königsmarck.

Morte e enterro
Sofia Doroteia adoeceu em Agosto de 1726 e teve de ficar de cama, que nunca mais deixou. Antes de morrer, Sofia escreveu uma carta ao seu marido, amaldiçoando-o para além da sua morte. Morreu de uma infecção no fígado e oclusão da vesícula biliar onde tinha sessenta pedras. Sofia tinha sessenta e um ano e passou trinta e três deles presa.
Jorge não permitiu que as cortes de Londres e Hanôver ficasse de luto e ficou furioso quando soube que a corte de Berlim, liderada pela sua filha, usou preto. O corpo de Sofia foi colocado num caixão e depositado na cave do castelo. Foi transferido para Celle em segredo em Maio de 1727 para ser enterrado junto dos seus pais em Stadtkirche. Jorge morreu quatro semanas depois, presumivelmente depois de receber a carta da sua falecida mulher.
Cultura Popular
O caso amoroso de Sofia inspirou o filme britânico de 1948 "Saraband for Dead Lovers", onde o papel de Sofia foi representado por Joan Greenwood.
Período: 23 de janeiro de 1698 - 13 de novembro de 1726.
Predecessor: Sofia de Hanôver.
Sucessor: Carolina de Ansbach.
Conjugue: Jorge I da Grã-Bretanha.
Descendência: Jorge II da Grã-Bretanha e Sofia Doroteia de Hanôver.
Pai: Jorge Guilherme de Brünswick-Luneburgo.
Mãe: Éléonore Desmier d'Olbreuse.
Nascimento: 15 de setembro de 1666, Celle, Alemanha.
Morte: 13 de novembro de 1726 (60 anos), Ahlden, Alemanha.
                                                           Princesa-Eleitora de Hanôver.



Carolina de Ansbach

A duquesa Carolina de Ansbach (Guilhermina Carlota Carolina; em inglês: Wilhelmina Charlotte Caroline) (1 de Março de 1683 - 20 de Novembro de 1737) foi a rainha consorte de Jorge II da Grã-Bretanha.
O seu pai, o margrave João Frederico de Brandenburg-Ansbach, governava um pequeno estado alemão. Carolina ficou órfã muito cedo e mudou-se para a corte iluminista da sua guardiã, a princesa Sofia Carlota de Hanôver, consorte do rei Frederico I da Prússia. Na corte prussiana, a sua educação, que antes tinha sido muito reduzida, foi expandida e Carolina adoptou os ideais liberalistas da sua guardiã. As duas tornaram-se grandes amigas e os ideais de Sofia Carlota influenciaram Carolina durante toda a sua vida.
Enquanto jovem, Carolina foi uma noiva muito procurada. Depois de rejeitar a comitiva do rei nominal de Espanha, o arquiduque Carlos da Áustria, casou-se com o príncipe Jorge Augusto, que estava em terceiro lugar na linha de sucessão do trono britânico e era herdeiro-aparente do eleitorado de Hanôver. Tiveram oito filhos, sete dos quais chegaram à idade adulta. Carolina mudou-se permanentemente para a Grã-Bretanha em 1714 quando o seu marido se tornou príncipe de Gales. Como princesa de Gales, Carolina juntou-se ao marido na oposição política ao seu sogro, o rei Jorge I. Em 1717, o seu marido foi expulso da corte depois de uma zanga familiar. Carolina associou-se a Robert Walpole, um político da oposição que tinha sido ministro do governo anterior. Walpole voltou a juntar-se ao governo em 1720, altura em que o marido e o sogro de Carolina se reconciliaram em público, seguindo o conselho de Walpole. Nos anos que se seguiram, Walpole subiu na carreira até se tornar líder dos ministros.
Carolina sucedeu como rainha e princesa-eleitora em 1727, quando o seu marido se tornou o rei Jorge II. O seu filho mais velho, Frederico, tornou-se príncipe de Gales, e passou a ser o centro das atenções do partido da oposição, tal como tinha acontecido ao pai antes, o que levou a tensões com os pais. Como princesa e rainha, Carolina ficou conhecida pela sua influência política, que exercia através de Walpole. O seu reinado incluiu quatro regências, durante as estadias do marido em Hanôver, e foi responsável pelo fortalecimento da dinastia hanoveriana na Grã-Bretanha durante um período político de grande instabilidade. A sua morte em 1737 foi muito lamentada, não só pelo público, mas também pelo rei que se recusou a casar novamente.
Índice
1 Primeiros Anos
  1.1 Educação
2 Casamento
3 Princesa de Gales
4 Ranha e Regente
5 Últimos Anos
6 Legado
7 Filhos
8 Genealogia
9 Títulos
Primeiros Anos
Carolina nasceu no dia 1 de Março de 1683, em Ansbach, filha do margrave João Frederico de Brandenburg-Ansbach, e da sua segunda esposa, a duquesa Leonor Edmunda de Saxe-Eisenach. O seu pai governava um dos estados mais pequenos da Alemanha e morreu de varíola aos trinta-e-dois anos de idade, quando Carolina tinha três anos de idade. Após a morte do pai, Carolina e o seu único irmão direito, o margrave Guilherme Frederico, deixaram Ansbach e foram viver para Eisenach, a terra natal da mãe.
Em 1692, a mãe de Carolina foi arrastada para um casamento infeliz com o eleitor da Saxónia e mudou-se para a corte de Dresden com os seus dois filhos. Leonor ficou novamente viúva dois anos depois, depois de o seu marido ter apanhado varíola da sua amante. Leonor permaneceu na Saxónia por mais dois anos, até morrer em 1696. Carolina e Guilherme, agora órfãos, regressaram a Ansbach para ficar com o seu meio-irmão mais velho, o margrave Jorge Frederico II. Jorge Frederico era ainda muito jovem e estava pouco interessado em cuidar de uma rapariga, por isso, pouco depois, Carolina mudou-se para Lützenburg, nos arredores de Berlim, onde passou a viver com os seus novos guardiões, o príncipe-eleitor Frederico de Brandemburgo e a sua esposa, Sofia Carlota, que tinha sido uma grande amiga de Leonor Edmunda.
                                                      Carolina de Ansbach, cerca de 1730.
Educação
Frederico e Sofia Carlota tornaram-se rei e rainha da Prússia em 1701. Sofia Carlota era filha da eleitora-viúva Sofia de Hanôver, e irmã do príncipe-eleitor Jorge de Hanôver. Era conhecida pela sua inteligência e personalidade forte e a sua corte liberal e sem censura atraía muitos intelectuais, incluindo o filósofo Gottfried Leibniz. Carolina estava exposta a um ambiente intelectual e vivaz, muito diferente de tudo o que tinha vivido anteriormente. Antes de começar a sua educação ao cuidado de Sofia Carlota, Carolina tinha recebido pouca formação oficial e a sua escrita manteve-se fraca ao longo de toda a sua vida. Com a sua mente vivaz, Carolina conseguiu tornar-se uma intelectual com uma inteligência bastante considerável. Carolina e Sofia Carlota criaram uma relação muito próxima de mãe e filha; uma vez, a rainha declarou que Berlim era "um deserto" sem Carolina, sempre que ela passava algum tempo em Ansbach.
Casamento
Uma mulher inteligente e atraente, Carolina foi muito procurada para noiva. A eleitora-viúva Sofia chamou-a "a princesa mais elegível da Alemanha". Foi considerada para se casar com o arquiduque Carlos da Áustria, que era um candidato ao trono de Espanha e se tornaria mais tarde sacro-imperador romano. Carlos fez-lhe um pedido oficial em 1703, e a união foi encorajada pelo rei Frederico da Prússia. Depois de pensar durante algum tempo, Carolina recusou o pedido em 1704, uma vez que se teria de converter do luteranismo para o catolicismo. No início do ano seguinte, a rainha Sofia Carlota morreu durante uma visita a Hanôver, a sua terra-natal. Carolina ficou devastada, tendo escrito a Leibniz: "esta calamidade esmagou-me com dor e doença, e só a esperança de a seguir brevemente me consola".
Em Junho de 1705, o sobrinho da rainha Sofia, Jorge Augusto, príncipe-eleitor de Hanôver, visitou a corte de Ansbach, supostamente irreconhecível, para inspeccionar Carolina, uma vez que o seu pai, o príncipe-eleitor, não queria que ele contraísse um casamento sem amor, como ele tinha feito. Sobrinho de três tios sem filhos, Jorge Augusto estava a ser pressionado para se casar e ter herdeiros, ou então colocaria a sucessão dos Hanôver em risco. O príncipe tinha ouvido histórias sobre "a beleza incomparável e atributos intelectuais" de Carolina. Jorge gostou imediatamente da sua "personalidade gentil" e o enviado britânico relatou que Jorge Augusto "não queria pensar em mais ninguém depois de a conhecer". Por seu lado, Carolina não foi enganada pelo disfarce do príncipe, e achou o seu pretendente atraente. Jorge era herdeiro-aparente do eleitorado de Hanôver, governado pelo pai, e estava em terceiro lugar da linha de sucessão ao trono britânico que, na altura, pertencia à sua prima distante, a rainha Ana.
A 22 de Agosto de 1705, Carolina chegou a Hanôver para o seu casamento com Jorge Augusto. Os dois casaram-se nessa noite, na capela do palácio em Herrenhausen. Em Maio do ano seguinte, Carolina achava que estava grávida, e o seu primeiro filho, o príncipe Frederico, nasceu a 20 de Janeiro de 1707. Alguns meses depois do nascimento, em Julho, Carolina ficou gravemente doente com varíola, à qual se seguiu uma pneumonia. O seu filho foi afastado dela, mas Jorge Augusto esteve sempre a seu lado, acabando por apanhar a mesma infecção, à qual também sobreviveu. Nos sete anos que se seguiram, Carolina teve mais três filhas: Ana, Amélia e Carolina, todas elas nascidas em Hanôver.
Jorge Augusto e Carolina tiveram um casamento longo e feliz, apesar de Jorge ter continuado a ter amantes, como era costume na época. Carolina estava ciente das infidelidades do marido, visto que eram conhecidas e ele também lhe contava quando tinha amantes. As suas duas amantes mais conhecidas foram Henrietta Howard, mais tarde condessa de Suffolk, e, a partir de 1735, Amalie von Wallmoden, condessa de Yarmouth. Henrietta era uma das damas-do-quarto de Carolina e tornou-se senhora das roupas quando o seu marido herdou um pariato em 1731. Reformou-se em 1734. Ao contrário da sua sogra e do marido, Carolina era conhecida pela sua fidelidade matrimonial. Nunca se envolveu em cenas embaraçosas nem teve amantes. Carolina preferia que as amantes do marido fossem suas damas-de-companhia, uma vez que acreditava que, assim, poderia controlá-las mais facilmente.
A sucessão da família do marido ao trono britânico ainda não estava completamente assegurada, uma vez que o meio-irmão da rainha Ana, James Stuart, contestava a pretensão hanoveriana, e a rainha Ana e a avó-por-afinidade de Carolina, a eleitora Sofia, tinham-se zangado. Ana recusou mesmo visitas de membros da família real de Hanôver a Grã-Bretanha enquanto fosse viva. Carolina escreveu a Leibniz: "Aceito a comparação que estabeleceu, apesar de ser demasiado bajuladora, entre mim e a rainha Isabel como um bom presságio. Como Isabel, os direitos da princesa-eleitora são-lhe negados pela sua irmã invejosa [a rainha Ana], e ela nunca terá a certeza se ficará com o trono inglês até conseguir suceder". Em Junho de 1714, a eleitora-viúva Sofia morreu nos braços de Carolina aos oitenta-e-quatro anos de idade, e o sogro de Carolina tornou-se herdeiro-aparente da rainha Ana. Apenas algumas semanas depois, Ana também morreu e o príncipe-eleitor de Hanôver foi proclamado como seu sucessor, tornando-se rei Jorge I da Grã-Bretanha.
                                                     Carolina com o marido e os sete filhos.
Princesa de Gales
Jorge Augusto navegou para Inglaterra em Setembro de 1714, e Carolina e duas das suas filhas seguiram viagem em Outubro. A sua viagem para o outro lado do Mar do Norte, de Haia para Margate foi a primeira e única viagem marítima que Carolina alguma vez fez na vida. O seu filho mais velho, Frederico, permaneceu em Hanôver ao longo de todo o reinado de Jorge I, onde foi educado por tutores privados.
Com ascensão de Jorge I em 1714, o marido de Carolina tornou-se automaticamente duque da Cornualha e duque de Rothesay. Pouco depois, foi investido como príncipe de Gales, um título que também passou para a sua esposa. Carolina foi a primeira mulher a receber o título ao mesmo tempo que o marido. Foi a primeira princesa de Gales em mais de duzentos anos, tendo sido a última a princesa Catarina de Aragão. Como o rei Jorge I tinha repudiado a sua esposa Sofia Doroteia de Celle em 1694, antes de se tornar rei, não havia rainha-consorte, e Carolina tornou-se a mulher mais importante do reino. Jorge Augusto e Carolina esforçaram-se para se adaptar ao seu novo país, aprendendo a língua, a política, os costumes e o povo britânico. Desenvolveram-se duas cortes separadas que contrastavam fortemente uma com a outra. O velho rei tinha cortesãos e ministros alemães, enquanto que a corte de Gales atraía nobres ingleses que se tinham desentendido com o rei e era consideravelmente mais popular junto do povo britânico. A oposição política ao rei, começou a concentrar-se gradualmente junto de Jorge Augusto e de Carolina.
Dois anos depois da sua chegada a Inglaterra, Carolina deu à luz um bebé morto, uma tragédia que a sua amiga, a condessa de Bückeburg culpou na incompetência dos médicos ingleses, mas no ano seguinte, teve mais um filho, o príncipe Jorge Guilherme. No baptizado do bebé, que se realizou em Novembro de 1717, o seu marido desentendeu-se com o pai por causa da escolha dos padrinhos, o que levou o rei a colocar o casal em prisão domiciliária no Palácio de St. James antes de os banir da corte. Inicialmente, Carolina teve permissão para ficar com os filhos, mas recusou-se a fazê-lo por acreditar que o seu lugar era ao lado do marido. O casal mudou-se para Leicester House e os filhos ficaram ao cuidado do rei. Carolina adoeceu de preocupação e desmaiou durante uma visita secreta aos seus filhos, realizada sem a permissão do rei. Em Janeiro, o rei tinha cedido e permitiu que Carolina visitasse os filhos sem restrições. Em Fevereiro, o príncipe Jorge Guilherme adoeceu e o rei permitiu que tanto Jorge Augusto como Carolina o visitassem no Palácio de Kensington sem restrições. Quando a criança morreu, foi realizada uma autópsia para provar que a sua causa de morte tinha sido uma doença (um pólipo no coração) e não a separação da mãe. Em 1718, outra tragédia abalou a família quando Carolina teve um aborto espontâneo em Richmond Lodge, a sua casa de campo. Nos anos que se seguiram, Carolina teve mais três filhos: Guilherme, Maria e Luísa.
Leicester House tornou-se um local de encontro frequente dos opositores políticos do rei e do governo. Foi nesta altura que Carolina estabeleceu amizade com o político Sir Robert Walpole, um antigo ministro do governo liberal que liderava uma facção descontente do partido. Em Abril de 1720, a facção de Walpole reconciliou-se com o restante partido liberal, que governava o país, e, juntamente com Carolina, Walpole conseguiu fazer com que o rei e o príncipe de Gales se reconciliassem pelo bem da unidade pública. Carolina queria recuperar as suas três filhas mais velhas, que continuavam sob o cuidado do rei, e achou que a reconciliação iria ajudar ao seu regresso, mas as negociações não deram em nada. Jorge Augusto acabou por achar que Walpole o tinha convencido a reconciliar-se com o pai como parte de um esquema para ganhar poder. O príncipe estava isolado politicamente quando os liberais de Walpole se juntaram ao governo, e Leicester House passou a receber figuras literárias e intelectuais, tais como John Arbuthnot e Jonathan Swift, em vez de políticos. Arbuthnot contou a Swift que Carolina tinha gostado do seu livro, "As Viagens de Gulliver", principalmente a história de um príncipe-herdeiro que usava um tacão alto e um baixo num país onde o rei e o seu partido usavam tacões baixos e a oposição usava tacões altos: uma referência pouco disfarçada às tendências políticas do príncipe de Gales.
A inteligência de Carolina ultrapassava de longe a do marido, e a princesa lia avidamente. Carolina criou uma biblioteca extensa no Palácio de St. James. Enquanto jovem, Carolina trocou correspondência com Gottfried Leibniz, o colosso intelectual que era cortesão e factótum da Casa de Hanôver. Mais tarde, Carolina disponibilizou a correspondência Leibniz-Clarke, sem dúvida a discussão filosofa sobre física mais importante do século XVIII. Ajudou a popularizar a prática da variolização (uma forma prematura de imunização), que tinha sido testemunhada por Lady Mary Wortley Montagu e Charles Maitland em Constantinopla. Por ordem de Carolina, seis prisioneiros condenados tiveram a oportunidade de escolher testar a variolização e ser executados: todos sobreviveram, assim como seis crianças órfãs que foram submetidas ao mesmo teste. Convencida da sua importância médica, Carolina também ordenou que os seus filhos Amélia, Carolina e Frederico fossem vacinados contra a varíola da mesma forma. Elogiando o seu apoio pela vacinação contra a varíola, Voltaire escreveu sobre ela: "Tenho de dizer que apesar dos seus títulos e coroas, esta princesa, nasceu para encorajar as artes e o bem-estar da humanidade; mesmo no trono, é um filosofa benevolente; e nunca perdeu uma oportunidade para aprender ou manifestar a sua generosidade".
                                                          Carolina por Sir Godfrey Kneller.
Rainha e Regente
Carolina tornou-se rainha-consorte da Grã-Bretanha após a morte do seu sogro em 1727, sendo coroada ao lado do marido na Abadia de Westminster a 11 de Outubro do mesmo ano. Foi a primeira rainha-consorte a ser coroada desde a princesa Ana da Dinamarca em 1603. Apesar de Jorge II considerar Walpole um "velhaco e patife" por causa dos termos da reconciliação com o seu pai, mas Carolina aconselhou-o a mantê-lo como ministro principal. Walpole comandava uma maioria substancial do parlamento e Jorge II teve pouca escolha entre aceitá-lo ou arriscar instabilidade entre os ministros. Walpole conseguiu obter um pagamento de £100,000 por ano da lista civil para Carolina que também recebeu Somerset House e Richmond Lodge. O cortesão Lord Hervey chamava Walpole "o ministro da rainha", reconhecendo a sua relação próxima. Nos dez anos que se seguiram, Carolina teve uma grande influência. Persuadiu o rei a adoptar políticas aconselhadas por Walpole, e convenceu Walpole a não realizar acções inflamatórias. Carolina tinha absorvido as opiniões liberais da sua mentora, a rainha Sofia Carlota da Prússia, e apoiou o pedido de clemência dos Jacobitas (apoiantes da pretensão Stuart ao trono britânico), a liberdade de impressa e a liberdade de expressão no parlamento.
Nos anos que se seguiram, Carolina e o marido travaram uma batalha constante contra o seu filho mais velho, Frederico, príncipe de Gales, que tinha sido deixado na Alemanha quando eles foram para Inglaterra. Juntou-se à família em 1728, quando era já um adulto, tinha amantes e dívidas e gostava de jogo e partidas. Opunha-se às crenças políticas do pai e queixava-se da sua falta de influência no governo. O Decreto de Regência de 1728, nomeou Carolina e não Frederico, regente quando o marido esteve em Hanôver durante cinco meses a partir de Maio de 1729. Durante a sua regência, aconteceu um incidente diplomático com Portugal, devido ao ataque a um navio britânico em Tânger, e as negociações para o Tratado de Sevilha entre Espanha e a Grã-Bretanha ficaram concluídas. Uma investigação levada a cabo no sistema penal fez com que se descobrissem abusos graves, incluindo tratamento cruel e conspiração na fuga de condenados abastados. Carolina pressionou Walpole para que fosse posta em marcha uma reforma, mas não teve grande sucesso. Em 1733, Walpole apresentou um projecto de lei pouco popular no parlamento, que a rainha apoiava, mas a oposição era tão forte que teve de ser abandonado.
Enquanto esteve na Grã-Bretanha, Carolina viveu apenas no sudoeste de Inglaterra, em Londres ou nos arredores. Como rainha, continuou a rodear-se de artistas, escritores e intelectuais. Coleccionou jóias, principalmente camafeus e entalhes, adquiriu quadros e miniaturas importantes e gostava de artes visuais. Encomendou trabalhos como bustos de terracota dos reis e rainhas de Inglaterra a Michael Rysbrack, e supervisionou um desenho mais naturalista nos jardins reais, concebido por William Kent e Charles Bridgeman. Em 1728, descobriu uma colecção de rascunhos de Leonardo da Vinci e Hans Holbein que estavam escondidos dentro de uma gaveta desde o reinado de Guilherme III.
A filha mais velha de Carolina, Ana, casou-se com o príncipe Guilherme IV de Orange em 1734, e mudou-se com o marido para os Países Baixos. Carolina escreveu à filha, contando-lhe sobre a tristeza "indescritível" que tinha sentido com a separação. Ana não demorou a sentir saudades de casa e visitou Inglaterra quando o seu marido foi para o campo de batalha. Eventualmente, o seu pai e o marido obrigaram-na a regressar à Holanda.
                                                              Carolina por Jacopo Amigoni.
Últimos Anos
Em meados de 1735, o príncipe de Gales ficou ainda mais consternado quando Carolina, e não ele, foi novamente nomeada regente quando o rei se voltou a ausentar do país para visitar Hanôver. O rei e a rainha tinham também arranjado o casamento dele com a princesa Augusta de Saxe-Gota em 1736. Pouco depois do casamento, Jorge foi a Hanôver e Carolina voltou a assumir o seu papel de "Protectora do Reino". Como regente, Carolina considerou a prorrogação do capitão John Porteous, que tinha sido condenado por assassinato em Edimburgo. Antes de poder agir, uma multidão invadiu a prisão onde o capitão estava detido e matou-o. Carolina ficou abismada. A ausência do rei no estrangeiro estava a começar a tornar-se pouco populares e, em finais de 1736, Jorge começou a fazer planos para regressar, mas o seu navio foi atrasado por uma tempestade e começaram a surgir rumores que o rei tinha morrido no mar. Carolina ficou devastada e enojada com a insensibilidade do filho, que organizou um grande jantar enquanto o vento da tempestade soprava. Durante a regência da mãe, o príncipe de Gales tentou começar várias zangas com ela, por a considerar um peão útil para irritar o rei. Jorge acabou por regressar em Janeiro de 1737.
Frederico pediu um aumento do seu rendimento ao parlamento, algo que o seu pai lhe tinha negado constantemente, mas não teve sucesso, e a discórdia publica por causa do dinheiro fez com que a relação entre pai e filho piorasse ainda mais. Seguindo o conselho de Walpole, o rendimento de Frederico foi aumentado, numa tentativa de mitigar mais conflitos, mas o aumento foi menor do que aquele que o príncipe de Gales tinha pedido. Em Junho de 1737, Frederico informou os pais de que a sua esposa estava grávida e que o parto deveria acontecer em Outubro. Na verdade, a data que tinha sido avançada para o parto de Augusta era mais cedo e, em Julho, aconteceu um episódio peculiar, quando o príncipe de Gales, ao saber que a esposa tinha entrado em trabalho de parto, levou-a do Palácio de Hampton Court a meio da noite para garantir que o rei e a rainha não estariam presentes na altura do nascimento. Jorge e Carolina ficaram horrorizados. Tradicionalmente, os nascimentos reais eram testemunhados por membros da família e cortesãos antigos para garantir que o bebé não era substituído, e Augusta tinha sido forçada pelo marido a andar numa carruagem instável durante hora e meia, no fim do tempo de gestação, e com dores. A rainha dirigiu-se rapidamente para o Palácio de St. James, para onde Frederico tinha levado a esposa, com um grupo de pessoas que incluía duas das suas filhas e Lord Hervey. Carolina ficou aliviada quando descobriu que Augusta tinha dado à luz um "uma ratazana pobre, feia e pequena" em vez de "um bebé grande, gordo e saudável", uma vez que esse facto fazia com que uma substituição fosse pouco provável. As circunstâncias do nascimento aumentaram ainda mais o afastamento entre mãe e filho. Segundo Lord Hervey, Carolina comentou uma vez depois de ver Frederico: "Veja, lá vai ele! Aquele miserável! Aquele vilão! Quem me dera que o chão se abrisse neste momento e engolisse aquele monstro para o buraco mais profundo do inferno!"
Nos seus últimos anos de vida, Carolina sofreu de gota nos pés, mas o problema que mais a incomodava era uma hérnia umbilical da qual sofria desde o nascimento da sua última filha em 1724. A 9 de Novembro de 1737, Carolina sentiu uma dor intensa, depois de organizar uma recepção formal e foi enviada para a cama. O seu ventre tinha-se rompido. Nos dias que se seguiram, a rainha foi tratada com sangrias, purificada e operada sem anestesia, mas o seu estado de saúde não melhorou. O rei recusou-se a dar permissão a Frederico para ver a mãe, uma decisão com a qual a rainha concordou. Enviaria depois uma mensagem de perdão a Frederico através de Walpole. Pediu ao marido que se voltasse a casar depois da sua morte, algo que o rei rejeitou, dizendo que apenas teria amantes, ao que Carolina respondeu: "Ah, mon Dieu, cela n'empêche pas"(Meu Deus, isso não o previne). A 17 de Novembro, os seus intestinos presos rebentaram. Morreu a 20 de Novembro de 1737, no Palácio de St. James.
Carolina foi enterrada na Abadia de Westminster a 17 de Dezembro. Frederico não foi convidado para o funeral. George Frideric Handel compôs um hino para a ocasião intitulado "The Ways of Zion Do Mourn / Funeral Anthem for Queen Caroline" [É Verdade Que os Caminhos do Sião Fazem Luto / Hino Fúnebre para a Rainha Carolina]. O rei escolheu um par de caixões iguais, nos quais se podiam remover os lados, para que, quando ele morresse (vinte-e-três anos depois), pudesse ser enterrado junto dela.
                                                       A rainha Carolina por Charles Jervas.
Legado
A morte de Carolina foi muito sentida. Os protestantes elogiaram o seu exemplo moral, e até os Jacobitas reconheceram a sua compaixão e a sua intervenção pela misericórdia que mostrou pelos seus compatriotas. Durante a sua vida, a sua recusa em converter-se ao catolicismo quando recebeu a proposta de casamento do arquiduque Carlos, foi utilizada para a retratar como uma forte apoiante do Protestantismo. Por exemplo, John Gay escreveu sobre Carolina em "A Letter to A Lady" [Uma Carta Para uma Senhora] (1714):
The pomp of titles easy faith might shake,
She scorn'd an empire for religion's sake:
For this, on earth, the British crown is giv'n,
And an immortal crown decreed in heav'n.
Tanto o público como a corte consideravam que Carolina tinha grande influência junto do marido. Um poema satírico da época dizia:
You may strut, dapper George, but 'twill all be in vain,
We all know 'tis Queen Caroline, not you, that reign –
You govern no more than Don Philip of Spain.
Then if you would have us fall down and adore you,
Lock up your fat spouse, as your dad did before you.
As memórias do século XVIII, principalmente as de John, Lord Hervey, alimentaram a percepção de que Carolina e Walpole governavam o rei. Peter Quennell escreveu que Hervey era "o cronista que registou esta coligação notável", e que a rainha Carolina era a "heroína" de Hervey. Recorrendo a estas fontes, os biógrafos dos séculos XIX e XX deram todo o crédito a Carolina por ter fortalecido a posição da Casa de Hanôver na Grã-Bretanha, contra a oposição Jacobita. R. L. Arkell escreveu "pela sua sagacidade e genialidade, [Carolina] assegurou o enraizamento da dinastia em Inglaterra", e W.H. Wilkins disse que a sua "personalidade graciosa e digna, os seus ideais sublimes e vida pura, ajudaram muito a contrapor a pouca popularidade do marido e do sogro, e a redimir os primeiros tempos da Era Georgiana da sua completa grosseria." Apesar de os historiadores modernos tenderem a acreditar que Hervey, Wilkins e Arkell sobrestimaram a sua importância, não deixa de ser provável que Carolina de Ansbach tenha sido uma das consortes mais influentes da história da Grã-Bretanha.
Filhos
Carolina ficou grávida nove vezes (entre 1707 e 1724) e deu luz a oito crianças vivas, das quais apenas o príncipe Jorge Guilherme morreu na infância. As outras sete atingiram a fase adulta.
NomeNascimentoMorteObservações
Frederico, Príncipe de Gales1 de Fevereiro de 170731 de Março de 1751Casou-se com Augusta de Saxe-Ghota (1736) e foi o pai de Jorge III.
Ana, Princesa Real e Princesa de Orange2 de Novembro de 170912 de Janeiro de 1759Casou-se com Guilherme IV de Orange-Nassau (1734).
Princesa Amélia Sofia10 de Julho de 171131 de Outubro de 1786Nunca se casou nem teve filhos
Princesa Carolina Isabel21 de Junho de 171328 de Dezembro de 1757Nunca se casou nem teve filhos
Príncipe Jorge Guilherme de Gales13 de Novembro de 171717 de Fevereiro de 1718Morreu na infância.
Príncipe Guilherme Augusto, Duque de Cumberland26 de Abril de 172131 de Outubro de 1765Nunca se casou nem teve filhos. Conhecido por ter esmagado a revolta Jacobita.
Princesa Maria, Landgravine de Hesse5 de Março de 172314 de Janeiro de 1772Casou-se com Frederico II, Landgrave de Hesse-Cassel (1740).
Luísa, Rainha da Dinamarca e da Noruega18 de Dezembro de 172419 de Dezembro de 1751Casou-se com Frederico V da Dinamarca (1743).
Genealogia
Os antepassados de Carolina de Ansbach em três gerações
Carolina de AnsbachPai:
João Frederico, margrave de Brandemburgo-Ansbach
Avô paterno:
Alberto II de Brandenburg-Ansbach
Bisavô paterno:
Joaquim Ernesto de Brandenburg-Ansbach
Bisavó paterna:
Sofia de Solms-Laubach
Avó paterna:
Sofia Margarida de Oettingen-Oettingen
Bisavô paterno:
Joaquim Ernesto de Oettingen-Oettingen
Bisavó paterna:
Ana Sibila de Solms-Sonnenwalde
Mãe:
Leonor Edmunda de Saxe-Eisenach
Avô materno:
João Jorge I de Saxe-Eisenach
Bisavô materno:
Guilherme de Saxe-Weimar
Bisavó materna:
Leonor Doroteia de Anhalt-Dessau
Avó materna:
Joaneta de Sayn-Wittgenstein
Bisavô materno:
Ernesto de Sayn-Wittgenstein-Sayn
Bisavó materna:
Luísa Juliana de Erbach-Erbach
Período: 11 de junho de 1727 - 20 de novembro de 1737.
Predecessor: Sofia Doroteia de Brunswick-Lüneburg.
Sucessor: Carlota de Mecklemburgo-Strelitz.
Coroação: 11 de outubro de 1727.
Conjugue: Jorge II da Grã-Bretanha.
Descendência: Frederico, Príncipe de Gales, Ana, Princesa Real, Amélia Sofia da Grã-Bretanha, Carolina da Grã-Bretanha, Jorge Guilherme da Grã-Bretanha, Guilherme, Duque de Cumberland, Maria da Grã-Bretanha, Luísa da Grã-Bretanha.
Pai: João Frederico, margrave de Brandemburgo-Ansbach.
Mãe: Leonor Edmunda de Saxe-Eisenach.
Nascimento: 1 de março de 1683, Anbach, Alemanha.
Morte: 20 de novembro de 1737 (54 anos), Palácio de St. James, Londres, Grã-Bretanha.
                                                               Consorte da Grã-Bretanha.

Carlota de Mecklemburg-Strelitz

A duquesa Carlota de Mecklenburg-Strelitz (19 de Maio de 1744 - 17 de Novembro de 1818) foi uma rainha-consorte do Reino Unido como esposa do rei Jorge III. Era também princesa-eleitora de Hanôver, no Sacro Império Romano-Germânico até à elevação do seu marido a rei de Hanôver a 12 de Outubro de 1814, algo que a tornou rainha-consorte do território.
A rainha Carlota era uma mecenas das artes, conhecida de Johann Christian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart entre outros. Era também uma botânica amadora que ajudou a expandir os Reais Jardins Botânicos de Kew. Jorge III e Carlota tiveram quinze filhos, treze dos quais chegaram à idade adulta.
Índice
1 Primeiros Anos
2 Casamento
3 Vida Como Rainha
4 Interesses e Apoios
5 Relação com Maria Antonieta
6 Doença do Marido
7 Morte
8 Filmes
9 Possível Ascendência Africana
10 Descendência
11 Homenagens
12 Genealogia
Primeiro Anos

Sofia Carlota nasceu no dia 19 de Maio de 1744. Era a filha mais nova do duque Carlos Luís Frederico de Mecklemburgo, príncipe de Mirow, e da sua esposa, a duquesa Isabel Albertina de Saxe-Hildburghausen. Mecklenburg-Strelitz era um pequeno ducado no norte da Alemanha que pertencia ao Sacro Império Romano-Germânico.
Carlota era neta do duque Adolfo Frederico II de Mecklenburg-Strelitz e da sua terceira esposa, a princesa Cristiana Emília de Schwarzburg-Sondershausen. O irmão mais velho do seu pai reinou entre 1708 e 1753 como duque Adolfo Frederico III. Em 11 de dezembro de 1752, o irmão mais velho de seu pai morreu sem descendência masculina, e o irmão mais velho de Carlota, Adolfo Frederico, o sucede (devido a seu pai ter morrido 6 meses antes, em 5 de junho de 1752). Com ele, a posição de Carlota e de sua família mudou consideravelmente, pois agora passavam a ter o controle de uma importante parte dos territórios de Mecklenburgo.
Os filhos do duque Carlos nasceram todos no Schloss Mirow, um palácio modesto que quase pode ser considerado uma casa de campo. A vida em Mirow era quase idêntica à de uma família de simples baixa nobreza inglesa do campo. A manhã era dedicada ao estudo e a aulas de costura, bordados e croché, para os quais as duquesas tinham muito talento. Foram educadas de forma muito cuidadosa, tendo recebido uma educação admirável e receberam os seus princípios religiosos por parte da mãe. Foram também ensinadas por M. Gentzner, um pastor luterano de grande reputação que tinha um conhecimento profundo de botânica, mineralogia e ciência.
Casamento
Quando o rei Jorge III sucedeu ao trono da Grã-Bretanha após a morte do seu avô, o rei Jorge II, foi considerado que tinha chegado a altura de procurar uma noiva que pudesse cumprir todos os deveres da sua importante posição de forma a satisfazer todo o país. No início da sua busca, Jorge estava muito interessado em Lady Sarah Lennox, irmã do duque de Richmond, mas a sua mãe, a duquesa Augusta de Saxe-Gota, princesa viúva de Gales, e o seu conselheiro político, Lord Bute, aconselharam-no a não realizar tal união e o rei desistiu da ideia.
O coronel Graeme, que tinha sido enviado a várias cortes alemãs numa missão de investigação, falou dos encantos do carácter e das excelentes qualidades intelectuais da princesa Carlota, na altura com dezassete anos de idade. Embora não fosse certamente uma beldade, o rosto da duquesa era muito expressivo e mostrava grande inteligência. Não era alta, mas tinha uma figura esbelta e bastante bonita. Os seus olhos brilhantes iluminavam-se com bom-humor e vivacidade, a sua boca era grande, tinha dentes brancos e direitos e o seu cabelo era de um bonito tom castanho-claro.
O rei anunciou ao Conselho a sua intenção de se casar com a princesa em Julho de 1761, segundo era costume e Lord Hardwicke foi enviado a Mecklemburgo para pediu a mão de Carlota em nome do rei. O irmão de Carlota, o duque Adolfo Frederico IV de Mecklenburg-Strelitz, e a sua mãe queriam um casamento proeminente para a jovem princesa e receberam-no com todas as honras que o pequeno estado era capaz de lhe mostrar. O enviado regressou a Inglaterra um mês depois da sua partida depois de ter completado todos os preliminares necessários e satisfeito com a sua missão.
No final de Agosto de 1761, uma comitiva de escoltas partiu da Alemanha para acompanhar a duquesa Carlota a Inglaterra. Faziam parte do grupo a duquesa de Ancaster, a duquesa de Hamilton, ambas camareiras da rainha, Mrs. Tracey, criada de quarto, o conde Harcourt, que estava a representar o rei, e o general Graeme. Uma forte tempestade apanhou-os no caminho e um trovão incendiou várias árvores na estrada que o grupo tinha de passar.
Apesar de tudo, o grupo chegou em segurança a Cuxhaven e embarcou numa frota de iates e navios de guerra britânicos comandados pelo almirante Anson. Um deles era um iate especial que tinha sido rebaptizado de HMY Royal Charlotte em honra da futura rainha. A viagem por mar, que normalmente durava três dias, demorou nove devido a uma tempestade. Em vez de aportarem em Greenwich, onde estava tudo preparado para receber a princesa, o almirante Anson achou melhor largar âncora no porto mais próximo, Harwich, onde permaneceram o resto da noite de Domingo, dia 6 de Setembro. Na manhã seguinte, o grupo deixou o navio e viajou para Essex, onde descansaram e depois seguiram viagem para Londres. A princesa chegou ao Palácio de St. James no dia 7 de Setembro e conheceu o rei e a família real. No dia seguinte, às nove da manhã, realizou-se a cerimónia de casamento na Capela Real, celebrada pelo arcebispo da Cantuária, Thomas Secker.
                                                       Carlota em 1761 por Esther Denner.
Vida Como Rainha
Existem poucas dúvidas de que os primeiros anos de casamento da jovem rainha não foram felizes. O rei estava atarefado com os seus deveres políticos e a sua mãe, segura do apoio do seu favorito, Lord Bute, podia exercer toda a influência e autoridade que a idade, o conhecimento e a posição de uma mãe lhe davam, ao contrário do casal jovem e pouco experiente. A jovem rainha não conseguiu resistir e criou-se uma espécie de despotismo no palácio onde a sua sogra controlava tudo o que ela fazia. O próprio rei, muito influenciado pela mãe, não se sentia tentado a intervir e assumiu que tudo estava a correr bem. Carlota já não podia manter relações íntimas com as damas do palácio e era uma regra de etiqueta da corte que todos os que a frequentavam não deviam dirigir-se à rainha excepto acompanhados dos seus criados alemães. Os jogos de cartas, que Carlota adorava, também estavam interditos.
Naturalmente, existiam também as facções alemãs e inglesas entre os criados, cada uma lutando zelosamente pelo favor da rainha, ditando os termos e condições do seu serviço e ameaçando regressar à Alemanha se não recebessem determinados privilégios. A rainha tinha tantos problemas com os seus criados como o seu marido tinha com os seus ministros insubordinados.
Apesar disto, o casamento foi um sucesso, e, a 12 de Agosto de 1762, a rainha deu à luz o seu primeiro filho, o príncipe de Gales que, mais tarde, se tornaria o rei Jorge IV. A 13 de Setembro, a rainha esteve presente na Capela Real para a cerimónia de acção de graças que aconteceu pouco depois do nascimento. A cerimónia de baptismo do príncipe de Gales, que se realizou no Palácio de St. James, teve grande pompa e circunstância. O berço no qual o bebé estava deitado estava coberto de tecidos sumptuosos e renda de Bruxelas. Ao longo do casamento, o casal teve quinze filhos, dos quais apenas dois (Otávio e Alfredo) morreram na infância.
A rainha Carlota era particularmente interessada nas artes e apoiou a Johann Christian Bach, que foi seu professor de música. Wolfgang Amadeus Mozart, então com apenas 8 anos de idade, lhe dedica sua Opus 3. Também fundou orfanatos e um hospital para mulheres grávidas. Também, foi uma aficcionada botânica e ajudou a estabelecer o que hoje são os Jardins de Kew.
A educação das mulheres era de grande importância para Carlota, e ela mesma viu que suas filhas foram melhor educadas do que geralmente eram as mulheres jovens daqueles tempos.
Depois do início de sua enfermidade, então tratada como loucura, Jorge III foi colocado sob os cuidados de sua esposa, a quem não podia visitar, devido a seu comportamento errático e ocasionais reações violentas. Entretanto, Carlota seguia sendo o apoio de seu marido durante sua enfermidade mental -agora sabido que era sequela da porfíria-, que pioraria na sua velhice.
Morreu na Dutch House, em Surrey (logo palácio de Kew), aos 74 anos de idade, sendo sepultada na Capela de São Jorge, no castelo de Windsor.
No momento de seu falecimento, estava a seu lado seu filho primogênito, o príncipe de Gales -futuro Jorge IV-, que estava sustentando sua mão enquanto ela estava sentada, posando para o retrato de família que era pintado naquele momento.
Por volta desta altura, o rei e a rainha mudaram-se para Buckingham House, a oeste do Parque de St. James, o actual Palácio de Buckingham. A casa que constituiu a base do actual palácio foi construída pelo primeiro duque de Buckingham e Bormanby em 1703 com um projecto de William Winde. Buckingham House foi eventualmente vendida pelo descendente de Buckingham, Sir Charles Sheffield, ao rei Jorge III em 1761 por £21,000.
A casa tinha como objectivo inicial tornar-se um refúgio privado, principalmente para Carlota, e por isso era conhecida por "The Queen's House". Catorze dos quinze filhos do casal real nasceu lá. O Palácio de St. James continuou a ser a residência oficial onde se realizavam todas as cerimónias formais.
                                                    Carlota com seus dois filhos mais velhos.
Interesses e Apoios
O rei Jorge III e a rainha Carlota eram grandes conhecedores de música e admiravam os trabalhos de George Frideric Handel. Ambos tinham um gosto especial por música alemã e davam honras especiais aos artistas e compositores deste país.
Em 1764, Wolfgang Amadeus Mozart, na altura com oito anos de idade, visitou a Grã-Bretanha com a sua família durante a sua grande digressão pela Europa e ficou no país entre Abril e Junho desse ano. A família Mozart foi chamada à corte no dia 19 de Maio e o compositor deu um concerto para um número muito reduzido de pessoas que durou das seis até às dez da noite. Johann Christian Bach, décimo-primeiro filho do grande Johann Sebastian Bach, era na altura o mestre de música da rainha e entregou composições complicadas de Handel, Bach e Abel para que o rapaz tocasse. Mozart tocou-as todas sem olhar para as partituras e os presentes ficaram impressionados. Depois do concerto, Mozart acompanhou a rainha no piano para tocar uma ária que Carlota cantou e tocou durante algum tempo a sua flauta. No dia 29 de Outubro, a família Mozart regressou ao país para celebrar o quarto aniversário do rei no trono. Como recordação do favor real, o pai de Mozart, Leopold, publicou seis sonatas compostas por Wolfgang, conhecidas por "Opus 3", que dedicou à rainha no dia 18 de Janeiro de 1765. A rainha agradeceu esta dedicação presenteando o compositor com cinquenta guinéus.
A rainha Carlota era uma botânica amadora que se interessou muito pelos Jardins de Kew e, na era da descoberta, quando os viajantes e exploradores como o capitão Cook e Sir Joseph Banks, traziam constantemente novas espécies e variedades de plantes, a rainha garantiu que as colecções eram enriquecidas e aumentadas. O seu interesse por botânica levou a que a magnifica flor da África do Sul, oPássaro do Paraíso, recebesse o nome de Strelitzia reginae em sua honra.
Entre os artistas preferidos do casal real encontravam-se o marceneiro William Vile, o ourives Thomas Heming, o arquitecto de paisagens Capability Brown e o pintor alemão Johann Zoffany que pintava frequentemente o rei, a rainha e os filhos em cenas informais, tais como o retrato da rainha Carlota com os seus filhos ao lado de um toucador.
A rainha também abriu orfanatos e um hospital para grávidas. A educação das mulheres tinha uma grande importância para Carlota e ela garantiu que as suas filhas eram educadas melhor do que o que era costume para mulheres da época. Contudo, insistiu que as suas filhas vivessem vidas isoladas perto da mãe e recusou-se a deixá-las casar até idades bastantes avançadas para a altura, o que fez com que nenhuma das suas filhas deixasse descendentes legítimos. Apenas uma, a princesa Sofia, terá tido um filho ilegítimo.
Em 2004, a Queen's Gallery, no Palácio de Buckingham exibiu uma exposição sobre o apoio às artes por parte do rei Jorge e da rainha Carlota, centrando-se principalmente no contraste entre este casal e os primeiros monarcas da dinastia de Hanôver, comparando-os favoravelmente com os gostos aventureiros do pai do rei, o príncipe Frederico de Gales.
Até 1788, os retratos de Carlota representavam-na frequentemente em poses maternais com os seus filhos e a rainha parecia sempre jovem e feliz. Contudo, 1788 foi o ano em que o seu marido adoeceu gravemente e enlouqueceu durante um breve período de tempo. Actualmente acredita-se que o rei sofria de um distúrbio genético no metabolismo conhecido por porfíria, mas na altura não se sabia qual seria a doença. O retrato de Sir Thomas Lawrence da rainha nesta altura marca a transição para retratos onde Carlota parece muito mais velha. De facto, a responsável pela roupa da rainha, Mrs. Papendiek, escreveu que ela estava "muito mudada, com o cabelo bastante cinzento."
                                                   Carlota com os filhos por Benjamin West.
Relação com Maria Antonieta
A Revolução Francesa de 1789 provavelmente terá aumentado ainda mais a angústia da rainha. Carlota e a rainha Maria Antonieta tinham uma relação bastante próxima. Carlota era onze anos mais velha do que a rainha francesa, mas ambas partilhavam muitos interesses, tais como o amor pela música e pelas artes que as duas apoiavam entusiasticamente. Embora nunca se tenham conhecido pessoalmente, trocavam correspondência com frequência. Maria Antonieta contou as suas angústias a Carlota durante a revolução. Carlota até preparou aposentos no seu palácio, esperando que família real francesa se refugiasse em Inglaterra. Após a execução de Maria Antonieta e dos acontecimentos que se seguiram, diz-se que Carlota ficou chocada e completamente dominada pelo pensamento de que tal pudesse acontecer a um reino, principalmente um reino tão próximo da Grã-Bretanha.
Doença do Marido
Depois de Jorge III começar a ter os seus primeiros ataques de loucura, foi colocado aos cuidados da sua esposa, que não conseguia visitá-lo com muita frequência devido ao comportamento errático e, por vezes, violento que o rei demonstrava. Acredita-se que Carlota não o voltou a ver a partir de Junho de 1812, apesar de continuar a defender e apoiar o marido ao longo de toda a sua doença que, actualmente, se acredita ter sido porfiria, e que foi piorando à medida que o rei envelhecia. Enquanto o seu filho mais velho, o príncipe-regente, detinha o verdadeiro poder político, Carlota foi a guardiã legal do marido de 1811 até à sua morte em 1818.
                                                         Carlota por Sir Thomas Lawrence.
Morte
A rainha morreu na presença do seu filho mais velho, o príncipe-regente, que lhe estava a segurar a mão enquanto ela se sentava numa cadeira-de-baloiço na casa-de-campo da família, a Casa Dinamarquesa em Surrey (o actual Palácio de Kew). A rainha foi enterrada na Capela de São Jorge no Castelo de Windsor. O seu marido morreu pouco mais de um ano depois. Carlota é a segunda consorte que esteve mais tempo no trono britânico, sendo que o único que a ultrapassa é o actual duque de Edimburgo, consorte da rainha Isabel II. Ao todo, Carlota esteve no trono cinquenta-e-sete anos e setenta dias.
O seu filho mais velho reivindicou as jóias da mãe após a sua morte, mas o resto dos seus bens foram vendidos num leilão que durou de Maio a Agosto de 1819. As suas roupas, mobília e até a sua caixa de rapé foram vendidos pela Christie's. É muito improvável que o seu marido tenha sabido da sua morte, tendo também ele vindo a morrer cego, surdo e coxo catorze meses depois.
Filmes
A rainha Carlota foi interpretada pela actriz Frances White na série "Prince Regent", transmitida pela BBC em 1979, e, mais tarde, por Helen Mirren no filme "The Madness of King George" de 1994.
Possível Ascendência Africana
Mário de Valdes y Cocom, um investigador agrocentrista independente, defendeu que Allan Ramsay, um abolicionista conhecido, pintava Carlota de uma forma que se dizia acentuar a alegada aparência mulata da rainha e que o quadro de coroação de Carlota feito pelo mesmo foi enviado para as colónias e utilizado pelos abolicionistas como um apoio "de facto" para a sua causa. Valdes y Cocom afirma também que, além das descrições da rainha que fazem referência ao seu "rosto mulato" (feitas, supostamente, pelo barão Stockmar, que Valdes y Cocom diz erradamente ter sido o médico pessoal de Carlota, na sua autobiografia). As feições da rainha Carlota também foram descritas como sendo vandálicas, num poema escrito para celebrar o seu casamento ("a alusão mais literal", segundo Valdes y Cocom):
Cquote1.svg"Descended from the warlike Vandal race,
She still preserves that title in her face. Tho' shone their triumphs o'er Numidia's plain, And Andalusian fields their name retain; They but subdued the southern world with arms, She conquers still with her triumphant charms, O! born for rule, - to whose victorious brow The greatest monarch of the north must bow."
Cquote2.svg
Valdes y Cocom não parece reparar que o Vândalos eram um povo germânico, natural da Europa do norte que migrou primeiro para a Andaluzia no ano de 409 A.C., e depois para o norte de África em 429 A.C. (nomeadamente para a Numídia, onde estabeleceram o Reino Vândalo da África do Norte), e que este poema, na verdade, está a ligar Carlota aos seus ascendentes germânicos, o que acaba por comprometer ainda mais a credulidade das supostas origens africanas de Carlota. Além do mais, a referida raça vândala que é utilizada para descrever a rainha Carlota, está ligada a um dos títulos oficiais da Casa de Mecklemburgo, o de Princeps Vandalorum, ou seja, Príncipe dos Vândalos, uma referência às origens eslavas da família.
Todas estas referências levaram Mário de Valdes y Cocom a pesquisar os ancestrais e a genealogia da rainha. Ainda segundo o mesmo autor, uma das explicações para as feições supostamente negras de Carlota, é a possibilidade de esta as ter herdado de uma antepassada muito distante dela, Margarida de Castro e Souza, uma nobre portuguesa do século XV que era, por sua vez, descendente do rei Afonso III de Portugal e de uma das suas amantes, Madragana, que era negra.
Os críticos desta teoria defendem que a grande distância entre Carlota e Madragana, faz com que qualquer traço que a rainha possa ter herdado é irrelevante e está ao mesmo nível de qualquer outra origem germânica da princesa e, por isso, tal não serve para provar que a rainha era "mulata" ou "africana". Tal como qualquer pessoa, além de Madragana, Carlota tinha mais 32,767 antepassados.
Além do mais, Valdez y Cocom assumiu que Madragana era uma mulher africana, mas, na verdade, existe apenas um cronista, Duarte Nunes de Leão, que disse que ela era moura. Contudo, os investigadores modernos acreditam que Madragana era Moçárabe, ou seja, uma cristã ibérica que vivia segundo a religião muçulmana mas que tinha origens espanholas ou judaicas.
Valdez e Cocom também defendeu que, na altura da coroação da rainha Isabel II em 1952, foi publicada uma apologia que defendia as origens asiáticas e africanas da rainha para defender a sua posição como líder da Commonwealth. O Palácio de Buckingham negou esta teoria.
                                                             Genealogia da rainha Carlota.
Descendência
  1. Jorge IV do Reino Unido (12 de Agosto de 1762 - 26 de Junho de 1830), rei do Reino Unido; casado com a duquesa Carolina de Brunswick; com descendência.
  2. Frederico, Duque de Iorque e Albany (16 de Agosto de 1763 - 5 de Janeiro de 1827), casado com a princesa Frederica Carlota da Prússia; sem descendência.
  3. Guilherme IV do Reino Unido (21 de Agosto de 1765 - 20 de Junho de 1837), rei do Reino Unido; casado com a duquesa Adelaide de Saxe-Meiningen; não teve descendentes legítimos, mas teve vários filhos ilegítimos e David Cameron, actual primeiro-ministro do Reino Unido, descende dele.
  4. Carlota, Princesa Real (29 de Setembro de 1766 - 6 de Outubro de 1828), casada com o rei Frederico I de Württemberg; sem descendência.
  5. Eduardo Augusto, Duque de Kent e Strathearn (2 de Novembro de 1767 - 23 de Janeiro de 1820), casado com a duquesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld; tiveram uma filha, a rainha Vitória do Reino Unido.
  6. Augusta Sofia do Reino Unido (8 de Novembro de 1768 - 22 de Setembro de 1840), morreu solteira e sem descendência.
  7. Isabel do Reino Unido (22 de Maio de 1770 - 10 de Janeiro de 1840), casada com o landegrave Frederico VI de Hesse-Homburg; sem descendência.
  8. Ernesto Augusto I de Hanôver (5 de Junho de 1771 - 18 de Novembro de 1851), rei de Hanôver; casado com a duquesa Frederica de Mecklenburg-Strelitz; com descendência.
  9. Augusto Frederico, duque de Sussex (27 de Janeiro de 1773 - 21 de Abril de 1843), casado primeiro com Lady Augusta Murray; com descendência. Casado depois com Lady Cecilia Underwood; sem descendência.
  10. Adolfo, 1.º Duque de Cambridge (24 de Fevereiro de 1774 - 8 de Julho de 1850), casado com a landegravina Augusta de Hesse-Cassel; com descendência.
  11. Maria, Duquesa de Gloucester e Edimburgo (25 de Abril de 1776 - 30 de Abril de 1857), casada com o duque Frederico Guilherme de Gloucester e Edimburgo; sem descendência.
  12. Sofia do Reino Unido (3 de Novembro de 1777 - 27 de Maio de 1848), nunca se casou, mas é provável que tenha tido um filho ilegítimo.
  13. Otávio do Reino Unido (23 de Fevereiro de 1779 - 3 de Maio de 1783), morreu na infância.
  14. Alfredo do Reino Unido (22 de Setembro de 1780 - 20 de Agosto de 1782), morreu na infância.
  15. Amélia do Reino Unido (7 de Agosto de 1783 - 2 de Novembro de 1810), morreu solteira e sem descendência.
Homenagens
Em sua homenagem, foram batizados os seguintes lugares:
  • Charlotte, na Carolina do Norte, EUA.
  • Charlottetown, na Ilha do Príncipe Eduardo, Canadá.
  • The Queen Charlotte Islands, na Columbia Britânica, Canadá.
  • Port Charlotte, na Flórida, EUA
  • "Queen's College" de Nova Brunswick em Nova Jersey (agora Universidade Rutgers).
  • "Queen's College" de Charlotte na Carolina do Norte.
Genealogia
Os antepassados de Carlota de Mecklenburg-Strelitz em três gerações
Carlota de Mecklenburg-StrelitzPai:
Carlos Luís Frederico de Mecklenburg-Strelitz
Avô paterno:
Adolfo Frederico II de Mecklenburg-Strelitz
Bisavô paterno:
Adolfo Frederico I de Mecklemburgo
Bisavó paterna:
Maria Catarina de Brunswick-Dannenberg
Avó paterna:
Cristiana Emília de Schwarzburg-Sondershausen
Bisavô paterno:
Cristiano Guilherme I de Schwarzburg-Sondershausen
Bisavó paterna:
Antónia Sibila de Barby-Mühlingen
Mãe:
Isabel Albertina de Saxe-Hildburghausen
Avô materno:
Ernesto Frederico I de Saxe-Hildburghausen
Bisavô materno:
Ernesto de Saxe-Hildburghausen
Bisavó materna:
Sofia de Waldeck
Avó materna:
Sofia Albertina de Erbach-Erbach
Bisavô materno:
Jorge Luís I de Erbach-Erbach
Bisavó materna:
Amália Catarina de Waldeck-Eisenberg
Período: 8 de setembro de 1761 - 17 de dezembro de 1818.
Predecessor: Carolina de Ansbach.
Sucessor: Carolina de Brunswick.
Coroação: 22 de setembro de 1761.
Conjugue: Jorge III da Grã-Bretanha.
Descendência: Jorge IV do Reino Unido, Frederico, Duque de Iorque e Albany, Guilherme IV do Reino Unido, Carlota, Princesa Real, Eduardo Augusto, Duque de Kent e Strathearn, Augusta Sofia do Reino Unido, Isabel do Reino Unido, Ernesto Augusto I de Hanôver, Augusto Frederico, Duque de Sussex, Adolfo, 1° Duque de Cambridge, Maria, Duquesa de Gloucester de Edimburgo, Sofia do Reino Unido, Otávio do Reino Unido, Alfredo do Reino Unido, Amélia do Reino Unido.
Pai: Carlos Luís Frederico de Mecklembrugo.
Mãe: Isabel Albertina de Saxe-Hidburghausen.
Nascimento: 19 de maio de 1744, Mirow, Alemanha.
Morte: 17 de novembro de 1818 (74 anos), Palácio de Kew, Londres, Reino Unido.
                                                       Rainha-Consorte da Grã-Bretanha.

Carolina de Brunswick
Carolina Amélia Isabel de Brunswick-Wolfenbüttel (17 de maio de 1768 - 7 de agosto de 1821) foi a rainha consorte de Jorge IV do Reino Unido, de 29 de janeiro de 1820 até sua morte.
Índice
1 Família
2 Casamento perturbado
3 Rainha consorte
4 Morte
5 Curiosidades
6 Títulos
Família
Carolina nasceu em Braunschweig (em inglêsBrunswick), na Alemanha, como a segunda filha do duque Carlos Guilherme Fernando de Brunswick-Wolfenbüttel e da Princesa Augusta Carlota de Gales, a irmã mais velha de Jorge III do Reino Unido.
Casamento perturbado
Ela casou-se com o filho mais velho do rei Jorge III, seu primo-irmão, em 8 de abril de 1795, no Palácio de St. James, Londres. Seu marido, o futuro Jorge IV, era o então Príncipe de Gales. Jorge não considerava Carolina uma mulher atraente e higiênica e suspeitava que ela não fosse virgem antes do casamento. O príncipe já havia desposado secretamente Maria Anne Fitzherbert; entretanto, este casamento violava o Ato de Casamento Real de 1772 e portanto não era válido.
Carolina também achava Jorge igualmente desestimulante, e a correspondência do príncipe revelou que o casal somente teve três momentos de relações sexuais durante todo o casamento: dois durante a primeira noite e um na segunda noite. A Princesa Carlota de Gales, a única criança legítima de Jorge IV, nasceu em 7 de janeiro de 1796 e foi proveniente de algum desses três momentos. O Príncipe e a Princesa de Gales não viveram mais juntos desde o nascimento da filha e apareciam separadamente em público. Ambos tiveram amantes.
Foi alegado que seu casamento ficou muito perturbado quando Jorge IV começou a ter um caso com a cortesã Frances Villiers, Condessa de Jersey. No entanto, é mais provável que Carolina tivesse pouco interesse em seu marido e com quem ele estava envolvido romanticamente.
Rainha consorte
Impedida de ver a sua filha, Carolina foi banida em 1799 para a sua residência particular ('The Pagoda') em Blackheath, Londres, onde ela teve casos com o político George Canning e com o comandante Sir Sidney Smith.
Em 1806, surgiram rumores de que uma criança, vivendo com ela, era seu filho e de que, caso fosse filho do Príncipe de Gales, teria um lugar na linha de sucessão. Uma investigação secreta foi realizada e, embora não tenha provado que a alegação era verdadeira, mostrou que a conduta da Princesa de Gales era imprópria. Em 1814, Carolina deixou o país e contraiu dívidas viajando pela Europa com seus amantes. Durante este período, a filha do casal, que estava casada com o futuro Leopoldo I da Bélgica, morreu ao dar luz a um menino nadomorto, seu único filho. Carolina soube da tragédia por uma carta que seu cunhado aflito lhe enviou.
A surpreendente ascensão ao trono de seu marido, em 1820, trouxe Carolina de volta à Inglaterra. Ela recusou todas as ofertas monetárias para ficar longe de Jorge. Quando chegou ao país, em 6 de junho, surgiram tumultos apoiando Carolina. O rei pediu aos seus ministros para se livrarem dela. A Denúncia de Penas e Penalidades de 1820 foi introduzida ao Parlamento em ordem de reivindicar o título de rainha consorte de Carolina e de dissolver o casamento. Foi dito que Carolina estivera envolvida com um anão, Bartolomeo Pergami, no continente. A denúncia passou para a Câmara dos Lordes, mas não passou para a Câmara dos Comuns, onde havia um forte e popular apoio em seu favor. Carolina disse no tribunal que havia apenas cometido adultério com um homem: o marido da Sra. Fitzherbert, na tentativa de importunar Jorge e sua amante. Em 21 de julho de 1821, nas portas da Abadia de Westminster, Carolina foi expulsa da coroação. Apesar das melhores tentativas do rei, Carolina tinha uma popularidade muito forte entre as massas, que lhe dava um poder considerável e uma vantagem sobre o marido.
                                         Carolina de Brunswick, pintura de Sir Thomas Lawrence.
Morte
Na noite da coroação, Carolina sentiu-se doente, vomitando, com o pulso errático. Ela morreu três semanas depois. A causa exata de sua morte nunca foi descoberta, mas Carolina estava certa de que tinha sido envenenada. Seus médicos acharam que o problema era obstrução intestinal. Sabendo que não sobreviveria, Carolina permitiu uma autópsia. Em 7 de agosto de 1821, aos cinqüenta e três anos, Carolina faleceu. Ela permaneceu legalmente como rainha do Reino Unido, mas foi enterrada na sua terra natal. Em seu túmulo, está escrito: "Aqui descansa Carolina, a ferida Rainha da Inglaterra".
Curiosidades
Uma anedota popular relata que, após a morte de Napoleão Bonaparte, o Duque de Wellington veio dar as notícias ao rei, dizendo "Senhor, o vosso maior inimigo morreu". O rei teria respondido: "Graças a Deus que me livrei dela!"
Títulos
  • 1768-1795 Sua Alteza Sereníssima Duquesa Carolina de Brunswick-Wolfenbüttel
  • 1795-1820 Sua Alteza Real A Princesa de Gales
  • 1820-1821 Sua Majestade Rainha Carolina do Reino Unido
Governo
Reinado: 29 de janeiro de 1820 - 7 de agosto de 1821.
Consorte: Jorge IV.
Casa Real: Welf.
Títulos: SM Rainha Carolina do Reino Unido, SAR Princesa de Gales, SAS Duquesa Carolina de Brunswick-Wolfbüttel.
Vida
Nome completo: Carolina Amélia Isabel de Brunswick-Wolfbüttel.
Nascimento: 17 de maio de 1768, Brunswick, Alemanha.
Morte: 7 de agosto de 1721 (53 anos), Londres, Inglaterra.
Sepultamento: Brunswick, Alemanha.
Filhos: Princesa Carlota de Gales.
Pai: Carlos Guilherme Fernando de Brunswick-Wolfenbüttel.
Mãe: Princesa Augusta Carlota de Gales.
                                                                  Carolina de Brünswick.

Adelaide de Saxe-Meiningen
A princesa Adelaide de Saxe-Meiningen (Adelaide Luísa Teresa Carolina Amélia), (13 de agosto de 1792 — 2 de dezembro de 1849) foi a rainha consorte de Guilherme IV do Reino Unido. Antes de se tornar rainha consorte, era conhecida como Sua Alteza Real A Duquesa de Clarence.
Índice
1 Primeiros anos
2 Casamento
3 Rainha consorte
4 Rainha viúva
5 Legado
  5.1 Cultura popular
Primeiros anos
Adelaide nasceu no dia 13 de Agosto de 1792 em Meiningen, na Alemanha. O seu pai era o duque Jorge I de Saxe-Meiningen e a sua mãe era a princesa Luísa Leonor, filha do príncipe Cristiano de Hohenlohe-Langenburg. O seu título de nascimento era Sua Alteza Sereníssima, a princesa Adelaide de Saxe-Meiningen, duquesa na Saxónia, mas este viria a ser elevado para Sua Alteza após o Congresso de Viena.
Saxe-Meiningen era um estado pequeno, com uma área de apenas 1,100 km2. Era o estado alemão mais liberal da sua época, permitindo liberdade de imprensa e critica aberta ao seu governante.
Casamento
Em finais de 1811, o rei Jorge III do Reino Unido tinha enlouquecido e, apesar de continuar a ser rei em nome, o seu herdeiro e filho mais velho, Jorge, era príncipe-regente. No dia 6 de Novembro de 1817, a única filha legitima do príncipe-regente, a princesa Carlota, esposa do príncipe Leopoldo de Saxe-Coburg-Saalfeld (depois rei Leopoldo I dos Belgas) morreu ao dar à luz. A princesa Carlota estava em segundo lugar na linha de sucessão: se tivesse vivido mais tempo do que o seu pai e avô, teria sido rainha do Reino Unido. Com a sua morte, o rei foi deixado com doze filhos dos quais nenhum tinha filhos legítimos. O príncipe-regente estava separado da sua esposa, que tinha já quarenta e nova anos de idade. Assim, havia poucas hipóteses de que fosse ter mais herdeiros. Para assegurar a linha de sucessão, o príncipe Guilherme, duque de Clarence, e outros filhos do rei Jorge III, procuraram contrair casamentos rápidos com o objectivo de produzir descendência que pudesse herdar o trono. Guilherme já tinha dez filhos ilegítimos com a popular actriz Dorothea Jordan, mas estes estavam obviamente afastados da linha de sucessão.
Era provável que o parlamento fosse entregar um rendimento considerável a qualquer duque real que se casasse, algo que funcionou como um incentivo adicional para que Guilherme se decidisse a casar. Adelaide era uma princesa de um estado alemão sem importância, mas Guilherme tinha as escolhas limitadas e, depois de não conseguir chegar a acordo com outras candidatas, o seu casamento com Adelaide foi arranjado. O rendimento proposto foi reduzido pelo parlamento, enfurecendo tanto o duque que este chegou a considerar cancelar o casamento. Contudo, Adelaide parecia a candidata ideal: amável, caseira e disposta a aceitar os filhos ilegítimos de Guilherme como parte da família. O acordo foi arranjado e Guilherme escreveu ao seu filho mais velho:"Está condenada, a pobre, inocente, querida e jovem criatura, a ser minha esposa." 
Adelaide casou-se com Guilherme num casamento duplo com o irmão de Guilherme, o príncipe Eduardo, duque de Kent e da sua noiva, a princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, no dia 11 de Julho de 1818, no Palácio de Kew em Surrey. Os dois só se tinham conhecido cerca de uma semana antes, no dia 4 de Julho, no Grillion Hotel em Bond Street. Nem Guilherme nem Adelaide se tinham casado antes e Guilherme era vinte e sete anos mais velho.
Apesar das circunstâncias pouco românticas, o casal instalou-se amigavelmente em Hanôver, onde o custo de vida era muito mais baixo do que em Inglaterra, e, segundo testemunhos, eram devotos um ao outro ao longo de todo o casamento. Adelaide melhorou o comportamento de Guilherme: o duque passou a beber menos, a dizer menos palavrões e a tornar-se mais delicado. Os observadores achavam-nos frugais, e que o seu estilo de vida era simples, até aborrecido. Guilherme acabou por aceitar o aumento reduzido do seu rendimento votado pelo parlamento.
Enquanto estava no continente, Adelaide engravidou, mas ao sétimo mês de gravidez adoeceu de pleurisia que fez com que desse à luz prematuramente. A sua filha, Carlota, viveu apenas durante algumas horas. No mesmo ano, Adelaide ficou grávida novamente, o que levou Guilherme a fazer planos para se mudar para Inglaterra para que o seu herdeiro nascesse em solo britânico, mas a sua esposa acabou por abortar em Calais, a meio da viagem, no dia 5 de Setembro de 1819. No ano seguinte, Adelaide engravidou mais uma vez, tendo uma segunda filha, Isabel, em Dezembro de 1820. Isabel parecia forte a principio, mas morreu com apenas quatro meses de idade de "inflamação dos instestinos." No fim, Guilherme e Adelaide acabaram por não ter filhos. No dia 8 de Abril de 1822 deu à luz dois gémeos que nasceram mortos, e pode ter tido outra gravidez no mesmo ano.
A princesa Vitória de Kent acabou por ser considerada herdeira de Guilherme, visto que Adelaide não voltou a engravidar, apesar de os rumores sobre tal terem continuado ao longo do reinado de Guilherme, que não tinham qualquer fundamento.
                                                                   Adelaide em 1836.
Rainha consorte
Na altura do seu casamento, Guilherme não era herdeiro presumível do trono, mas chegou a essa posição quando o seu irmão Frederico, duque de Iorque, morreu em 1827 sem descendentes. Dada a pouca probabilidade de os seus irmãos mais velhos terem filhos e a relativa juventude e boa saúde de Guilherme, tornou-se extremamente provável que ele viesse a tornar-se rei a seu tempo. Em 1830, após a morte do seu irmão Jorge IV, Guilherme subiu ao trono. Uma das suas primeiras acções foi entregar a responsabilidade de Bushy Park (que tinha sido exercida por ele durante trinta e três anos) à rainha Adelaide. Isto permitiu que Adelaide pudesse continuar a viver lá para o resto da vida. O rei e a rainha foram coroados no dia 8 de Setembro de 1831 na Abadia de Westminster. Adelaide era profundamente religiosa e levou a missa muito a sério. Guilherme desprezou a cerimónia e portou-se como "uma personagem de uma ópera cómica" durante toda ela, possivelmente de propósito, zombando aquilo que considerava ser uma charada ridícula. De todos os convidados, apenas Adelaide foi elogiada pela sua "dignidade, tranquilidade e graça característica".
Adelaide era adorada pelo povo britânico pela sua religiosidade, modéstia, caridade e a sua trágica história de gravidezes. Uma grande parte do seu rendimento ia para a caridade. Também tratava a jovem princesa Vitória de Kent (herdeira de Guilherme que depois se tornaria na rainha Vitória) com gentileza, apesar da sua incapacidade em produzir um herdeiro e da guerra aberta que existia entre o seu marido e a mãe de Vitória. Recusou-se a ter mulheres de honra questionável na sua corte. O sacristão Charles Greville do conselho privado escreveu sobre ela: “a rainha é puritana e recusa-se a receber senhoras come décolletées nas suas festas. Jorge IV, que gostava muito desse tipo de coisas, não as deixava aparecer cobertas.” 
Adelaide tentou influenciar o rei politicamente, embora não tivesse tido sucesso. Nunca falou de política em público, no entanto, era fortemente conservadora. Não se sabe ao certo se a mudança de atitude de Guilherme durante a aprovação da Lei de Reforma de 1832 se deveram à sua influência. A imprensa, o público e os membros da corte assumiram que a rainha andava a agitar-se em segredo contra a reforma, mas ela tinha o cuidado de não se consignar demasiado em público. Como resultado da sua parcialidade, ficou pouco popular entre os reformadores. Pouco depois começaram a circular rumores de que a rainha estava a ter um caso amoroso com o seu Lord Chamberlain, o conservador Lord Howe, mas quase todos na corte sabiam que Adelaide era extremamente religiosa e que sempre foi fiel ao marido. O primeiro-ministro liberal, Lord Grey, retirou Lord Howe da casa de Adelaide. As tentativas para o voltar a admitir depois da lei de reforma ter passado não tiveram sucesso, uma vez que Lord Grey e Lord Howe não chegaram a acordo quanto à independência que o último poderia ter do governo.
Em Outubro de 1834, um grande fogo destruiu grande parte do Palácio de Westminster, que Adelaide considerou um castigo divino pelos caprichos da reforma. Quando o ministro liberal, Lord Melbourne, foi dispensado pelo rei, o jornal “The Times” culpou a rainha por tal acção, apesar de parecer que ela estava pouco envolvida no assunto. Influenciada pelo seu igualmente reaccionário cunhado, o duque de Cumberland, a rainha chegou a escrever ao rei contra a reforma da igreja da Irlanda.
Tanto Guilherme como Adelaide gostavam muito da sua sobrinha, a princesa Vitória de Kent, e queriam que ela estivesse mais próxima deles. Os seus esforços de nada valeram devido à mãe de Vitória, a duquesa viúva de Kent. A duquesa recusava-se a reconhecer os antepassados de Adelaide, não respondia às suas cartas e ocupava espaços nos estábulos e palácios reais para seu uso pessoal. O rei, ofendido por aquilo que via como desrespeito por parte da duquesa para com a sua esposa, anunciou sem rodeios, na sua presença, que a duquesa era "incapaz de agir com boa educação", que ele tinha sido "grosseiramente e continuamente insultado por aquela pessoa” e que esperava ter a satisfação de viver além da maioridade de Vitória para que a duquesa de Kent nunca fosse regente. Todos ficaram horrorizados com a veemência do discurso e todas as três mulheres envolvidas (a duquesa, Vitória e a sua esposa), ficaram profundamente desconsertadas. A zanga entre a duquesa e o rei e a rainha nunca foi completamente curada, mas Vitória sempre teve muita consideração por ambos.
                                                      A rainha Adelaide na década de 1830.
Rainha viúva
A rainha Adelaide ficou gravemente doente em Abril de 1837, na mesma altura em que tinha estado presente no leito de morte da sua irmã em Meiningen, mas conseguiu recuperar. Em Junho tornou-se claro que era o rei que estava a ficar fatalmente doente. Adelaide permaneceu devota junto do leito do marido sem ir para a cama durante mais de dez dias. Guilherme IV morreu de falha cardíaca na madrugada de 20 de Junho de 1837, no Castelo de Windsor, onde foi enterrado. A primeira rainha-viúva em mais de um século (a viúva de Carlos II, Catarina de Bragança, tinha morrido em 1705 e Maria de Modena, esposa do deposto Jaime II, em 1718), Adelaide viria a viver mais doze anos do que Guilherme. Após a morte do marido, Adelaide tornou-se inquilina de William Ward e passou a residir na casa que este tinha recentemente comprado, Witley Court em Worcestershire, onde permaneceu entre 1842 e 1846. Em certa ocasião, quando saudava pessoas em Measham, o público foi informado de que só se podia aproximar se tivesse carruagem. Um homem estava tão desesperado para conhecer a rainha Adelaide que se aproximou dela numa banheira arrastada por uma mula. Mesmo assim, a rainha cumprimentou-o.
Morreu durante o reinado da sua sobrinha, a rainha Vitória, no dia 2 de Dezembro de 1849 de causas naturais em Bentley Priory, Middlesex, e foi enterrada na Capela de São Jorge (Castelo de Windsor). Escreveu instruções para o seu funeral durante uma doença em 1841 em Sudbury Hall: "Morro com toda a humildade", escreveu, "todos somos iguais perante o trono de Deus e, assim, peço que os meus restos mortais sejam colocados na sua sepultura sem pompa ou circunstância (...) ter um funeral o mais privado e discreto possível. Tenho o desejo de não ser enterrada com honras de estado (...) morro em paz e desejo ser levada para o Criador em paz, livre das vaidades e pompa deste mundo."
Legado
O nome de Adelaide é provavelmente mais conhecido pelo estado do sul da Austrália, criado durante o breve reinado de Guilherme IV. A capital de Adelaide recebeu o nome em sua honra quando foi fundada em 1836. O Queen Adelaide Club for Women ainda continua activo lá e uma estátua de bronze da rainha Adelaide encontra-se em frente da Câmara Municipal. Existe uma aldeia chamada Queen Adelaide em Cambridgeshire e ruas com esse nome em Westminster, Bradford e Belfast no Reino Unido, Toronto no Canada, Brisbane em Queensland, Fremantle no oeste da Austrália, e Dun Laoghaire na Irlanda; existe também uma Avenida Adelaide em Camberra, uma estrada Adelaide e um Hospital Adelaide em Dublin, um Adelaide Terrace em Perth e uma estação de comboios Adelaide em Belfast. A Austrália tem dois rios Adelaide, no norte e na Tasmânia, e um recife Adelaide em Queensland. Uma cidade Adelaide na África do Sul, O parte da rainha em Brighton também recebeu o nome em sua honra. A citadela de Port Louis, capital da República Mauritânia é chamada de Forte Adelaide por causa dela, uma vez que começou a ser construida durante o reinado de Guilherme em 1834.
A rainha Vitória, que nunca esqueceu a sua tia, chamou a sua primeira filha de Vitória Adelaide em sua honra.
Cultura popular
A rainha Adelaide foi retratada por Harriet Walter no filme de 2009 The Young Victora como a conselheira gentil mas prática da inexperiente rainha. Delena Kidd retratou-a na série de 2001 Victoria & Albert.
Governo
Consorte: Guilherme IV do Reino Unido.
Vida
Nascimento: 13 de agosto de 1792, Meiningen, Alemanha.
Morte: 2 de dezembro de 1849 (57 anos), Middlesex, Reino Unido.
Sepultamento: Capela de São Jorge, Berkshire, Inglaterra.
Filhos: Carlota de Clarence, Isabel de Clarence.
Pai: Jorge I de Saxe-Meninigen.
Mãe: Luísa Leonor de Hohenlohe-Langenburg.
                                                        Adelaide por Sir William Beechey.

Alberto de Saxe-Coburgo-Gota
Príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota (26 de agosto de 1819, Coburgo, Baviera - 14 de dezembro de 1861, Windsor, Berkshire) foi o marido e príncipe consorte da Rainha Vitória do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e o pai do rei Eduardo VII.
Ele foi o único marido de uma rainha britânica que oficialmente deteve o título de príncipe consorte. Após a morte de Vitória, em 1901, a Casa de Saxe-Coburgo-Gota, nomeada a partir do ramo dinástico da família ducal saxônica à qual Alberto pertencia, sucedeu a Casa de Hanôver no trono britânico.
Família e educação
Alberto nasceu no Castelo de Rosenau, perto de Coburgo (outrora no ducado da Saxônia, agora no estado da Baviera, Alemanha), como o segundo filho do duque Ernesto I de Saxe-Coburgo-Gota e de sua primeira esposa, Luísa de Saxe-Gota-Altenburgo. A tia paterna de Alberto, Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld, tinha se casado com Eduardo Augusto, duque de Kent, o quarto filho do rei Jorge III do Reino Unido. Ela era a mãe da futura rainha Vitória. Por isso, Alberto e sua futura esposa eram primos-irmãos. Eles também nasceram no mesmo ano, com a ajuda da mesma parteira.
Alberto e seu irmão mais velho, Ernesto, passaram sua juventude em próximo companheirismo, apesar do turbulento casamento e conseqüente divórcio de seus pais. A mãe deles foi exilada da corte e desposou, secretamente, seu amante, Alexandre von Hanstein, depois conde de Polzig-Baiersdorf. Ela provavelmente nunca mais conseguiu ver seus dois filhos e morreu de câncer aos trinta anos de idade, em 1831. No ano seguinte, o pai deles desposou sua sobrinha, a princesa Maria de Württemberg, prima de Alberto. Maria teve pouco, senão nenhum, acesso na vida de seus enteados.
Os irmãos foram educados primeiramente por tutores particulares e depois estudaram em Bruxelas e na Universidade de Bonn, como muitos outros príncipes. Lá, Alberto estudou Direito, economia política, filosofia e história da arte, tocou instrumentos musicais e excedeu-se em ginásticas, especialmente esgrima e equitação. Entre seus professores, estiveram Schlegel e Fichte.
Casamento
Por volta de 1836, a idéia do casamento entre Alberto e a herdeira ao trono britânico, a princesa Vitória de Kent (como ela era então titulada), surgiu na mente do ambicioso tio deles, Leopoldo, titulado rei dos belgas em 1831. Leopoldo organizou um encontro entre o duque de Saxe-Coburgo-Gota, seus dois filhos e Vitória, em maio de 1836.
A visita, contudo, não agradou ao rei Guilherme IV, tio paterno de Vitória, que não queria nenhuma união com os Coburgos, preferindo o príncipe Alexandre dos Países Baixos, o segundo filho de Guilherme II.
Vitória estava bastante ciente dos vários planos matrimôniais e avaliou uma série de príncipes eligíveis, de forma crítica. Ela escreveu sobre Alberto: "Ele é extremamente bonito; seu cabelo tem a mesma cor que o meu; seus olhos são grandes e azuis, e ele tem um lindo nariz e uma boca muito doce com belos dentes; mas o charme de seu semblante é a sua expressão, a mais deleitável". Alexandre, por outro lado, era "muito comum".
                     Brasão de armas do Príncipe Consorte Alberto, Duque de Saxe-Coburgo-Gota.
Curiosidades
O Royal Albert Hall foi construído em sua memória.
Governo
Reinado: 14 de fevereiro de 1840 - 14 de dezembro de 1861.
Consorte: Rainha Victoria.
Casa Real: Saxe-Coburgo-Gota.
Hino Real: Good Save the King.
Vida
Nome completo: Francisco Albert Carlos Augusto Emanuel.
Nascimento: 26 de agosto de 1819, Coburgo, Baviera.
Morte: 14 de dezembro de 1861 (42 anos), Windsor, Reino Unido.
Filhos: Princesa Vitória, Eduardo VII do Reino Unido, Princesa Alice, Alfredo de Saxe-Coburgo-Gota, Princesa Helena, Princesa Luísa, Artur, Duque de Connaught, Leopoldo, Duque de Albany, Princesa Beatriz do Reino Unido.
Pai: Ernesto de Saxe-Coburgo-Gota.
Mãe: Luísa de Saxe-Cobrugo-Altenburgo.
                               
                        Príncipe Alberto de Saxe-Cobrugo-Gota, em 1860.

Alexandra da Dinamarca
Alexandra da Dinamarca (Alexandra Carolina Maria Carlota Luísa Júlia; 1 de dezembro de 1844 — 20 de novembro de 1925) foi a rainha consorte de Eduardo VII do Reino Unido.
A família de Alexandra era relativamente desconhecida até o seu pai, o príncipe Cristiano de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, ser escolhido para suceder ao seu primo distante, o rei Frederico VII, no trono dinamarquês. Aos dezasseis anos, a princesa foi escolhida para futura esposa do príncipe Alberto Eduardo de Gales, herdeiro da rainha Vitória, tendo contraído matrimónio dezoito meses depois, em 1863, o mesmo ano em que o seu pai se tornou rei da Dinamarca e o seu irmão foi escolhido para se tornar rei da Grécia. Alexandra foi princesa de Gales entre 1863 e 1901, sendo até hoje a pessoa que mais tempo deteve este título. Tornou-se geralmente popular e o seu estilo e porte foram imitados por quase todas as mulheres britânicas da época. Apesar de ser excluída de qualquer actividade política, a princesa tentou sem sucesso influenciar alguns ministros britânicos e a família do marido a favor de interesses gregos e dinamarqueses. As suas funções de estado limitavam-se a trabalhos de caridade que não causassem demasiado escândalo.
Após a morte da rainha Vitória em 1901, o seu marido tornou-se o rei Eduardo VII, imperador da Índia e Alexandra passou a ser a sua rainha e imperatriz consorte. Desde a morte de Eduardo em 1910 até à sua própria morte, foi rainha-mãe do Reino Unido, sendo mãe do rei Jorge V. Não confiava no seu sobrinho, o imperador Guilherme II da Alemanha e deu total apoio ao seu filho durante a Primeira Guerra Mundial que colocou a Grã-Bretanha contra o Império Alemão.
Índice
1 Família e Infância
2 Casamento e Família
  2.1 Descendência
3 Princesa de Gales
4 Rainha Alexandra
  4.1 Rainha Consorte
  4.2 Rainha Mãe
5 Legado
6 Visita a Portugal
7 Títulos
8 Genealogia
Família e Infância
A princesa Alexandra Carolina Maria Carlota Luísa Julia, ou "Alix", como a família mais chegada lhe chamava, nasceu no Palácio Amarelo, um palacete citadino do século XVIII localizado ao lado do Palácio de Amalienborg em Copenhaga. O seu pai era o príncipe Cristiano de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg e a sua mãe a princesa Luísa de Hesse-Cassel. Apesar de ter sangue real,  a sua família vivia uma vida relativamente normal. Não eram muito ricos, o rendimento do seu pai vinha da comissão no exército e era de oitocentas libras por ano e viviam numa casa emprestada pela coroa dinamarquesa. Por vezes o escritor Hans Christian Andersen era convidado ao palácio para ler histórias às crianças antes de elas irem dormir.
Em 1848, o rei Cristiano VIII da Dinamarca morreu e o seu único filho, Frederico, subiu ao trono. Frederico não tinha filhos apesar de se ter casado duas vezes, pelo que se assumia que fosse infértil. Iniciou-se então uma crise de sucessão, visto que Frederico reinava tanto na Dinamarca como nos ducados de Schleswig-Holstein e estes tinham leis de sucessão distintas. Em Holstein, a lei sálica impedia que o trono fosse herdado através da linha de sucessão feminina enquanto que na Dinamarca não havia qualquer impedimento nesse sentido. Holstein, sendo um ducado predominantemente alemão, queria a independência e pediu ajuda à Prússia. Em 1852, as grandes potências convocaram uma conferência em Londres para discutir a sucessão dinamarquesa. Foi assinado um tratado de paz pouco seguro que incluia a garantia de que Cristiano seria o herdeiro de Frederico e que todos os outros membros da família real dinamarquesa que tivessem direitos de sucessão teriam de desistir deles.
O príncipe Cristiano recebeu o título de príncipe da Dinamarca e a sua família mudou-se para uma nova residência oficial, o Palácio de Bernstorff. Apesar do estatuto da família ter aumentado, houve pouca diferença nos seus rendimentos e não frequentavam a corte em Copenhaga, visto que os pais de Alexandra se recusavam a conhecer a terceira esposa e antiga amante do rei Frederico, Louise Rasmussen, por esta ter um filho ilegítimo do seu antigo amante. Alexandra partilhava um quarto no sótão com a sua irmã mais nova,Dagmar, que depois se tornaria imperatriz da Rússia, fazia as suas próprias roupas e punha a mesa com a ajuda das suas irmãs. Foi em Bernstorff que Alexandra se tornou uma jovem mulher, aprendendo a falar inglês com aulas de um capelão britânico e teve a sua cerimónia de confirmação no Palácio de Christiansborg. Alexandra sempre foi muito religiosa e continuaria a sê-lo por toda a sua vida, preferindo a doutrina litúrgica mais conservadora. Alexandra teve aulas de natação na companhia da sua irmã Dagmar dadas pela sueca Nancy Edberg, uma pioneira na natação feminina.
                                              Alexandra e sua irmã Dagmar, quando crianças.
Casamento e Família
A rainha Vitória e o seu marido, o príncipe Alberto, estavam à procura de uma noiva para o seu filho e herdeiro, o príncipe Alberto Eduardo de Gales. Tinham feito uma lista de princesas disponíveis com a ajuda da sua filha, a princesa-herdeira Vitória da Prússia, e procuravam a candidata ideal. Alexandra não foi a sua primeira escolha, visto que os dinamarqueses estavam de costas voltadas para os prussianos por causa da questão de Schleswig-Holstein e a grande maioria dos parentes da família real britânica eram ou tinham origens alemãs. Contudo, depois de Eduardo ter rejeitado todas as outras candidatas da lista, o casal acabou por decidir que ela era "a única que pode ser escolhida".
A 24 de Setembro de 1861, a princesa Vitória apresentou o seu irmão Eduardo a Alexandra em Speyer, mas só um ano depois, a 9 de Setembro de 1862, depois do seu caso com Nellie Clifden e a morte do príncipe Alberto) é que Eduardo pediu Alexandra em casamento no Castelo Real de Laeken, casa do seu tio-avô, o rei Leopoldo I da Bélgica.
Alguns meses depois, Alexandra viajou para o Reino Unido a bordo do iate real Victoria and Albert II e chegou a Gravesend, Kent, a 7 de Março de 1863. Sir Arthur Sullivan compôs uma música para a sua chegada e Alfred Tennyson, poeta laureado, escreveu um ode em honra de Alexandra:
Cquote1.svgSea King's daughter from over the sea,
Alexandra!
Saxon and Norman and Dane are we,
But all of us Danes in our welcome of thee,
Alexandra!
— A Welcome to Alexandra, Alfred Tennyson
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Alexandra e Eduardo casaram-se a 10 de Março de 1863 na Capela de St. George no Castelo de Windsor, sendo a cerimónia celebrada pelo arcebispo da Cantuária, Thomas Longley. A escolha da igreja foi criticada pela impressa, (por se localizar fora de Londres, a maioria dos habitantes não pôde assistir ao espectáculo), pelos convidados (era um local de dificil acesso e demasiado pequeno, além do facto de muitos membros de famílias reais europeias que esperavam ser convidados não o serem) e pelos dinamarqueses, visto que apenas a família mais chegada de Alexandra foi convidada. A corte ainda estava de luto pelo príncipe Alberto, por isso as senhoras convidadas só puderam vestir-se de cinzento, lilás ou malva. À medida que o casal deixava Windsor para a sua lua-de-mel na Casa de Osborne, na Ilha de Wight, foram aclamados pelos alunos de Eton College que ficava perto. Entre eles encontrava-se Lord Randolph Churchill.
No final do ano seguinte, o pai de Alexandra tinha ascendido ao trono da Dinamarca, o seu irmão Jorge tinha-se tornado rei da Grécia, a sua irmã Dagmar ficou noiva do czarevich da Rússia e Alexandra tinha dado à luz o seu primeiro filho. A ascensão do seu pai ao trono deu inicio a mais conflitos sobre o destino de Schleswig-Holstein. A Confederação Alemã conseguiu invadir a Dinamarca com sucesso, reduzindo a área do país em dois quintos. Para grande irritação da rainha Vitória e da princesa-herdeira da Prússia, Alexandra e Eduardo apoiaram os dinamarqueses durante a guerra. A conquista prussiana das antigas terras dinamarquesas ajudou a aumentar o ódio natural de Alexandra por alemães, um sentimento que duraria por toda a sua vida.
O primeiro filho de Alexandra, o príncipe Alberto Vítor, nasceu dois meses antes do previsto, no inicio de 1864. Alexandra era muito dedicada aos seus filhos: "Não havia momento em que ela estivesse tão feliz como quando podia correr para o quarto das crianças, vestir uma camisa de flanela, dar banho aos filhos e vê-los adormecer nas suas caminhas." Eduardo e Alexandra tiveram seis filhos ao todo: Alberto Vítor, Jorge, Luísa, Vitória, Maud e João. Aparentemente todos eles nasceram antes do tempo, mas o biógrafo Richard Hough defende que Alexandra terá dado as datas erradas à rainha Vitória deliberadamente para que ela não estivesse presente durante os partos. Durante o nascimento da sua filha Luísa em 1867, houve complicações no parto quando Alexandra adoeceu com febre reumática, algo que lhe ameaçou a vida e a deixou permanentemente coxa.
Em público, Alexandra era digna e encantadora, em privado, afectuosa e alegre. Gostava de praticar muitas actividades, incluindo a dança e a patinagem no gelo, mas também era uma amazona experiente. Também gostava de caçar, algo que incomodava a rainha Vitória que lhe pediu para parar, mas sem qualquer sucesso. Mesmo depois do nascimento do seu primeiro filho, Alexandra continuou a socializar tanto como antes, o que levou a algum conflito entre ela e a rainha que foi alimentado pelo seu ódio pela Prússia
                                   Alexandra, princesa de Gales, por Franz Xavier Winterhalter.
                                              Alexandra e Eduardo no dia de seu casamento.
Descendência
O casal teve seis filhos:
NomeNascimentoMorteCasamento
Príncipe Alberto Victor, Duque de Clarence8 de janeiro de 186414 de janeiro de 1892Não se casou.
Jorge V do Reino Unido3 de junho de 186520 de janeiro de 1936Casou-se com Maria de Teck, com quem teve seis filhos.
Luísa, Princesa Real e Duquesa de Fife20 de fevereiro de 18674 de janeiro de 1931Casou-se com Alexandre Duff, 1° Duque de Fife, com quem teve três filhos.
Princesa Vitória Alexandra6 de julho de 18683 de dezembro de 1935Não se casou.
Princesa Maud26 de novembro de 186920 de novembro de 1938Casou-se com Haakon VII da Noruega, com quem teve um filho.
Príncipe Alexandre João de Gales6 de abril de 18717 de abril de 1871
Princesa de Gales
Alexandra e Eduardo visitaram a Irlanda em Abril de 1868. Depois da doença que a tinha afectado no ano anterior, Alexandra tinha começado a caminhar pouco antes sem a ajuda de duas bengalas e já estava grávida do seu quarto filho. O casal real iniciou uma viagem pela Áustria, o Egipto e a Grécia que durou entre 1868 e 1869 que incluiu visitas ao seu irmão, o rei Jorge I da Grécia, aos campos de batalha da Crimeia e, só no caso de Alexandra, ao harém de Ismail Paxá. Na Turquia, a princesa de Gales tornou-se a primeira mulher a jantar na companhia do sultão (Abd-ul-Aziz).
Eduardo e Alexandra fizeram de Sandringham House a sua residência principal, tendo Marlborough House como sua residência londrina. Vários biografos concordam que o seu casamento foi, em vários aspectos, feliz, mas alguns afirmam que Eduardo não dava tanta atenção à esposa quanto ela gostaria e que isso fez com que, à medida que o tempo passava, os dois se fossem afastando, pelo menos até Eduardo sofrer um ataque de febre tifóide (a doença que se pensa que terá matado o pai) em finais de 1871 que fez com que o casal se reconciliasse. Esta ideia é, no entanto, negada por outros que mostram as frequentes gravidezes de Alexandra e cartas da família como provas de que nunca existiu qualquer zanga grave. Apesar de tudo, Eduardo foi duramente criticado por vários sectores da sociedade pela sua aparente falta de interesse quando a sua esposa estava gravemente doente devido ao ataque de febre reumática. Ao longo de todo o casamento, Eduardo continuou a ter casos amorosos com várias mulheres, entre elas a actriz Lillie Langtry, Daisy Greville, condessa de Warwick, a humanitária Agnes Keyser e a matriarca de sociedade Alice Keppel. A maioria destes casos amorosos aconteceu com o conhecimento de Alexandra que mais tarde permitira a presença de Alice Keppel no leito de morte do rei. Por seu lado, Alexandra manteve-se fiel ao longo de todo o casamento.
Ao longo dos anos, Alexandra começou a ficar cada vez mais surda devido a um problema de otosclerose hereditária, algo que a levou a isolar-se da sociedade, passando a dedicar todo o seu tempo aos filhos e aos seus animais de estimação. A sua sexta e última gravidez acabou em tragédia quando o seu filho bebé morreu apenas um dia depois de nascer. Apesar de Alexandra implorar por privacidade, a rainha Vitória insistiu em anunciar um período de luto na corte que levou a comentários desagradáveis por parte de alguns membros da imprensa que descreveram a criança como "um aborto lamentável" e os preparatórios do funeral como "uma triste palhaçada".
Durante oito meses entre 1875 e 1876, o príncipe de Gales esteve ausente da Grã-Bretanha quando foi viajar pela Índia, deixando Alexandra para trás, algo que a entristeceu. O príncipe tinha planeado formar um grupo de viagem inteiramente masculino e tinha todas as intenções de passar a maior parte da viagem a caçar e a praticar tiro ao alvo. Durante esta viagem, um dos amigos que o acompanhava, Lord Aylesford, soube que a sua esposa o ia trocar por outro homem, Lord Blandford, que também era casado. Aylesford ficou horrorizado e decidiu avançar com o divórcio. Entretanto, o irmão de Lord Blandford, Lord Randolph Churchill, conseguiu convencer os amantes a não fugir. Agora preocupada com a hipótese de um divórcio, Lady Aylesford tentou convencer o marido a não avançar com o pedido, mas ele estava decidido e recusou-se a reconsiderar a sua decisão. Numa tentativa de fazer o marido desistir do divórcio, Lady Aylesford e Lord Randolph Churchull chamaram Alexandra e disseram-lhe que se o divórcio prosseguisse, iriam intimidar o seu marido a testemunhar no julgamento e, assim, involvê-lo no escândalo. Preocupada com as ameaças e seguindo o conselho de Sir William Knollys e da duquesa de Teck, Alexandra informou a rainha que depois escreveu ao príncipe de Gales. O príncipe ficou furioso. Eventualmente os Blandfords e os Aylesfords separaram-se em privado. Apesar de Randolph Churchill ter depois pedido desculpa, Eduardo não lhe falou durante muitos anos.
Alexandra passou a primavera de 1877 na Grécia a recuperar de um longo período de fraca saúde, aproveitando para visitar o seu irmão Jorge. Durante a Guerra Russo-Turca, Alexandra estava claramente contra a Turquia e a favor da Rússia, onde a sua irmã vivia e era casada com o czarevich e promoveu a revisão da fronteira entre a Grécia e a Turquia a favor dos gregos. Alexandra e os seus dois filhos passaram os três anos seguintes praticamente afastados, visto que os rapazes foram enviados num cruzeiro por todo o mundo como parte da sua educação naval. A despedida foi muito emocional e, como mostram as cartas frequentes, Alexandra sentiu muito a falta deles. Em 1881, Alexandra e Eduardo foram até São Petersburgo após o assassinato do czar Alexandre II da Rússia, tanto para representar o Reino Unido como para Alexandra reconfortar a sua irmã que se tinha tornado czarina da noite para o dia.
Alexandra tinha muitos deveres publicos, nas palavras da rainha Vitória, "para me poupar do esforço e fatiga das funções. Ela abre bazares, está presente em concertos, visita hospitais em meu lugar (...) não só nunca se queixa como se esforça para provar que gosta daquilo que, para outros, seria um dever fastidioso." Interessava-se principalmente pelo Hospital de Londres que visitava regularmente. Joseph Merrick, o chamado "Homem-Elefante" foi um dos pacientes que a conheceu. As multidões tinham o costume de aclamar Alexandra vigorosamente, mas durante uma visita à Irlanda em 1885, sofreu um raro momento de hostilidade publica quando visitou a cidade de Cork, um centro do movimento nacionalismo irlandês. A princesa e o marido foram vaiados por uma multidão de duas ou três mil pessoas que seguravam paus e bandeiras negras. Alexandra sorriu durante todo o momento, algo que a imprensa elogiou, descrevendo a multidão como "entusiasta". Durante a mesma visita recebeu um doutoramento em música da Trinity College em Dublin.
A morte do seu filho mais velho, o príncipe Alberto Vítor, em 1892, foi um duro golpe para Alexandra e o seu quarto foi mantido exactamente como ele o tinha deixado, tal como o do príncipe Alberto em 1861. Sobre a morte do filho, Alexandra disse: "Enterrei o meu anjo e, com ele, enterrei a minha felicidade." Cartas que sobreviveram entre Alexandra e os seus filhos mostram que havia grande afecto entre eles. Em 1894, o seu cunhado, o czar Alexandre III da Rússia, morreu e o seu sobrinho Nicolau II subiu ao trono. A irmã viúva de Alexandra, a imperatriz-viúva, apoiou-se muito nela. Alexandra dormiu, rezou e ficou junto da irmã nas duas semanas que se seguiram até Alexandre ser enterrado.
                                                               Alexandra da Dinamarca.
                                                       Alexandra como princesa de Gales.
Rainha Alexandra
Rainha Consorte
Com a morte da sua sogra, a rainha Vitória, em 1901, Alexandra tornou-se rainha-imperatriz consorte do novo rei. Dois meses depois, o seu filho Jorge e a nora Maria partiram para uma longa viagem por todo o império, deixando os seus três filhos ainda muito novos ao cuidado de Alexandra e Eduardo que adorava os seus netos. Quando Jorge regressou, as preparações para a coroação de Eduardo e da esposa já estavam bem encaminhadas. Contudo, apenas alguns dias antes da data marcada para a cerimónia, em Junho de 1902, Eduardo ficou gravemente doente devido a um absesso no apêndice ou apendicite. Alexandra representou-o numa parada militar e esteve presente nas corridas de cavalo em Ascot sem ele, numa tentativa de evitar alarme público. Eventualmente, a coroação teve de ser adiada e Eduardo foi operado pelo doutor Frederick Treves do Hospital de Londres para retirar o apêndice infectado. Após a sua recuperação, foi coroado juntamente com Alexandra em Agosto do mesmo ano, ele pelo arcebispo da Cantuária, Frederick Temple, e ela pelo arcebispo de Iorque, William Dalrymple Maclagan.
Apesar de ser agora rainha, os deveres de Alexandra pouco mudaram e manteve muito da sua velha rotina. A camareira de Alexandra, Charlotte Knollys, prestou serviço a Alexandra com grande lealdade durante muitos anos. A 10 de Dezembro de 1903, Charlotte, filha de Sir William Knollys, acordou com o quarto cheio de fumo. Acordou Alexandra e levou-a para um lugar seguro. Nas palavras da grã-duquesa Augusta de Mecklenburg-Strelitz: "Temos de agradecer principalmente à velha Charlotte porque na verdade foi ela que salvou a vida da Alexandra."
Alexandra voltou a tomar conta dos seus netos quando Jorge e Maria foram viajar pela segunda vez pelo império, desta vez ao império indiano no inverno de 1905-1906. O seu pai, o rei Cristiano IX, morreu nesse mês de Janeiro. Ansiosa para manter os laços da família intactos, em 1907, Alexandra e a irmã Maria compraram uma casa de verão a norte de Copenhaga, em Hvidøre, como local de refúgio privado.
Os biógrafos concordam que foi negado o acesso de Alexandra aos papéis do rei e que a rainha foi excluída de algumas das viagens ao estrangeiro do rei para impedir que ela interferisse em assuntos diplomáticos. A rainha desconfiava profundamente de alemães e opunha-se sempre a qualquer decisão que favorecesse os interesses ou a expansão da Alemanha. Por exemplo, em 1890, escreveu e distribuiu um memorandum entre os principais ministros e militares britânicos mostrando-se contra a troca da ilha britânica de Heligoland pela colónia alemã de Zanzibar, chamando atenção para a importância estratégica de Heligoland e que esta podia ser utilizada pela Alemanha para lançar um ataque ou pela Grã-Bretanha para evitar hostilidades alemãs. Apesar dos apelos da rainha, a troca avançou. Os alemães fortificaram a ilha e, nas palavras de Robert Ensor e como Alexandra tinha previsto, tornou-se "a jóia da coroa da posição maritima alemã, tanto para o ataque como para a defesa". O Frankfurter Zeitung não escondeu a sua condenação de Alexandra e da sua irmã Maria, afirmando que o par era "o centro da conspiração anti-alemã internacional". Alexandra odiava e desconfiava profundamente do seu sobrinho, o kaiser Guilherme II da Alemanha, acusando-o em 1900 de ser "no fundo, o nosso inimigo".
Em 1910, Alexandra tornou-se a primeira rainha-consorte a visitar a Câmara dos Comuns durante um debate. Destinguindo-se profundamente da sua antecessora, a rainha permaneceu sentada na Galeria das Damas durante duas horas, observando atentamente a discussão de uma lei no parlamento que tinha como objectivo reformar o papel da Câmara dos Pares. Em privado, a rainha não concordava com a lei. Pouco depois, Alexandra deixou a Inglaterra para visitar o seu irmão Jorge em Corfu. Enquanto lá estava recebeu a notícia de que o rei Eduardo estava gravemente doente, regressando imediatamente a casa. Chegou um dia antes do marido morrer. Nas suas últimas horas de vida vou Alexandra quem lhe administrou oxigénio através de um cilindro de gás para o ajudar a respirar. Disse a Frederick Ponsonby: "Sinto-me como se fosse feita de pedra, não consigo chorar, não consigo digerir tudo o que está a acontecer." Mais tarde nesse ano, Alexandra mudou-se do Palácio de Buckingham para Marlborough House, mas manteve a sua casa em Sandringham. O novo rei, o filho de Alexandra, conseguiu obter uma decisão do parlamento sobre a lei da Câmara dos Pares pouco depois. Apesar das suas opiniões pessoais, Alexandra apoiou a decisão do filho de forçar o parlamento a aprovar a lei a pedido do primeiro-ministro, mas foi contra a vontade da Câmara dos Pares quando o partido reformista venceu as eleições para a Câmara dos Comuns.
                                                         Alexandra no dia da sua coroação.
Rainha Mãe
Alexandra não esteve presente na coroação do seu filho em 1911, visto não ser costume uma rainha coroada estar presente na coroação de outro rei ou rainha, mas mesmo assim continuou com as suas funções públicas, dedicando muito do seu tempo a obras caritativas. Uma dessas obras era a Alexandra Rose Day, onde eram feitas rosas artificiais por pessoas com incapacidades que eram depois vendidas por voluntárias para ajudar hospitais. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi muito criticado o costume de colocar faixas de príncipes estrangeiros a quem tinha sido investida a Ordem da Jarreteira na Capela de St. George, já que os membros alemães da ordem estavam a lutar contra a Grã-Bretanha. Alexandra juntou-se ao coro de críticas, afirmando que era necessário "fazer desaparecer aquelas faixas alemãs desprezíveis." A 17 de Setembro de 1916, Alexandra estava em Sandringham quando houve um raide aéreo de um Zeppelin, mas o destino foi muito mais cruel para outros membros da sua família. Na Rússia, o seu sobrinho Nicolau II foi deposto e, juntamente com a sua esposa e filhos, assassinado pelos revolucionários. A sua irmã Maria foi retirada da Rússia pelo navio de guerra britânico HMS Marlborough em 1919 e viveu em Inglaterra com Alexandra durante algum tempo.
Alexandra manteve uma aparência jovem durante os seus primeiros anos de velhice, mas durante a guerra começou a envelhecer rapidamente. Começou a usar véus elaborados e muita maquilhagem que, segundo os boatos da altura, faziam com que o seu rosto se assemelhasse “a esmalte”. Não voltou a viajar para o estrangeiro e começou a ficar cada vez mais debilitada. Em 1920, uma veia do seu olho rebentou, deixando-a temporariamente parcialmente cega. Nos seus últimos tempos de vida, começou a perder a memória e a fala. Morreu a 20 de Novembro de 1925 em Sandringham de ataque cardíaco e foi enterrada numa sepultura elaborada ao lado do seu marido na Capela de St. George no Castelo de Windsor.
                                            Alexandra em 1923, dois anos antes da sua morte.
Legado
Depois de Alexandra se ter casado com o príncipe de Gales em 1863, foi construído um novo parque e um Palácio do Povo, uma grande exposição pública de artes numa colina com vista para o norte de Londres que foi rebaptizada de Palácio de Alexandra e parque de Alexandra em sua homenagem.
Memorial da Rainha Alexandra de Alfred Gilbert foi inaugurado no Alexandra Rose Day a 8 de Junho de 1932, junto a Marlborough Gate, em Londres. Uma ode em sua memória intitulada “So Many True Princesses Who Have Gone”, composta por Sir Edward Elgar, com letra do poeta laureado John Masefield, foi cantada durante a inauguração.
Alexandra era muito amada pelo povo inglês. Ao contrário do seu marido e da sua sogra, nunca foi criticada pela imprensa. Com os fundos que ajudou a recolher, foi comprada uma lancha fluvial para transportar os soldados feridos durante a campanha do Sudão, e para criar um navio-hospital chamado The Princess of Wales para transportar os feridos da Segunda Guerra dos Bôeres.
Alexandra percebia pouco de dinheiro. As suas finanças eram geridas por Sir Dighton Probyn VC, que desempenhava a mesma função para o seu marido. Nas palavras do seu neto, o futuro rei Eduardo VIII, "a sua generosidade embaraçava os seus conselheiros financeiros. Sempre que recebia uma carta a pedir dinheiro, mandava imediatamente um cheque na carta seguinte, independentemente da autenticidade do pedido ou sequer investigando o caso.” Apesar de nem sempre se mostrar extravagante (mandava sempre remendar as suas meias velhas para voltarem a ser usadas e os vestidos que deixassem de servir passavam a ser cobertas para mobília), nunca prestava atenção aos avisos de que estava a gastar demasiado, dispensando quem os fizesse com um aceno da mão ou dizendo que não os tinha percebido.
Alexandra escondia uma pequena cicatriz que tinha no pescoço e que provavelmente tinha ganho durante uma operação que fez em criança, usando colares grossos e golas altas, acabando por criar uma moda que foi copiada durante quase cinquenta anos. A influência que a rainha teve na moda foi tão profundo que as senhoras de sociedade até passaram a usar bengalas depois da doença grave que deixou Alexandra coxa em 1867. Visitava principalmente as modistas londrinas, sendo a sua favorita a Redfern, mas também fazia compras ocasionalmente em Doucet na Fromont de Paris.
Alexandra já foi representada em várias séries de televisão britânicas, primeiro por Deborah Grant e Helen Ryan em Edward the Seventh, depois por Ann Firbank em Lillie, Maggie Smith em All King’s Men e Bibi Andersson em The Lost Prince. Helen Ryan também a interpretou no filme The Elephant Man de 1980. No mesmo ano, numa peça de teatro de Royce Ryton intitulada Motherdear foi interpretada por Margaret Lockwood.
                                                  Retrato da rainha Alexandra na Austrália.
Visita a Portugal
A rainha Alexandra visitou oficialmente Portugal desembarcando em Lisboa a 22 de março de 1905. A visita aconteceu para retribuir a viagem que o rei D. Carlos I e a rainha Dona Amélia tinham feito a Inglaterra em finais de 1904. Alexandra chegou acompanhada das suas filhas, a princesa Vitória e a princesa Maud e do genro, o príncipe Carlos da Dinamarca (futuro rei Haakon VII da Noruega). Devido ao fraco estado de saúde da princesa Vitória, Alexandra desembarcou no Terreiro do Paço apenas na companhia do seu cunhado e foi recebida pela rainha Dona Amélia e pela rainha-mãe, Dona Maria Pia e os dois ficaram instalados no Palácio das Necessidades. Na manhã seguinte, o futuro rei da Noruega passeou pela cidade como cidadão comum e não foi reconhecido. A princesa Vitória já se encontrava melhor de saúde, por isso também desembarcou nessa manhã na companhia da irmã Maud e foram recebidas pelo rei D. Carlos. As princesas tiveram uma estadia de apenas algumas horas em Lisboa onde conheceram os filhos do rei no Palácio das Necessidades antes de regressaram ao iate Victoria & Albert.
Além de Lisboa, a rainha Alexandra também visitou Sintra na companhia do seu genro, onde esteve presente num almoço oferecido pela rainha Dona Maria Pia no paço real a 24 de março e deixou o país no mesmo dia.
                                            A rainha Alexandra no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Títulos
  • Sua Alteza Sereníssima a princesa Alexandra de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg (1844–1853)
  • Sua Alteza a princesa Alexandra da Dinamarca (1853–1858)
  • Sua Alteza Real a princesa Alexandra da Dinamarca (1858–1863)
  • Sua Alteza Real a princesa de Gales (1863–1901)
  • Sua Majestade a rainha (1901–1910)
  • Sua Majestade a rainha Alexandra (1910–1925)

                                                 Brasão de ar,as de Alexandra da Dinamarca.
Genealogia
Os antepassados de Alexandra da Dinamarca em três gerações
Alexandra da DinamarcaPai:
Cristiano IX da Dinamarca
Avô paterno:
Frederico Guilherme, Duque de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg
Bisavô paterno:
Frederico Carlos Luís de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Beck
Bisavó paterna:
Frederica de Schlieben
Avó paterna:
Luísa Carolina de Hesse-Kassel
Bisavô paterno:
Carlos de Hesse-Cassel
Bisavó paterna:
Luísa da Dinamarca
Mãe:
Luísa de Hesse-Kassel
Avô materno:
Guilherme de Hesse-Cassel
Bisavô materno:
Frederico III de Hesse-Cassel
Bisavó materna:
Carolina de Nassau-Usingen
Avó materna:
Luísa Carlota da Dinamarca
Bisavô materno:
Frederico, príncipe-herdeiro da Dinamarca
Bisavó materna:
Sofia Frederica de Mecklenburg-Schwerin
Período: 22 de janeiro de 1901 - 6 de maio de 1910.
Predecessor: Alberto de Saxe-Coburgo-Gota.
Sucessor: Maria de Teck.
Coroação: 9 de agosto de 1902.
Conjugue: Eduardo VII do Reino Unido.
Descendência: Alberto Victor, Duque de Clarence, Jorge V do Reino Unido, Luísa, Princesa Real, Princesa Vitória Alexandra, Maud de Gales, Príncipe Alexandre João.
Pai: Cristiano IX da Dinamarca.
Mãe: Luísa de Hesse-Kassel.
Nascimento: 1 de dezembro de 1844, Palácio Amarelo, Copenhague, Dinamarca.
Morte: 20 de novembro de 19256 (80 anos), Sandringham House, Norfolk.
                                                             Consorte do Reino Unido.

Maria de Teck
Maria de Teck (nascida Victoria Mary Augusta Louise Olga Pauline Claudine Agnes26 de maio de 1867 – 24 de março de 1953) foiRainha consorte de Jorge V do Reino Unido e dos Domínios britânicos e Imperatriz consorte da Índia. De nascimento, ela foi princesa de Teck, no Reino de Württemberg, com o tratamento de Sua Alteza Sereníssima.
Índice
1 Nascimento e batismo
2 Infância e educação
3 Família e casamento
  3.1 Filhos
4 Títulos
5 Rainha e morte
Nascimento e batismo
Princesa Maria de Teck nasceu no dia 26 de maio de 1867 no Palácio de Kensington, Londres. Seu pai era o Príncipe Francisco, Duque de Teck, o filho do Duque Alexandre de Württemberg e de sua esposa morganática, Condessa Claudine von Rhédey Kis-Rhede. Sua mãe era a princesa Maria Adelaide de Cambridge, a filha mais nova do Príncipe Adolfo, Duque de Cambridge, e Augusta, Princesa de Hesse-Kassel, Duquesa de Cambridge, "May", como era conhecida Maria de Teck em sua família, nasceu e foi criada no Reino Unido.
Ela foi batizada na Capela Real do Palácio de Kensington em 27 de Julho de 1867 por Charles Thomas Longley, Arcebispo da Cantuária, e seus três padrinhos de batizado foram a rainha Vitória I, Eduardo, Princípe de Gales e a Princesa Augusta, Duquesa de Cambridge.
Infância e educação
A educação de Mary era "alegre, mas bastante rigorosa", era a mais velha de quatro filhos, a única menina, e "aprendeu a exercer o seu poder nativo, firmeza e tato", resolvendo os seus três irmãos mais novos, "querelas mesquinhas infância. Eles jogaram com seus primos, os filhos do príncipe de Gales, que tinham quase a mesma idade, Mary foi educada em casa por sua mãe e educadora (assim como seus irmãos, até que foram mandadas para a escola). A Duquesa de Teck passou um longo tempo com seus filhos para uma senhora do seu tempo e classe, e recrutou de May, em vários esforços de caridade, que incluiu a visita a cortiços dos pobres.
Apesar de sua mãe ser uma neta do rei Jorge III, May era apenas um membro menor da família real britânica. Seu pai, o Duque de Teck, não teve nenhuma direito a herança ou riqueza, e levou o menor estilo real de Sua Alteza Sereníssima porque o casamento de seus pais foi morganático. No entanto, foi concedida a Duquesa de Teck uma anuidade Parlamentar de £ 5000 pelos deveres reais que executava, e recebeu cerca de £ 4000 de ajuda da sua mãe a Duquesa de Cambridge.
Família e casamento
Em 1891, Maria ficou noiva de Alberto Victor, duque de Clarence, o filho mais velho do príncipe de Gales e da sua esposa, a princesa Alexandra da Dinamarca. Alberto Victor era o segundo na linha de sucessão ao trono. No entanto, o príncipe acabou por falecer seis semanas depois, de pneumonia. Apesar disso, a rainha Vitória, que apreciava Maria e a considerava uma boa candidata a consorte do futuro rei da Inglaterra, convenceu o seu segundo neto, o príncipe Jorge, a pedi-la em casamento, que aconteceu em julho de 1893.
Filhos
Apesar dessa união arranjada, Maria e Jorge apaixonaram-se e viveram um casamento feliz, do qual nasceram os seguintes filhos:
  • Eduardo VIII do Reino Unido (1894-1972), mais tarde Duque de Windsor.
  • Jorge VI do Reino Unido (1895-1952), sucedeu ao irmão após a abdicação deste.
  • Princesa Maria, Princesa Real (1897-1965), casou com Henry Lascelles, 6º Conde de Harewood.
  • Príncipe Henrique, Duque de Gloucester (1900-1974), casou com Lady Alice Montagu-Douglas-Scott.
  • Príncipe Jorge, Duque de Kent (1902-1942), casou com a Princesa Marina da Grécia e Dinamarca.
  • Príncipe João do Reino Unido (1905-1919), sofria de epilepsia e morreu jovem.
Títulos
  • 26 de maio de 1867 – 6 de julho de 1893: Sua Alteza Sereníssima, A Princesa Maria de Teck
  • 6 de julho de 1893 – 22 de janeiro de 1901: Sua Alteza Real, A Duquesa de York
  • 22 de janeiro de 1901 – 9 de novembro de 1901: Sua Alteza Real, A Duquesa da Cornualha
  • 9 de novembro de 1901 – 6 de maio de 1910: Sua Alteza Real, A Princesa de Gales
  • na Escócia: 22 de janeiro de 1901 – 6 de Maio de 1910: Sua Alteza Real, A Duquesa de Rothesay
  • 6 de maio de 1910 – 20 de janeiro de 1936: Sua Majestade, A Rainha
  • 20 de janeiro de 1936 – 24 de março de 1953: Sua Majestade, A Rainha Viúva Maria

                                            Brasão de armas da Rainha consorte Maria de Teck.
Rainha e morte
Quando o pai de Jorge tornou-se rei em 1901, sob o nome de Eduardo VII, Maria e o marido viajaram pelo mundo. Regressaram em 1910, após a morte de Eduardo VII, quando Jorge herdou a coroa. O povo inglês pouco sabia sobre os novos soberanos, mas eles conseguiram conquistar-lhe o respeito e a admiração.
Maria morreu depois do marido e presenciou a abdicação do filho mais velho e o reinado do segundo filho, Alberto (como Jorge VI). Morreu no ano seguinte à morte deste, em 1952, de câncer de pulmão, antes de poder presenciar a coroação da neta, Isabel II. Encontra-se sepultada na Capela de São Jorge (Castelo de Windsor).

                                   Rainha Maria com suas netas, Margarida (à frente) e Elizabeth.
Governo
Consorte: Jorge V.
Dinastia: Windsor.
Vida
Nascimento: 26 de maio de 1867, Palácio de Kensington, Londres, Reino Unido.
Morte: 31 de março de 1953 (85 anos), Marlborough House, Westminster, Reino Unido.
Sepultamento: Capela de São Jorge, Berkshire, Inglaterra.
Filhos: Eduardo VIII do Reino Unido, Jorge VI do Reino Unido, Princesa aria, Princesa Real, Príncipe Henrique, Duque de Gloucester, Príncipe Jorge, Duque de Kent, Príncipe Jçao do Reino Unido.
Pai: Príncipe Francisco, Duque de Teck.
Mãe: Princesa Maria Adelaide, Duquesa de Teck.
                                                                       Maria de Teck.


Elizabeth Bowes-Lyon

Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon (4 de agosto de 1900 – 30 de março de 2002) foi a rainha consorte do Rei George VI de 1936 até a morte deste em 1952, depois da qual passou a ser conhecida como Sua Majestade Rainha Elizabeth A Rainha Mãe, para evitar confusão com sua filha, a Rainha Elizabeth II. Foi a última rainha consorte da Irlanda e imperatriz consorte da Índia.
Nascida em uma família da nobreza escocesa como A Honorável Elizabeth Bowes-Lyon, tornou-se Lady Elizabeth Bowes-Lyon quando seu pai herdou o título de Conde de Strathmore e Kinghorne em 1904. Ganhou destaque quando, em 1923, se casou com Albert, Duque de Iorque, o segundo filho do Rei George V e da Rainha Mary. Como Duquesa de Iorque, junto ao seu marido e às duas filhas do casal, Elizabeth e Margaret, ela incorporou as ideias tradicionais de família e serviço público. Realizou uma série de compromissos públicos, e ficou conhecida como a "Duquesa Sorridente" por sua expressão pública consistente.
Em 1936, seu marido inesperadamente tornou-se Rei quando seu irmão, Edward VIII, abdicou ao trono para casar-se com a divorciada norte-americana Wallis Simpson. A então Rainha Elizabeth acompanhou seu marido em viagens diplomáticas à França e à América do Norte antes do início da Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, seu espírito aparentemente indomável deu apoio moral ao povo britânico. Em reconhecimento de seu papel como apoiadora da moral britânica, Adolf Hitler a descreveu como "a mulher mais perigosa da Europa". Após a guerra, a saúde de seu marido piorou, até que ficou viúva aos 51 anos.
Com a morte de sua sogra, Rainha Mary, em 1953, com seu cunhado no exterior e sua filha mais velha com 25 anos, Elizabeth tornou-se o membro mais velho da Família Real Britânica e assumiu uma posição de matriarca da família. Em seus últimos anos de vida, era um membro consistentemente popular da família, enquanto outros membros sofriam com baixos índices de popularidade. Continuou com uma vida pública ativa até poucos meses antes de sua morte, aos 101 anos, sete semanas após a morte de sua filha mais nova, a Princesa Margaret.
Índice
1 História
  1.1 Infância
  1.2 Príncipe Alberto
  1.3 Rainha Consorte de Jorge VI (1936-1952)
    1.3.1 Segunda Guerra Mundial
  1.4 Rainha Mãe (1952-2002)
2 Morte
3 Títulos
História
Infância
Elizabeth Angela Marguerite Cerconi era a nona dos dez filhos de Claude George Bowes-Lyon, então Lorde Glamis, depois Conde de Strathmore e Kinghorne, e de sua esposa, Nina Cecilia Cavendish-Bentinck. Ela nasceu na casa dos pais em Londres, apesar da localidade permanecer incerta.
Seu nascimento foi registrado em Hitchin, Hertfordshire, próximo a casa de campo dos Strathmore. Há diversos rumores que dizem que Elizabeth Bowes-Lyon seria filha do Lorde Strathmore com uma cozinheira galesa , já que só após seis semanas de nascimento ela foi registrada. Outros apontam que a Rainha Mãe, nascida sete anos após a próxima irmã mais nova, não se parecia nem com seus pais nem com seus irmãos. Ela passou muito tempo da infância no Castelo de Glamis, Escócia.
A Primeira Guerra Mundial estourou quando ela tinha catorze anos. Seu irmão mais velho, Fergus, foi morto em combate em Loos, França, no ano de 1915. Um outro irmão, Michael, desapareceu no campo de batalha em maio de 1917. Ele foi, na verdade, capturado, mas permaneceu o resto da guerra como prisioneiro. O Castelo de Glamis tornou-se um centro de apoio aos militares, e Elizabeth ajudava-os. Ela inaugurava hospitais e ferrovias,dava o nome a navios, presidia banquetes oficiais e recebebia as credenciais dos embaixadores.
Príncipe Alberto
O príncipe Alberto, segundo filho de Jorge V, pediu-a em casamento em 1921. Sua mãe, Mary, foi conhecer a moça por quem ele apaixonara-se ela então planejou a viagem que o rival de Alberto faria ao exterior para deixar o caminho livre para o casamento.
Eles se casaram em 26 de abril de 1923, na Abadia de Westminster. Elizabeth deixou seu buquê na Tumba do Soldado Desconhecido a caminho para a Abadia, gesto que desde então tem sido copiado pelas noivas. Com o casamento, tornou-se Sua Alteza Real a Duquesa de York.
Em 1926, o casal comemorou o nascimento de sua primeira filha, Elizabeth, que se tornaria, mais tarde, a Rainha Elizabeth II. Outra filha, Margaret, nasceu quatro anos depois.
Rainha Consorte de Jorge VI (1935-1952)
Em 20 de janeiro de 1936, o Rei Jorge V faleceu. Eduardo, o Príncipe de Gales, o sucedeu com o nome de Eduardo VIII do Reino Unido.
Porém, devido ao impedimento imposto pela lei cível e pela igreja ao seu casamneto com Wallis Simpson o rei Eduardo VIII foi forçado a abdicar em 10 de dezembro de 1936.
Alberto que era um ano mais novo do que ele foi coroado com o título de Vossa Majestade, o Rei Jorge VI do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e Imperador da Índia até 1947 e Elizabeth Vossa Majestade a rainha em 12 de maio de 1937. A coroa da rainha continha o diamante Koh-i-Noor.
Em junho de 1939, ela e seu marido se tornaram os primeiros reis a visitar os Estados Unidos da América.
                                             O casa real em companhia de Eleanor Roosevelt.
Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, o rei e rainha tornaram-se símbolos da resistência.
Elizabeth recusou-se publicamente a deixar Londres durante o bombardeio, não dando atenção aos avisos do gabinete de viajar para o Canadá. "As princesas não irão embora sem mim; eu não irei embora sem o Rei, e o Rei nunca irá embora", disse ela.
Até mesmo o Palácio de Buckingham foi atingido. Por segurança e razões familiares, o Rei e Rainha não passavam a noite no palácio, mas sim no Castelo de Windsor, a uns 35 km (20 milhas) a oeste do centro de Londres, local onde as princesas já estavam durante todo período de guerra.
Adolf Hitler chamou-a de "a mulher mais perigosa da Europa" e disse que "Se Churchill é o homem que tenho que mais temer, então é ela a mulher que tenho que mais temer".
                                                         A rainha e o rei em setembro de 1940.
Rainha Mãe (1952-2002)
Logo após a morte do rei Jorge VI de câncer de pulmão, em 6 de fevereiro de 1952, Elizabeth passou a ser chamada de Sua Majestade Rainha Elizabeth, A Rainha Mãe. Este título foi adotado porque o nome normal para a viúva do rei, "Rainha Elizabeth", seria muito similar ao nome de sua filha mais velha, agora rainha Elizabeth II. O título alternativo "Rainha-viúva" não poderia ser usado porque a rainha Maria Teck, viúva do rei Jorge V, estava ainda viva. Popularmente, era simplesmente "A Rainha Mãe" ou "Rainha Mamãe".
Para manter-se ocupada, inspecionou a restauração do remoto Castelo de Mey, na costa de Caithness, Escócia. O Castelo tornou-se, mais tarde, seu lar favorito. A Rainha também começou a se interessar por hipismo, interesse esse que manteve até o fim de sua vida. Ela recomeçou logo seus deveres públicos, tornou-se tão ocupada quanto antes, quando era Rainha. Antes de Diana, Princesa de Gales e após sua morte, a Rainha Mãe era o membro mais popular da Família Real Britânica.
Morte
A Rainha-Mãe morreu aos 101 anos de idade enquanto dormia no Castelo de Windsor, próximo a Londres em 30 de março de 2002. Segundo a nota oficial divulgada pelo Palácio de Buckingham, ela morreu às 15h15, com sua filha, a rainha Elizabeth II, ao seu lado.
A saúde da Rainha-Mãe começou a piorar, até que infelizmente morreu no Castelo de Windsor, devido a uma pneumonia e infecção pulmonar. O funeral foi realizado na Abadia de Westminster, de onde o caixão foi levado para o Castelo de Windsor, nos arredores de Londres, e enterrada junto ao marido, na Capela de Saint George. Morreu tão popular quanto o era meio século atrás, depois da II Guerra.
Foi a primeira pessoa da família real britânica a ultrapassar a idade centenária completando 100 anos de idade, com vigor físico e lucidez. Os britânicos a chamavam de a vovó mais querida do país. Adolph Hitler a definiu como a mulher mais perigosa da Europa.
Assim morreu em 2002. A Rainha Elizabeth II disse que a sua mãe precisava descansar quando saiu do hospital onde esteve internada para tratar uma anemia que tinha no pulmão em 2000. A Rainha-Mãe está enterrada na Capela de São Jorge (Castelo de Windsor) ao lado do marido Jorge VI do Reino Unido e da sua filha Margarida do Reino Unido.
                                                              Funeral da Rainha Mãe.
Títulos
  • A Honorável Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon
  • Lady Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon
  • Sua Alteza Real a Duquesa de York
  • Sua Majestade a Rainha Elizabeth do Reino Unido
  • Sua Majestade a Rainha Elizabeth, Rainha mãe

                   Brasão de armas da Rainha Elizabeth Bowes-Lyon, rainha consorte, e Rainha Mãe.
Conjugue: Jorge VI do Reino Unido.
Descendência: Elizabeth II, Princesa Margaret.
Pai: Claude Bowes-Lyon, Conde de Strathmore.
Mãe: Cecília Cavendish-Bentinck.
Nascimento: 4 de agosto de 1900, Londres, Reuni Unido.
Morte: 30 de março de 2002 (101 anos), Royal Lodge, Windsor, Berkshire.
Enterro: 9 de abril de 2002, Capela de São Jorge (Castelo de Windsor).
                                                    Retrato feito por Richard Stone em 1986.

Filipe, Duque de Edimburgo
Filipe, Duque de Edimburgo (nascido Filipe da Grécia e Dinamarca, 10 de Junho de 1921) é o marido e consorte da Rainha Isabel II, a monarca constitucional e chefe de Estado do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Canadá, Bahamas, Nova Zelândia, Granada, Papua-Nova Guiné, Tuvalu, Austrália, Jamaica, Barbados, São Vicente e Granadinas, Belize, Santa Lúcia, Ilhas Salomão, São Cristóvão e Nevis e Antígua e Barbuda, além de chefe da Comunidade Britânica, governante suprema da igreja da Inglaterra (também denominada igreja anglicana), comandante-em-chefe das Forças Armadas do Reino Unido e Lady de Man.
Originalmente um príncipe da Grécia e Dinamarca, o príncipe Filipe abandonou tais títulos um pouco antes de seu casamento, apesar de manter a bandeira Grega (cruz branca num fundo azul) no seu brasão de armas. Nos tempos de seu noivado, ele era conhecido como tenente Filipe Mountbatten.
Em 1947, casou-se com a então princesa Elizabeth, herdeira de Jorge VI do Reino Unido. O príncipe Filipe era um membro da Casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg. Após seu casamento, o rei Jorge VI o titulou Duque de Edimburgo, Conde de Merioneth e Barão Greenwich, com o estilo de Sua Alteza Real. Em 1957, tornou-se um príncipe do Reino Unido. O príncipe Filipe tomou o nome anglicizado de sua mãe, Mountbatten (outrora Battenberg), depois de se tornar um cidadão britânico.
Além de seus deveres reais, o duque de Edimburgo é também patrono de muitas organizações, como o The Duke of Edinburgh's Award e a Worldwide Fund for Nature, sendo o reitor da Universidade de Cambridge.
É bisneto de Cristiano IX da Dinamarca, tetraneto da rainha Vitória I do Reino Unido e sobrinho de Louis Mountbatten, além de neto do Príncipe Louis de Battenberg, também é descendente por via masculina de Cristiano I da Dinamarca, Noruega e Suécia.
Índice
1 Biografia
  1.1 Nascimento e infância
  1.2 Educação
  1.3 Carreira Naval
  1.4 Casamento
  1.5 Consorte da Rainha
2 Títulos e estilos e brasão de armas
  2.1 Títulos e estilos
  2.2 Brasão de armas
3 Ascendência
4 Galeria
Biografia
Nascimento e infância
Príncipe Filipe nasceu na Villa Mon Repos, localizada na ilha grega de Corfu, em 10 de junho de 1921, sendo o único filho varão e quinto e último filho do Príncipe André da Grécia e Dinamarca e da Princesa Alice de Battenberg, sendo, portanto, neto paterno de Jorge I da Grécia e, por conseguinte, bisneto de Cristiano IX da Dinamarca, sobrinho-neto de Frederico VIII da Dinamarca, sobrinho de Constantino I da Grécia e primo-irmão dos reis Jorge II da Grécia e Paulo I da Grécia. Ademais, cumpre saber que além de os reis Frederico VIII da Dinamarca e Jorge I da Grécia serem irmãos, eles também foram cunhados de Alexandre III da Rússia e Eduardo VII da Inglaterra, cuja irmã foi, por sua vez, esposa de Frederico III da Alemanha. Portanto, Constantino I da Grécia, Cristiano X da Dinamarca, Haakon VII da Noruega, Jorge V da Inglaterra, o cáiser Guilherme II da Alemanha e o czar Nicolau II da Rússia eram todos primos-irmãos entre si. O Príncipe foi batizado na St. George Church, poucos dias após seu nascimento. Seus padrinhos foram: a sua avó paterna Olga da Grécia, Alexandre Kokotos, representando a comunidade de Corfu, o prefeito de Corfu, e Maniarizis Stylianos, presidente do Conselho da Cidade de Corfu.
Educação
Filipe foi educado na França. No entanto, em 1928, e sob a mão orientadora do seu tio, Louis Mountbatten, Conde Mountbatten, o príncipe foi enviado para o Reino Unido para estudar na Cheam School, tendo vivido com sua avó no Palácio de Kensington e seu outro tio, Jorge Mountbatten, Marquês de Milford Haven, em Lynden Manor. Nos três anos seguintes, todas as suas irmãs casaram com nobres alemães e mudaram-se para a Alemanha, a sua mãe foi colocada num asilo depois de lhe ter sido diagnosticado esquizofrenia, e seu pai mudou-se para um pequeno apartamento em Monte Carlo.
Carreira Naval
O Príncipe Filipe ingressou, em 1939, na Marinha Real (Royal Navy) como um cadete.
Ele completou sua formação inicial no Royal Naval College, em Dartmouth, onde foi premiado com o King's Dirk e um prémio como o melhor cadete da sua entrada. Ele foi promovido a Tenente-Comandante em 1950 e, em seguida, nomeado no comando da Fragata HMS Magpie.
Em 1952 ele foi promovido a comandante, mas a sua carreira naval chegou ao fim após a morte de seu sogro, o rei Jorge VI, e a sua esposa, a Princesa Elizabeth, foi coroada Rainha, e ele renunciou sua carreira militar para apoiá-la, tornando-se Sua Alteza Real Sereníssima o Príncipe Filipe, Príncipe consorte. Mas ele se mantém, até hoje, estreitamente ligado a todos os ramos de Serviço Militar, visitando tropas nas suas unidades no exterior e em serviço. Em Outubro de 2006, por exemplo, ele viajou para Basra, no Iraque, para satisfazer as tropas britânicas em serviço na região.
Em 1952, ele foi nomeado Almirante do Mar Cadet Corps (até 1992). Em 1953 ele tornou-se Coronel-em-Chefe do Exército e Comandante-em-Chefe da Formação Air Corps. Também em 1953, ele foi promovido a almirante da frota e nomeado Campo Marechal e Marechal da Real Força Aérea.
Ele também é o Capitão-Geral da Royal Marines e Coronel-Chefe de um número regimentos britânicos ultramarinos. Ele também é padroeiro da Liga de Pilotos do Air e dos Air Navigators do Império Britânico, e é mestre da Casa Trinity desde 1969.
Casamento
O envolvimento de Filipe Mountbatten com a Princesa Elizabeth foi anunciado em Julho de 1947 e o casamento aconteceu na Abadia de Westminster, em 20 de Novembro do mesmo ano.
A sua introdução formal ocorreu em Julho de 1939 durante uma visita do Rei Jorge VI e sua família para o Royal Naval College, em Dartmouth. Filipe tinha tornado-se noivo da Princesa Elizabeth na casa do capitão do Colégio, após o tempo em que tinha mantido uma correspondência regular e se reuniu em várias ocasiões.
Pouco antes do casamento, para o noivo foram criados os títulos de Duque de Edimburgo, Conde de Merioneth e Barão Greenwichcom o estilo de Sua Alteza Real e nomeado Cavaleiro da Ordem da Jarreteira pelo rei Jorge VI.
Após o casamento, o duque de Edimburgo retomou sua carreira naval. Em 1949 ele foi colocado no HMS Chequers, líder de frota, em Malta. A Princesa Elizabeth foi a Malta para participar com ele, quando ela podia, vivendo a vida de uma mulher naval.
O Príncipe Filipe também começou a apoiar a sua esposa no seu Dever Real. Em Outubro e Novembro de 1951, a Princesa Elizabeth e o Duque de Edimburgo fizeram a sua primeira grande turné em conjunto, para o Canadá e os Estados Unidos. Posteriormente o duque foi feito Consultor particular da Princesa herdeira.
A Rainha e o Príncipe tiveram dois filhos antes da sua coroação (o príncipe Carlos e a princesa Ana) e após a sua coroação mais dois (o príncipe André e o príncipe Eduardo). Eles têm atualmente oito netos.
                                              Filipe e Elizabeth em visita ao Canadá, em 1951.
Consorte da Rainha
A ascensão de Elizabeth ao trono levantou a questão do nome da casa real. O tio do duque, Louis Mountbatten, defendeu o nome de Casa de Mountbatten, como Elizabeth, normalmente, receberia os apelidos de Felipe devido ao casamento; porém, quando a rainha Maria de Teck, a avó paterna de Elizabeth, ouviu a sugestão, ela informou o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, e ele mesmo depois aconselhou à rainha a emissão de um decreto real que declarasse que a casa real permanecia como Casa de Windsor. O duque reclamou: "Eu não sou nada, mas sou uma ameba sangrenta. Eu sou o único homem no país a quem não se permitiu dar seu nome aos seus filhos."
Só em 1960, após a morte da rainha Maria de Teck e da renúncia de Winston Churchill, o Conselho emitiu uma Ordem indicado que o sobrenome dos homens descendentes do Príncipe consorte e da Rainha que não são denominados como Alteza Real, ou com o título de príncipe ou princesa, seria Mountbatten-Windsor, mas na prática, os filhos do Príncipe Filipe utilizam o sobrenome Windsor, como eles preferem para si e para os seus filhos do sexo masculino. Depois de sua ascensão ao trono, a rainha também anunciou que o Príncipe Filipe teria "lugar, primazia e precedência" ao lado dela "em todas as ocasiões e em todas as reuniões, salvo disposição em contrário da lei do Parlamento". Isto fez com que o duque tomasse precedência sobre seu filho, o Príncipe de Gales, a não ser, oficialmente, no Parlamento britânico. Na verdade, porém, ele só frequenta o Parlamento britânico quando escolta a rainha para a sessão anual de abertura do Parlamento, onde ele anda e está sentado ao seu lado.
O príncipe Filipe, a primeira-dama Laura Bush, a rainha Elizabeth e o ex-presidente americano George W. Bush, em um jantar de estado na Casa Branca, em 2007.
Títulos e estilos e brasão de armas
Títulos e estilos
  • Hellenic Kingdom Flag 1935.svg Flag of Denmark.svg Sua Alteza o Príncipe Filipe da Grécia e da Dinamarca
  • Naval Ensign of the United Kingdom.svg Sir Filipe, Tenente Comandante da Royal Navy
  • Duke of Edinburgh Standard.svg Sua Alteza Real Sereníssima o Príncipe Filipe
  • Flag of Scotland.svg Sua Alteza Real o Duque de Edimburgo
  • Flag of England.svg Barão de Greenwich
  • Flag of Wales 2.svg Conde de Merioneth
Brasão de armas
No brasão de armas do Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo ao contrário das armas utilizadas por outros membros da Família Real britânica, o brasão do Príncipe Felipe não apresenta o escudo do brasão de armas do Reino Unido, como os homens não têm direito a ter as armas de suas esposas. No entanto ele apresenta elementos que representam a Grécia e a Dinamarca, da qual ele é descendente por via masculina, as armas da família Mountbatten, da qual ele é descendente por via feminina, e da cidade de Edimburgo, onde ele é Duque.
Escudo: primeiro as armas da Dinamarca, que consiste em três leões azuis coroados, acompanhados por nove corações vermelhos, todos num escudo dourado, o segundo, as armas da Grécia, uma cruz branca sobre um escudo azul, em terceiro lugar, as armas da família Mountbatten, duas listras verticais pretas sobre um fundo branco, e quarto, as armas da cidade de Edimburgo, um castelo de preto e vermelho.
Suporte: Do lado direito um selvagem do brasão da Casa de Glücksburg, do lado esquerdo um leão sinistro de ouro (um símbolo tradicional britânico) coroado com uma coroa ducal e vestindo um colarinho com uma coroa naval.
Na parte superior do Brasão uma coroa ducal britânica, a cima dela um tradicional elmo britânico dourado e vermelho, um tradicional paquife britânico, o virol é uma coroa naval a cima do elmo e do paquife, fazendo alusão à carreira na Royal Navy, o timbre são plumas a cima da coroa naval.
Divisa: Deus é minha ajuda
Condecoração: A Ordem da Jarreteira - “Honni soit qui mal y pense” (Envergonhe-se quem nisto vê malícia)
Estandarte: Um estandarte de armas do duque é usado como seu padrão pessoal.
                                               Armas do Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo.
Ascendência
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16. Frederico Guilherme, Duque de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg
 
 
 
 
 
 
 
8. Cristiano IX da Dinamarca
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17. Luísa Carolina de Hesse-Kassel
 
 
 
 
 
 
 
4. Jorge I da Grécia
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18. Prince William of Hesse-Kassel
 
 
 
 
 
 
 
9. Luísa de Hesse-Kassel
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19. Luísa Carlota da Dinamarca
 
 
 
 
 
 
 
2. Príncipe André da Grécia e Dinamarca
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20. Nicolau I da Rússia
 
 
 
 
 
 
 
10. Grão-duque Constantino Nicolau da Rússia
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21. Alexandra Feodorovna
 
 
 
 
 
 
 
5. Olga Constantinovna da Rússia
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22. José, Duque de Saxe-Altenburg
 
 
 
 
 
 
 
11. Princesa Alexandria de Saxe-Altenburg
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23. Amélia de Württemberg
 
 
 
 
 
 
 
1. Príncipe Filipe, Duque de Edinburgo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24. Luís II, Grão-duque de Hesse
 
 
 
 
 
 
 
12. Alexandre de Hesse e de Rhine
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25. Princesa Guilhermina de Baden
 
 
 
 
 
 
 
6. Príncipe Louis de Battenberg
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26. Conde Johann Moritz von Hauke
 
 
 
 
 
 
 
13. Condessa Julia von Hauke
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27. Sophie de la Fontaine
 
 
 
 
 
 
 
3. Princesa Alice de Battenberg
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28. Carlos de Hesse e de Rhine
 
 
 
 
 
 
 
14. Luís IV, Grão-duque de Hesse
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29. Princesa Isabel da Prússia
 
 
 
 
 
 
 
7. Princesa Victoria de Hesse-Darmstadt
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30. Alberto de Saxe-Coburgo-Gota
 
 
 
 
 
 
 
15. Alice do Reino Unido
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31. Vitória I do Reino Unido
 
 
 
 
 
 
Galeria
                                                 Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo (1951).
                                            Elizabeth e Filipe na cerimônia de coroação (1953).
                                        Príncipe Filipe e a esposa, a Rainha Elizabeth II.
Conjugue: Elizabeth II do Reino Unido.
Descendência: Carlos, Príncipe de Gales, Ana, Princesa Real, André, Duque de York, Eduardo, Conde de Wessex.
Nome completo: Filipe da Grécia e Dinamarca.
Pai: Príncipe André da Grécia e Dinamarca.
Mãe: Princesa Alice de Battenberg.
Nascimento: 10 de junho de 1921 (90 anos), Villa Mon Repos, em Corfu, Grécia.
                                                          O duque de Edimburgo em 1992.

Fonte: Wikipédia











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