quinta-feira, 22 de março de 2012

Ano de 2012: Reino Unido - 3° parte #12

Casa de Stuart
Jaime I

Jaime I (em inglês, James I ; Edimburgo, 1566 – Theobalds House, Hertfordshire, 1625), foi rei da Inglaterra e da Irlanda (1603-1625), sendo antes disso rei da Escócia, com o título de Jaime VI (1567-1625).
Proclamado como Rei da Escócia com um ano de idade, uma série de Regentes governaram durante sua menor idade até 1578. Em 1603 sucedeu Isabel I no trono da Inglaterra e Irlanda, que morreu sem descendência. Os direitos de Jaime ao trono inglês, como descendente de Henrique VII, eram superiores aos de outros pretendentes. Regeu conjuntamente Inglaterra, Escócia e Irlanda por um período de 22 anos, até sua morte aos 58 anos. Depois da União das Três Coroas, Jaime foi o primeiro com pretensões de ser chamado como Rei da Grã-Bretanha, porém encontrou oposição nos parlamentos da Inglaterra e Escócia, que consideravam o título carente de tradição e base legal.
No início de seu reinado na Inglaterra, Jaime I enfrentou com êxito a célebre Conspiração da Pólvora em 1605 e sucessivos conflitos com o Parlamento, que lhe era hostil, especialmente no tocante ao aumento de impostos. Jaime I quis também manter a paz com a Espanha mas suas atitudes confusas causaram a guerra com esse país. Durante seu reinado, Jaime I favoreceu o anglicanismo e perseguiu católicos e puritanos. De acordo com alguns historiadores, a política absolutista de Jaime, sua irresponsabilidade financiera e os favores otorgados a seus favoritos impopulares são as bases da Guerra Civil Inglesa, durante a qual foi executado seu filho e sucessor, Carlos I.
Durante seu reinado a "Era Dourada" iniciada por Isabel I do drama e da literatura continuou com grandes escritores como William Shakespeare, John Donne, Ben Jonson e Francis Bacon, que o Rei patrocinou, contribuindo com o florescimento cultural.
Apaixonado por teologia, o Rei ordenou a tradução da Bíblia que leva seu nome, a Bíblia do Rei Jaime, que ainda até os dias de hoje, é a oficial da Igreja Anglicana. Jaime era um homem muito instruído e inteligente, segundo o Henrique IV da França, Jaime era "le plus savant fou de la chrétienté", algo como "o mais erudito tolo da cristandade". Jaime também escreveu livros como True law of free monarchies e Basilikon Doron, defendendo o "direito divino dos reis".
Índice
1 Primeiros anos
2 Regência
3 Reinado na Escócia
4 Casamento
  4.1 Descendência
5 Teoria da monarquia
6 O trono inglês
  6.1 Proclamação de Jaime I
  6.2 Início do reinado
  6.3 Conspiração da pólvora
  6.4 O Rei e o Parlamento
  6.5 O casamento espanhol
7 Os favoritos do rei
8 Morte
Primeiros anos
Jaime Carlos (James Charles) foi o único filho da rainha Maria I da Escócia e de seu segundo marido Henrique Stuart, normalmente chamado de Lord Darnley. Ele era descendente de Henrique VII embora sua avó seja Margarida Tudor, irmã mais velha de Henrique VIII. Margarida era mãe de Margaret Douglas, condessa de Lennox e mãe de Henrique Stuart, Lord Darnley. Ela também era avó de Maria I da Escócia, esta última filha de Jaime V. O reinado de Maria na Escócia foi cheio de insegurança, ela e o marido eram católicos, e lidavam com uma rebelião protestante. O casamento de Maria foi difícil, enquanto ela estava grávida, seu marido aliou-se com os rebeldes e matou o secretário particular da rainha, David Rizzio.
Jaime nasceu em 19 de junho de 1566 no Castelo de Edimburgo, e como filho mais velho do monarca tornou-se automaticamente em Duque de Rothesay e Lorde High Steward. O pai de Jaime foi assassinado em 10 de fevereiro de 1567 em Kirk o' Field na cidade de Edimburgo, talvez em vigança pela morte de Rizzio. Em 15 de maio de 1567, Maria casou-se com James Hepburn, que era um dos suspeitos da morte de Henrique Stuart, isso aumentou sua impopularidade diante da população. Em junho do mesmo ano, uma revolta protestante prendeu Maria no Castelo de Loch Leven; ela jamais veria o seu filho novamente. Ela foi forçada a abdicar em 24 de julho em favor do infante Jaime e apontar James Stewart, Duque de Moray, como regente.
                                                             Jaime I quando criança.
Reinado na escola

Embora protestante, O Duque de Lennox era aceito pro receio pelos nobres que notaram a afeição entre ele o o rei acusando Lennox de manter relações carnais com o rei. Em agosto de 1582, na Incursão de Raid, os condes protestantes de Gowrie e Angus, respectivamente William Ruthven e Archibald Douglas, sequestraram o Rei Jaime e o prenderam no Castelo Huntingtower e forçaram Lennox a deixar a Escócia. Depois da fuga de Jaime em 1583, ele reassumiu o trono com um controle crescente. Ele aprovou as Actas Negras para afirmar a autoridade real sobre Kirk e entre 1584 e 1603 estabeleceu paz entre os lordes.
Em 1586, James assinou o Tratado de com a Inglaterra. Com a acusação de sua mãe em tentar matar a Rainha Isabel I, Jaime quebrou relações diplomáticas com a Inglaterra depois da execução da mãe. Porém durante a crise da Armada Espanhola em 1588, ele deu apoio a Isabel I como "natural filho e compatriota de seu país".
       Brasão de Armas da Grã Bretanha em 1603, uma junção dos brasão da Inglaterra, Irlanda e Escócia.
Casamento
Durante sua juventude, Jaime demonstrou pouco interesse pelas mulheres e depois da perda de Lennox, ele continuou a preferir a companhia masculina. Um casamento era necessário para reforçar sua monarquia, e a escolha caiu sobre uma jovem de 14 anos, Ana de Dinamarca (nascida em outubro de 1574), filha mais nova do rei protestante Frederico II da Dinamarca. Ao partir rumo a Escócia, ela foi obrigada a parar na costa da Noruega devido a uma tormenta. Jaime foi buscá-la pessoalmente. Eles casaram-se em 23 de novembrode 1589 no Palácio Bishop em Oslo e retornaram a Escócia em maio do próximo ano. A princípio, Jaime estava fascinado por Ana, mas com o passar do tempo ele perdeu interesse por ela. Entre 1593 e 1595, Jaime esteve envolvido com Anne Murray, e depois com Lady Glamis.
Descendência
De Ana de Dinamarca:
  • Henrique Frederico Stuart (1594-1612), duque de Rothesay desde seu nascimento e quando seu pai se tornou rei da Inglaterra foi nomeado Duque de Cornuália (1603) e príncipe de Gales (1610), morreu aos 18 anos provavelmente de febre tifóide.
  • Elizabeth Stuart - Rainha da Boêmia (1596-1662), casada com Frederico V, Eleitor Palatino, morreu aos 65 anos.
  • Margaret Stuart (1598-1600), morreu com 1 ano de idade.
  • Carlos I de Inglaterra (1600-1649), morreu aos 48 anos.
  • Robert Stuart, Duque de Kintyre (1602), morreu aos 4 meses de idade.
  • Mary Stuart (1605-1607), morreu aos 2 anos.
  • Sophia Stuart (1606), morreu entre 48 horas após o nascimento.

                                                                    Ana da Dinamarca.
Teoria da monarquia
Em 1597–8, Jaime escreveu dois livros, The Trew Law of Free Monarchies e Basilikon Doron (O dom real), nos quais estabeleceu a base ideológica para sua monarquia.
Em Trew Law, ele desenvolve a teoria do direito divino dos reis, onde explica que por razões bíblicas os reis são superiores a outros homens. O documento propõe uma administração centralizada e uma política absolutista, pela qual um rei deveria impor novas leis por prerrogativa real, mas também atender à tradição e a Deus.[5]
Basilikon Doron, escrito como livro de instrução para seu filho e herdeiro, o Henrique Stuart, na época com 4 anos, é um guia mais práctico para a arte de governar. Apesar de certas banalidades a obra foi bem escrita, e é talvez o melhor exemplo de Jaime em prosa. O conselho de Jaime sobre os parlamentos, que ele considerava só como as cortes pertencentes ao rei, o qual lembra de suas próprias dificuldades com a Câmara dos Comuns: "Não convoque o Parlamento", disse a seu herdeiro, "exceto pela necessidade de novas leis, o que deve ser raro". No Trew Law Jaime afirma que um monarca é proprietário de seus estados do mesmo modo que um senhor feudal possui seu feudo.
Em 1603, Jaime I torna-se rei de Inglaterra, retomando estas suas teorias em polêmica contra a Igreja Católica, então sob o pontificado de Paulo V, que vai mobilizar o cardeal Roberto Belarmino e o doutor Francisco Suárez em defesa da doutrina da Igreja.
O trono inglês
Proclamação de Jaime I
Nos últimos anos de Isabel I, o ministro chefe dela, Sir Robert Cecil, manteve correspondência secreta com Jaime com a finalidade de preparar a sucessão ao trono da Inglaterra. Antes da morte, da rainha Isabel I havia no testamento de Henrique VIII que a coroa deveria ser passada a Lady Ana Stanley, descendente de Maria Tudor (irmão de Henrique VIII). Entretanto, Jaime era o único aspirante sério à coroa inglesa; os outros, incluindo o visconde de Beauchamp e Lady Ana, não tinham o suficiente poder para defender seus direitos.
Isabel morreu em 24 de março de 1603 e no mesmo dia um Conselho de Ascensão proclamou Jaime como o Rei da Inglaterra. Com medo de alguma reação contrária, Londres foi colocada em alerta mas a notícia da noemação de Jaime não causou revoltas e protestos. No dia 5 de abril, Jaime deixou Edimburgo rumo a Londres. Jaime foi coroado como rei inglês no dia 24 de julho e assumiu o nome de James I (Jaime I), na Escócia ele era chamado de James VI). Isabel I foi a última monarca da Dinastia Tudor: com James I no poder iniciava-se a Dinastia Stuart.
A ascensão de James I marca também a união da Inglaterra e Escócia mas como reinos independentes, embora eles estivessem sob o comando do mesmo monarca. James I não poupou esforços para tentar unir os dois reinos em um só reino, mas isso só foi possível com a Tratado de União de 1707, no reinado de Ana I.
Inicio do reinado
Apesar da facilidade da sucessão, James I teve que lidar com duas conspirações em seu primeiro ano de regime, O Complô de Bye e de Main, que levou a prisão entre outros de Sir Walter Raleigh. James manteve o Conselho Privado (ou Privy Council) de Isabel I de acordo com os conselhos de Robert Cecil mas em breve James apoiou a inclusão de Henry Howard e seu sobrinho Thomas Howard assim como outros cinco nobres da Escócia. A introdução de Henry Howard e Thomas Howard marcando o início do poder da família Howard na Inglaterra, que atingiu seu ápice depois da morte de Cecil em 1612.
Nos primeiros anos do regime de James I, ele sofreu grande influência de Cecil (mais tarde Conde de Salisbury), que era assistido pelo experiente Thomas Egerton, que James I nomeou como Barão Ellesmere e Lord Chanceler, e por Thomas Sackville (logo Conde de Dorset), que continuou sendo seu Lord Treasurer. James I criou numerosos títulos nobiliários para recompensar e manter contentes aos cortesãos. No total, durante o reinado de James foram criados 62 novos títulos nobres, em contraste com sua antecessora, a rainha Isabel, a qual havía criado somente 8 novos títulos durante seus 45 anos de governo. James I também se envolveu em numerosos conflitos com o parlamento pois estava acostumado com um tímido parlamento na Escócia.
James I tinha gosto pessoal pela união das coroas da Escócia e Inglaterra para estabelecer uma União Permanente das Coroas sob o poder de um monarca, um plano que encontrou oposição em ambos países. Em abril de 1604, a Câmara dos Comuns recusou o pedido de James I para o título de "Rei da Grã-Bretanha". Em outubro de 1604, ele se autoproclamou o "Rei da Grã-Bretanha", embora Francis Bacon tenha lhe dito que ele não poderia usar este título em nenhum processo legal.
James teve que lidar com conflitos religiosos onde foi lhe mandado uma petição que solicitava tolerância religisosa aos puritanos. Em 1604, ele aceito que fosse feitas tradução oficial da Bíblia, que veio a ser conhecida como 'Versão do rei James' (também chamada de 'Bíblia do Rei James'). Também no mesmo ano, aumentou a caçada às bruxas proclamando a pena de morte sem benefício clerical de última ins~tância para quem invocasse espíritos do mal ou familiares. Esse mesmo ano, terminou com a guerra de vinte anos com a Espanha, conhecida como a Guerra Anglo-Espanhola, assinando o Tratado de Londres.
Conspiração da Pólvora
No outono de 1605, um grupo de extremistas católicos conduzidos por Robert Catesby desenvolveu um plano, conhecido como a Conspiração da Pólvora, que consistia em causar uma forte explosão na Câmara dos Lordes no Parlamento Britânico, em que se reuniriam o rei e os membros de ambas as câmaras do parlamento para a cerimônia oficial de abertura. Os conspiradores substituiriam Jaime I por sua filha Elizabeth, a qual, segundo eles, esperavam poder converter ao catolicismo romano e, com ela, toda a Inglaterra. Um dos conspiradores, entretanto, soltou a informação dos planos da conspiração, por isso ela acabou fracassando. Guy Fawkes, o responsável por executar a conspiração, foi torturado até revelar as identidades dos outros conspiradores, todos os quais foram executados ou assassinados durante sua captura. O cuidado para o não cumprimento das normas anticatólicas por Jaime I assegurou-lhe que não houvesse mais conspirações depois de 1605.
O Rei e o Parlamento
entretanto, soltou a informação dos planos da conspiração, por isso ela acabou fracassando. Guy Fawkes, o responsável por executar a conspiração, foi torturado até revelar as identidades dos outros conspiradores, todos os quais foram executados ou assassinados durante sua captura. O cuidado para o não cumprimento das normas anticatólicas por Jaime I assegurou-lhe que não houvesse mais conspirações depois de 1605.
O Rei e o Parlamento
James I impôs direitos aduaneiros sem a aprovação parlamentar, algo que nenhum monarca havia se atrevido a fazer desde o reinado de Ricardo II. A legalidade de tal ação foi desafiada em 1606 pelo mercante John Bates; a corte do ministério da Fazenda, entretanto, ficou a favor do rei. A decisão da corte foi denunciada pelo Parlamento. As relações entre James I e o Parlamento também foram arranhadas pela negativa do parlamento ao plano do reu em permitir livre intercambio comercial entre Inglaterra e Escócia.
Na última sessão do primeiro Parlamento reunido em seu reinado (que começou em 1610), Lord Salisbury propôs um esquema chamado de o Grande Contrato, que seria uma forma de deixar a coroa livre de dívidas feudais em troca de um subsídio parlamentar anual. O plano, entretanto, fracassou devido a uma facção do parlamento. Frustrado pelos membros da Câmara dos Comuns e pelo fracasso do Grande Contrato, Jaime I dissolveu o Parlamento em 1611.
Lord Salisbury morreu em 1612; outros conselheiros mais próximos do rei, como Robert Carr, foram forçados a sair. O governo pessoal de Jaime I foi desastroso para as finanças, e um novo Parlamento teve que ser chamado em 1614 para obter a criação de novos impostos. Este parlamento, o segundo do reinado de Jaime I, ficou conhecido como o "Parlamento Inútil" porque não pode aprovar nenhuma legislação ou impor nenhum imposto. Jaime I dissolveu este Parlamento rapidamente, quando chegou a ficarr claro que nenhum progresso podería ser feito.
Depois da dissolução do Parlamento Inútil, James I governou sem parlamento durante sete anos. Empregou os serviços do negociante Lionel Cranfield, que atuou com grande astucia para aumentar o dinheiro da Coroa vendendo títulos e outras dignidades, muitas delas criadas expresamente como fonte alternativa de dinheiro.
O casamento espanhol
Outra fonte de dinheiro seria o casamento do Príncipe de gales com a infanta Maria Ana da Espanha. Isto também seria um meio de manter a paz com a Espanha. Apoiado pelos Howard e outros ministros e diplomáticos pro-católicos, a proposta aliança com a maior potência católica não foi bem recebida pelos protestantes ingleses.
O início da Guerra dos Trinta Anos em 1618, logo absorveu toda Europa. Seu genro, Frederico V, Eleitor Palatino, nomeado rei da Boêmia pelos rebeldes protestantes, foi expulso do país pelo Imperador do Sacro Império Romano Germânico Fernando II em 1620, enquanto que as tropas espanholas invadiram o Baixo Palatinado. Finalmente, Jaime I convocou o parlamento em 1621 para financiar uma expedição militar em apoio ao seu cunhado. A convocação resultou em fiasco duplo já que, por um lado, os Comuns só aprovaram um financiamento insuficiente para socorrer ao Eleitor Palatino e, em novembro do mesmo ano, formularam uma petição para declarar guerra contra a Espanha, e também para que o Príncipe de Gales se casasse com uma protestante. O Rei respondeu dizendo-lhes que não deveriam interferir em assuntos de prerrogativa real ou seriam castigados e o parlamento exigiu o reconhecimento de seus direitos, incluindo o de liberdade de expressão, e autoridade para discutir qualquer matéria referente ao bem estar do reino.
Em 1623, o jovem príncipe Carlos e Buckingham decidiram ir à Espanha incógnitos para pegar a mão da Infanta pessoalmente, mas a missão provou ser um erro e uma temeridade. O governo espanhol exigiu a necessidade do Príncipe se converter ao catolicismo e passar um ano na Espanha. O Príncipe e o Duque retornaram à Inglaterra sem a Infanta, e imediatamente romperam o tratado, com grande deleite do povo britânico.
                                                     Jaime I retratado por Paul van Somer I.
Os favoritos do Rei
A rainha Ana morreu em 1619. Havia rumores que Jaime I pouco se afetou com sua morte porque tinha um "especial afeto romântico" com George Villiers, primeiro duque de Buckingham. Os dois se conheceram em 1614, com o rei lhe dando uma grande quantidade de honrarias, culminando com o título de Duque de Buckingham em 1623. Muito provavelmente tenha sido homossexual ou bissexual, pois outorgou títulos de nobreza, terras, pensões e jóias a seus diversos favoritos com tal generosidade que esgotou o tesouro real.
Morte
Durante o último ano de James, com o Duque de Buckingham consolidando seu controle para que Carlos fosse o próximo rei a ser coroado, o rei estava gravemente doente. Em 1625, James tinha vários ataques de artrite e gota.
Morreu em Theobalds House, em Hertfordshire, Herts, em 27 de março de 1625, aos 58 anos de idade, sendo sepultado na abadia de Westminster, Londres.
Governo
Reinado: Escócia: 24 de julho de 1567 - 25 de março de 1625. Inglaterra e Irlanda: 24 de março de 1603 - 27 de março de 1627.
Coroação: 15 de janeiro 1559.
Consorte: Ana da Dinamarca.
Antecessor: Isabel I.
Sucessor: Carlos I.
Dinastia: Stuart.
Títulos: Rei da Escócia, Duque de Albany e Duque de Rothesay.
Vida
Nascimento: 19 de julho de 1566, Castelo de Edimburgo, Edimburgo, Escócia.
Morte: 27 de março de 1525 (58 anos), Theobalds House.
Sepultamento: Abadia de Westminster, Londres, Inglaterra.
Pai: Henriuqe Stuart, Lorde Darnley.
Mãe: Maria I da Escócia ou Mary Stuart.
                                                                     Jaime I em 1600.

Carlos I
Carlos I de Inglaterra (em inglês: Charles I; 19 de novembro de 1600 – 30 de janeiro de 1649) foi rei da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda desde 27 de Março de 1625, até à sua morte. Foi canonizado como santo mártir pela Igreja católica.
A sua luta pelo poder travada contra o Parlamento da Inglaterra tornou-se famosa. Como ele era um defensor do direito divino dos reis, no parlamento, dissolvido por ele em 1628 e mais tarde nos que foi forçado a reunir em 1640, seus inimigos temeram que ele conseguisse o poder absoluto. Houve oposição generalizada a muitas de suas ações, especialmente a imposição de impostos sem o consentimento do parlamento.
Índice
1 Primeiros anos
2 Início do reinado
3 "Reinado Pessoal": "Onze Anos de Tirania"
4 Política religiosa
5 O "Parlamento Curto" e o "Parlamento Longo"
6 Guerra civil
7 Execução de Carlos I
8 Na cultura popular
  8.1 Cinema
Primeiros anos
Carlos I era o segundo filho de Jaime I e Ana de Dinamarca, Carlos nasceu no Palácio de Dunfermline, em 19 de novembro de 1600. Era uma criança com problemas que foi incapaz de andar até os três anos de idade. Quando Isabel I morreu e seu pai se tornou rei da Inglaterra, Carlos deixou a Escócia aos cuidados de enfermeiras e serventes já que possuia uma saúde frágil. Ao chegar a Londres, ele foi colocado aos cuidados de Lady Carey, que lhe ensinou a caminhar e falar. Quando adulto ele não media mais que 1 metro e 62 centímetros.
Em 1603, Carlos foi nomeado como Duque de Albany na Escócia. Dois anos mais tarde foi nomeado Duque de York, por ser o segundo filho do soberano inglês (o primeiro era sempre nomeado príncipe de Gales). Quando seu irmão mais velho morreu de febre tifóide em 1612, Carlos tornou-se o herdeiro ao trono e subsequentemente nomeado como Príncipe de Gales e Conde de Chester.
Carlos foi bem influênciado pelo favorito de seu pai, George Villiers. Os dois viajaram incógnitos para a Espanha em 1623 para conseguir a mão de Maria Anna, filha do rei Filipe III. A viagem foi um desastre, os espanhóis pediram que Carlos se convertesse ao catolicismo e permanecesse na Espanha durante um ano após o casamento. Carlos não aceitou e voltou para Londres pedindo ao seu pai declarasse guerra à Espanha.
Início do reinado
Após a morte do pai, Carlos I foi coroado em 2 de fevereiro de 1626. No mesmo ano, no dia 13 de junho, casou-se com Henrietta Maria. Em maio, no primeiro parlamento aberto, Carlos I enfrentou oposição, devido ao seu futuro casamento com a católica Henrietta, embora ele tenha concordado em seguir a política contra os "recusantes" (como eram chamados àqueles que se recusavam a aceitar a Igreja da Inglaterra). Por isso, durante seu casamento, Henrietta não esteve presente para evitar controvérsias.
Seus primeiros problemas foram em relação a Guerra dos Trinta Anos, que iniciou-se na Boêmia e espalhou-se por toda Europa. Em 1620, o cunhado de Carlos I, Frederico V, Eleitor Palatino perdeu o Palatinado para o Sacro Império Romano. Carlos I para ajudá-lo declarou guerra à Espanha, na esperança que a Espanha intercedesse em favor de Frederico. Enquanto Carlos I queria um ataque a Espanha, o parlamento preferiu um ataque naval às novas colônias espanholas no Novo Mundo.
A guerra contra a Espanha foi ruim, especialmente pela incompetência da liderança do Duque de Buckingham; entretanto, Carlos recusou-se a demiti-lo. Carlos tentou aumentar seu capital com um empréstimo forçado através de taxas. Em reunião em 1628, o parlamento adotou uma Petição de Direito, declarando que o rei não deveria usar taxações sem o consentimento do parlamento. Em 1628 o Duque de Buckingham foi assassinado, o que foi definitivo para o fim da guerra mas não para o fim dos conflitos de Carlos I com o parlamento sobre taxação e questões religiosas.
"Reinado Pessoal": "Onze Anos de Tirania"
Em janeiro de 1629, Carlos abriu a segunda sessão do parlamento que havia mandado fechar temporáriamente em junho de 1628. Esperava que, depois do assassinato do duque de Buckingham, o parlamento finalmente cooperaria com ele e lhe concederia outros subsídios. Ao invés disso, os membros da Câmara dos Comuns começaram a expressar sua oposição a certos impostos do rei que não tiveram consentimento parlamentar (impostos estes chamado de tonelagem e peso). Em março, o parlamento declarou que qualquer pessoa que pagasse o tonelagem ou o peso"seria declarado um traidor das liberdades da Inglaterra, e inimigo das mesmas". Mais tarde, quando os Comuns aprovaram outras medidas desagradáveis para o rei, Carlos ordenou a dissolução do parlamento.
Entre 1629 e 1640, o reinado de Carlos I ficou conhecido como os "Onze Anos de Tirania", ou o "Reinado Pessoal". A tentativa de Carlos de governar sem o parlamento não era ilegal. Naquela época constituiu um exercício válido da prerrogativa real, ainda que se possa argumentar que o que se considerava legal em épocas anteriores pode ser tirânico aos olhos contemporâneos.
Política religiosa
Carlos adotou uma política religiosa que, em vez dos constantes compromissos que compunham a via media anglicana, orientou-se numa direção mais conservadora do que o legado isabelino, o Elizabethan settlement, que desde Isabel I constituíra um modo de uma única Igreja estatal conseguir congregar cristãos que podiam divergir em muitos pontos, mas se mantinham unidos graças a uma razoável tolerância, ao mesmo tempo assumindo princípios mais próximos de Roma (o poder dos bispos), dos puritanos (uma liturgia bastante despojada, sem paramentos, luxo nem ouro) e do Estado (o monarca como chefe da Igreja).
Ao conferir enorme autoridade ao arcebispo William Laud, que ele nomeia para a Arcebispo da Cantuária ou Canterbury, Carlos orientou a Igreja num rumo que será visto, por muitos súditos anglicanos de tendência puritana, como pró-romano. Assim, sua política era extremamente ofensiva para a Teologia Calvinista, que até o seu advento era razoavelmente tolerada na Inglaterra (embora seu pai Jaime I tenha dito que "sem bispos, não há nobreza nem realeza") e na Escócia constituía a base mesma da Igreja oficial, a "Church of Scotland". Carlos I e Laud exigiram que a liturgia da Igreja Anglicana fosse celebrada com todas as cerimônias e vestimentas recomendadas pelo nova publicação do livro de oração comum (Book of Common Prayer). Muitos de seus súditos consideraram que esta política trazia a Igreja Anglicana demasiadamente próximo do catolicismo. Pior do que isso foi a tentativa de adotar o mesmo livro na Escócia, que levou ao "Solemn League and Covenant", firmado pela nobreza daquele país com Deus, pelo qual os escoceses prometiam lutar contra seu próprio rei até conseguirem salvar sua fé das imposições que consideravam "papistas".
O "Parlamento Curto" e o "Parlamento Longo"
As disputas em relação à interpretação do tratado da paz entre Carlos I e a igreja da Escócia conduziram a novo conflito. Para submeter os escoceses, Carlos necessitava de mais dinheiro; para isso tomou a medida arriscada de reunir o parlamento em abril de 1640. Mas o parlamento exigiu discutir vários abusos de poder durante o governo de Carlos. Já que o parlamento estava tomando força rapidamente, Carlos acabou por o dissolver em maio de 1640, menos de um mês depois de convocado; assim, este parlamento ficou conhecido como "Parlamento Curto".
Entretanto Carlos tentou derrotar os escoceses, mas faliu. O humilhante tratado de Ripon, assinado depois da Segunda Guerra dos bispos em outubro de 1640, fez com que Carlos tivesse que pagar os custos do exército escocês contra o qual acabara de lutar. Carlos tomou a medida incomum de convocar o Magnum concilium, o antigo conselho em que participavam os conselheiros hereditários do rei. O Magnum Concilium não era convocado há séculos. Neste conselho, Carlos convocou o novo parlamento, este denominado como "Parlamento Longo".
O "Parlamento longo" reuniu-se em novembro de 1640 sob a direção de John Pym, e mostrou-se tão difícil nas negociações como o "Parlamento curto", aprovando resoluções que ameaçaram a posição política de Carlos. Os membros conservadores da Câmara dos Comuns defendiam o rei, a Igreja e o governo parlamentar contra inovações na religião e a tirania dos cortesãos de Carlos.
Para evitar que o rei voltase a dissolver o parlamento de acordo com sua vontade, foi aprovado o Acto Trienal. O Acto requeria que o Parlamento fosse convocado pelo menos uma vez a cada três anos, e que, quando o rei não o convocasse, os seus membros pudessem se reunir por si mesmos. Em maio, Carlos I conssentiu o acto com a condição de que o Parlamento não poderia ser dissolvido sem sua própria autorização. Carlos foi forçado a fazer uma concessão atrás da outra. Teve que autorizar as execuções de Thomas Wentworth e de William Laud, foi forçado a declarar que alguns impostos eram ilegais, e as odiadas Cortes da Estrela e da Alta Comissão foram abolidas.
En novembro de 1641, a Câmara dos Comuns aprovou o Grand Remonstrance, que era nada menos que uma lista de denúncias contra todos os abusos de poder nos quais Carlos havia incorrido desde o princípio de seu reinado. A tensão aumentou quando os irlandeses se rebelaram contra o domínio inglês protestante e os rumores da cumplicidade de Carlos chegaram ao parlamento. Foi armado um exército para acabar com a rebelião, mas muitos membros da Câmara dos Comuns temiam que Carlos pudesse utiliza-lo mais tarde contra o mesmo parlamento. A Conta da Milícia foi pensada para poder controlar desta forma o exército do rei, mas Carlos recusou-se em dar seu conssentimento pois achava que era uma diminuição de parte importante da sua prerrogativa real.
A Câmara dos Comuns então ameaçou acusar a rainha católica, Henriqueta Maria, o que finalmente obrigou ao rei a tomar uma ação desesperada. Henriqueta convenceu Carlos a prender cinco membros da Câmara que eram os líderes da facção de anti-Stuart sob a acusação de alta traição, mas, quando o rei já havia tomado sua decisão ela incorreu no erro de contar a um amigo que por sua vez contou ao Parlamento. Carlos entrou na Câmara dos Comuns com uma força armada em 4 de janeiro de 1642, mas não encontrou seus opositores pois estes já haviam fugido. Violando o parlamento com uma força armada, Carlos I criou uma brecha permanente entre ambos os poderes. Muitos no parlamento achavam as ações de Carlos, mas outros tinham sentimentos similares em relação ao próprio parlamento. Vários membros da Câmara dos Comuns uniram-se ao partido realista, deixando os opositores do rei com uma maioria. Já não era seguro para Carlos permanecer em Londres, então esse decide marchar ao norte e levantar um exército contra o parlamento; a rainha, entretanto, parte para o exterior para arrecadar dinheiro para poder pagar o exército.
                   Retrato equestre de Carlos I com o senhor de Saint Antoine, por Anthony van Dick.
Guerra civil
Finalmente, em janeiro de 1642, o rei vai pessoalmente a Westminster prender os líderes rebeldes, que escapam antes de ele chegar ("I see the birds are out of the cage", "vejo que os pássaros estão fora da gaiola", ele teria dito) e então começa a guerra. Carlos baseia-se em Oxford, enquanto o parlamento confia suas tropas primeiro ao conde de Essex e depois a Sir Thomas Fairfax e a Oliver Cromwell, sendo que este último terminará sendo o comandante vitorioso na guerra civil e, depois, o Lorde Protetor da República da Inglaterra (Commonwealth of England), criada após o julgamento, condenação e executação de Carlos I por alta traição. A monarquia foi derrubada e uma república (na verdade uma ditadura militar) foi estabelecida. O seu filho Carlos II de Inglaterra restauraria a monarquia em 1660.
A guerra civil inglesa não havia começado, mas ambos os lados començaram a armar-se. Depois de algumas negociações, Carlos levantou o estandarte real em Nottingham em 22 de agosto de 1642. Instalou sua corte em Oxford, desde onde teria o controle sobre o norte e o oeste da Inglaterra, enquanto que o parlamento teria o controle de Londres e do sul e este do país. Carlos levantou ao exército usando o método arcaico da Comissão do Arsenal. A Guerra Civil começou em 25 de outubro de 1642 com a batalha de Edgehill que continuou até a batalha de Naseby e inclinou o equilíbrio militar de maneira decisiva em favor do Parlamento. Seguiram-se uma grande quantidade de derrotas para os realistas, que terminaram com a corte em Oxford, de onde Carlos escapou em abril de 1646. Então entregou-se ao exército presbiteriano escocês em Newark, e foi levado próximo ao povoado de Southwell, enquanto que suas "anfitrões" decidiam que fazer com ele. Os presbiterianos finalmente chegaram a um acordo com o Parlamento e lhe entregaram a Carlos em 1647. Ele foi encarcerado em Northamptonshire, até ser levado a força para Newmarket em nome do Novo Exército Modelo.
Carlos foi levado então a Oatlands e depois a Hampton Court. Ele foi aconselhado a fugir ou ficar sob a custódia de Robert Hammond, governador parlamentar da ilha de Wight. Carlos I decidiu-se pela última opção, acreditando em Hammond como um realista, e fugiu em 11 de novembro. Hammond, entretanto, ficou contra o rei e o prendeu no Castelo de Carisbrooke.
Em Carisbrooke, Carlos I continuou tentando compactuar com os diferentes partidos para evitar um fim trágico, e eventualmente entrou em negociações com os presbiterianos escoceses, aceitando o estabelecimento do presbiterianismo tanto na Inglaterra como na Escócia. Os escoceses invadiram o país, començando a chamada Segunda Guerra Civil. Os ingleses derrotaram os escoceses, uns meses mais tarde, e a derrota final para Carlos chega na batalha de Preston (17-19 de agosto de 1648).
                                                          Carlos I por Anthony van Dick.
Execução de Carlos I
Em 1649, a Câmara dos Comuns cria uma corte para o julgamento de Carlos I. Era a primeira vez que um monarca seria julgado na história da Inglaterra. No dia 29 de janeiro do mesmo ano, Carlos I foi condenado a morte por decapitação. Ele foi decapitado no dia seguinte, do lado de fora da Banqueting House. O monarca foi enterrado no dia 7 de fevereiro na Capela de São Jorge (Castelo de Windsor), no Castelo de Windsor, em uma cerimônia privada.
Na cultura popular
Cinema
  • Cromwell de 1970 com Richard Harris (como Oliver Cromwell) e Alec Guinness (como Carlos I).
  • O Filme Morte ao Rei também retrata bem a agitação na época da Guerra Civil.
Governo
Reinado: 24 de março de 1625 - 30 de janeiro de 1649.
Coroação: 2 de fevereiro de 1626.
Consorte: Henriqueta Maria de França.
Antecessor: Jaime I.
Sucessor: Carlos II (de jure), Oliver Cromwell (de fato).
Dinastia: Stuart.
Títulos: Duque de Albany e Duque de York, Príncipe de Gales.
Vida
Nascimento: 19 de novembro de 1600, Dunfermiline, Escócia.
Morte: 30 de janeiro de 1649 (48 anos), Whitehall, Londres.
Sepultamento: Capela de São de Jorge, Berkshire, Inglaterra.
Filhos: Carlos II, Jaime II, Maria Stuart, Elizabeth Stuart, Henriuqe Stuart, Duque de Gloucester, Henrique Ana Stuart.
Pai: Jaime I.
Mãe: Ana da Dinamarca.
                                              Carlos I retratado por Anthony van Dick em 1640.

Carlos II
Carlos de Inglaterra (29 de Maio de 1630 - 6 de Fevereiro de 1685) foi rei de Inglaterra, Escócia e da Irlanda entre 30 de Janeiro (de jure) ou 29 de Maio (de facto) de 1660 e a sua morte. O pai de Carlos II, Carlos I, tinha sido executado em 1649 e substituído por uma ditadura militar de Oliver Cromwell, que se auto-nomeou "Lord Protector".
Carlos II subiu ao trono após a restauração da monarquia em Inglaterra e Escócia, pouco depois da morte de Oliver Cromwell. Foi casado com a princesa Catarina de Bragança, filha de João IV de Portugal, que lhe levou como dote a posse de Tanger e em homenagem à qual foi denominado o que hoje é o bairro nova-iorquino de Queens. Apesar de ter tido inúmeros filhos ilegítimos (ele reconheceu os direitos de 14 deles), o casamento não resultou em herdeiros e foi sucedido pelo irmão, Jaime Duque de York. Ao converter-se oficialmente ao catolicismo no seu leito de morte, Carlos II foi o primeiro católico romano a reinar a Inglaterra desde a morte de Maria I em 1558.
Índice
1 Primeiros anos
2 Restauração
3 Reinado de Carlos II
  3.1 A peste negra e o Grande Incêndio
  3.2 Política exterior
  3.3 Conflito com o Parlamento
4 Morte
5 Descendentes
6 Curiosidades
Primeiros naos
Charles Stuart (ou Carlos Stuart), o filho sobrevivente mais velho do rei Carlos I e Henrietta Maria, nasceu no Palácio de St. James no dia 29 de maio de 1630. Ele foi batizado na Capela Real no dia 27 de junho pelo Bispo Anglicano de Londres, William Laud. Ao nascer tornou-se automaticamente em Duque da Cornualha e de Rothesay; aos oito anos foi nomeado como Príncipe de Gales.
Durante os 1640s, quando Carlos ainda era jovem, seu pai brigou com forças puritanas do Parlamento na Guerra Civil. Carlos acompanhou seu pai durante a Batalha de Edgehill e, aos 14 anos, participou nas campanhas de 1645, quando foi nomeado comandante titular das forças inglesas no oeste do país. Na primavera de 1646, seu pai estava perdendo a guerra, e Carlos deixou o país, pois seria inseguro ficar ali, e foi primeiro para a Sicília, depois para Jersey, e finalmente para França.
Em 1648, durante a Segunda Guerra Civil, Carlos mudou-se para Haia, para junto de sua irmã Maria (Princesa Real e Princesa de Orange) e seu cunhado Guilherme II, com a ideia de ajudar seu pai. Entretanto, seu pai foi executado em 1649. Em Haia, Carlos teve um filho com Lucy Walter, James Scott.
Em 5 de fevereiro de 1649, Carlos II foi proclamado rei dos escoceses em Edimburgo, sob a promessa entre Inglaterra e Escócia que impediria remodelar a Igreja da Escócia a imagem da Anglicana, devendo manter-se no presbiterianismo (forma preferida pela maioria dos escoceses).
Carlos II chegou à Escócia em 23 de junho de 1650. Pelo seu abandono ao Anglicanismo, tornou-lhe impopular na Inglaterra. Foi coronado como rei dos escoceses em Scone (Perthshire), em 1 de janeiro de 1651, e depois organizou uma ofensiva contra Inglaterra, na época sob governo do Lord Protector, Oliver Cromwell. A invasão terminou com a derrota na batalha de Worcester (1651), com Carlos II fugindo logo em seguida rumo à França. O Parlamento ofereceu uma recompensa de 1000 £ pela cabeça do rei e impôs pena de morte a qualquer um que lhe prestasse ajuda.
Empobrecido, Carlos tentou reunir apoio para ir contra o Lord Protector. França e as Províncias Unidas (a atual Holanda ou Países Baixos) aliaram-se com o governo de Cromwell, forçando Carlos a recorrer a Espanha pedindo ajuda. Tentou recrutar um exército, mas fracassou devido a suas penúrias económicas.
                          Carlos II quando ainda era Príncipe de Gales retratado por William Dobson.

Restauração
Mesmo com a morte de Oliver Cromwell em 1658, as oportunidades de Carlos II para recuperar a Coroa pareciam minguar. Cromwell foi sucedido pelo seu filho, Richard Cromwell, como Lord Protetor, mas este era um homem sem dom para a liderança e nem deseja de exerce-la e acabou abdicando em 1659. O Protetorado da Inglaterra foi abolido e foi estabelecido a Commonwealth. Durante o período de instabilidade civil e militar que seguiu-se, George Monck, governador da Escócia, preocupado com a ameaça do anarquismo que corria a nação, determinou que o melhor seria restaurar a monarquia. Monck e seu exército marcharam até Londres onde, com amplo apoio popular, forçaram o chamado Parlamento Largo a dissolver-se. Pela primeira vez em quase vinte anos os membros do Parlamento tiveram que enfrentar uma eleição geral.
Isto resultou em uma Câmara dos Comuns eleita com claro predomínio da facção realista. A nova assembleia, denominada Parlamento da Convenção, pouco depois de seu constituição em 25 de abril de 1660, teve notícias da Declaração de Breda (8 de maio de 1660), com a qual Carlos concordava, entre outras cosas, em perdoar muitos dos inimigos de seu pai. Como consequência, o Parlamento decretou de imediato que Carlos II seria o soberano legítimo desde a execução de Carlos I em 1649.
Carlos partiu para a Inglaterra, desembarcando em Dover em 23 de maio de 1660. Chegou em Londres em 29 de maio, data considerada como a oficial da Restauração. Ainda que tenha decretado uma anistia para os seguidores de Cromwell na Acta de Imunidade, não perdoou aos juízes e autoridades envolvidas no julgamento de seu pai. Alguns foram executados em 1660; outros condenados a prisão perpétua.
                                                        Carlos II, retratado por Sir Peter Lely.
Reinado de Carlos II
A peste negra e o Grande Incêndio
Em 1665, Carlos teve que lidar com grandes problemas: epidemia de peste negra e incêndio de Londres.
A peste negra (1665-1666) matou um quinto da população de Londres. Provavelmente chegou a cidade trazida pelos navios transportando algodão vindos de Amesterdão. A peste negra atingia intermitentemente a Holanda desde 1654. As áreas das docas de Londres foram as primeiras a ser atingidas pelo ataque da peste negra. Com a peste negra tomando conta de Londres, a família real e sua corte deixou a cidade rumo a Oxford. Várias medidas sanitárias foram tomadas, médicos foram contratados e detalhes de sepultamentos das vítimas foram organizados.
Em setembro de 1666, entre os dias 2 e 5, Londres foi atingida por um grande incêndio. O incêndio atingiu mais de 13.000 casas e 87 igrejas, entre elas a Catedral de St. Paul. Não se sabe exatamente o número de mortos, mas estima-se que não foi grande.
Política exterior
Em 21 de maio de 1662, Carlos II casou-se com a princesa Catarina de Bragança de origem portuguesa. O matrimônio não produziu descendentes. Durante o mesmo ano, Carlos vendeu Dunquerque ao rei francês Luís XIV por 40.000 £.
Agradecido pela ajuda prestada para recuperar o trono, Carlos recompensou oito nobres (conhecidos como Lordes Proprietários) com territórios na América do Norte mais precisamente em Carolina (batizada assim em homenagem a seu pai) em 1663.
As Atas de Navegação (1650), prejudicaram o comércio da Holanda e foram a causa da Segunda Guerra Holandesa (1665-1667). O conflito começou pela captura na América do Norte, por parte dos ingleses, de Nova Amsterdã (depois rebatizada com o nome de Nova York, em homenagem ao irmão de Carlos, James, Duque de York, o futuro Jaime II, mas em 1667 os holandeses fizeram um ataque surpresa contra os ingleses na parte superior do Tâmisa, onde ficava o melhor da Armada britânica. Os holandeses afundaram quase todos os navios, exceto a Nave Almirante, a qual tomaram e conduziram até a Holanda como troféu. A Segunda Guerra Holandesa terminou com a assinatura do Tratado de Breda (1667)
Em 1668, a Inglaterra aliou-se com a Suécia e com sua anterior inimiga, a Holanda, a fim de oponer-se a Luís XIV na Guerra da Devolução. Luís foi obrigado a fazer as pazes com esta Tríplice, mas manteve seus planos bélicos. Em 1670 Carlos II assinou o Tratado de Dover, pelo qual Luís XIV se comprometia a pagar-lhe 200.000 £ anuais. Em troca, Carlos concordava a ceder a Luís tropas e converter-se ao Catolicismo. Carlos Ii tentou manter o Tratado em segredo, especialmente a cláusula referente a sua conversão.
Em 1670, Carlos II concedeu à Companhia Britânica das Índias Orientais o direito capitanear exércitos e formar alianças, declarar guerra ou estabelecer a paz e a exercer a jurisdição tanto civil como criminal nas zonas nas quais a companhia operava.
                                                                      O rei Carlos II.
O conflito com o Parlamento
Em 1672, Carlos II assinou a Declaração de Indulgência, na qual manifestava sua intenção de suspender todas as leis que penalizavam os católicos e a outros dissidentes religiosos. No mesmo ano, ele apoiou abertamente a França católica (a epóca governada por seu primo Luís XIV) e iniciou a Terceira Guerra Anglo-Holandesa.
O Parlamento (contrário a conceder tolerância religiosa aos católicos) opôs-se à Declaração de Indulgência e negou-se a financiar a Guerra Anglo-Holandesa, obrigando Carlos a firmar a paz em 1674.
Em 1678, Titus Oates, um antigo clérigo anglicano, denunciou falsamente uma "conspiração papal" para assassinar o rei e substituí-lo pelo Duque de York. A histeria anticatólica estendeu-se pela população com vários supostos conspiradores, e numerosos inocentes foram executados. Carlos II ordenou a seu Primeiro Ministro, Thomas Osborne, o Conde de Danby, que investigasse o caso. Posteriormente, ainda em 1678, o Conde Danby foi submetido a uma moção de censura pela Câmara dos Comuns sob a acusação de alta traição. A fim de salvar o Conde Danby do julgamento, Carlos decidiu dissolver o Parlamento em janeiro de 1679. O novo Parlamento, constituído em março de 1679, resultou ser francamente hostil ao rei. Danby foi forçado a se demitir, mas recebeu o perdão real.
Morte
Outro problema político que Carlos II enfrentou foi referente a sucessão ao trono. O Parlamento se opunha à perspectiva de um monarca católico. Anthony Ashley Cooper, Conde de Shaftesbury, propôs uma Lei de Exclusão, que pretendia tirar Jaime,o Duque de York, da linha sucessória. Alguns quiseram inclusive oferecer a coroa ao protestante James Scott, Duque de Monmouth, um dos filhos ilegítimos de Carlos. Dentre os que opunham a Lei de Exclusão formaram o Partido Tory (ou Partido Conservador), enquanto que os que apoiavam se coverteram no Partido Whig (Partido Liberal). Temendo que a Lei fosse aprovada, Carlos II dissolveu o parlamento em dezembro de 1679.
Carlos morreu repentinamente vítima de uremia em 6 de fevereiro de 1685. Antes de morrer converteu-se ao catolicismo e recebeu a unção dos enfermos. Ele foi sucedido pelo irmão, o Duque de York.
Descendentes
Carlos II deixou um número desconhecido de filhos ilegítimos e nenhum herdeiro legítimo. Ele reconheceu catorze como seus filhos, incluindo Lady Barbara FitzRoy, que provavelmente era filha de John Churchill, mais tarde Duque de Marlborough.
  • Com Marguerite ou Margarida de Carteret
    • Alguns dizem que ela deu à luz um filho chamado James de la Cloche em 1646. Acredita-se que James de Carteret/de la Cloche tenha falecido em algum momento por volta de 1667.
  • Com Lucy Walter (1630-1658)
    • James Scott, Duque de Monmouth (1649-1685), titulado Duque de Monmouth (1663) na Inglaterra e Duque de Buccleuch (1663) na Escócia. É um ancestral de Sarah, Duquesa de York.
    • Mary Crofts (nascida cerca de 1651 - ?), sem reconhecimento. Casou-se com William Sarsfield e depois com William Fanshaw. Foi curandeira pela fé de um convento.
  • Com Elizabeth Killigrew (1622-1680)
    • Charlotte Jemima Henrietta Maria Boyle (FitzCharles) (1650-1684), Condessa de Yarmouth
  • Com Catherine Pegge, Lady Green
    • Charles Fitzcharles (1657-1680), conhecido como "Don Carlos", titulado Conde de Plymouth (1675)
    • Catherine Fitzcharles (nascida em 1658, morreu jovem)
  • Com Dorothea Helena Kirkhoven, Condessa de Derby
    • George Swan (1658-1730)
  • Com Barbara Palmer (1640-1709) (nascida Villiers), Condessa de Castlemaine e Duquesa de Cleveland.
    • Anne Palmer (Fitzroy) (1661-1722)
    • Charles Fitzroy (1662-1730), titulado Duque de Southampton (1675), tornou-se 2° Duque de Cleveland (1709)
    • Henry Fitzroy (1663-1690), titulado Conde de Euston (1672) e Duque de Grafton (1709). Ancestral de Diana, Princesa de Gales.
    • Charlotte Fitzroy (1664-1718), Condessa de Lichfield. Casou-se com Benedict Calvert, 4° Barão Baltimore.
    • George FitzRoy (1665-1716), titulado Conde de Northumberland (1674) e Duque de Northumberland (1683)
    • Barbara (Benedicta) Fitzroy (1672-1737), foi reconhecida como filha de Charles, mas provavelmente era filha de John Churchill, mais tarde Duque de Marlborough.
  • Com Eleanor "Nell" Gwyn (1650-1687)
    • Charles Beauclerk (1670-1726), titulado Duque de St Albans.
    • James Beauclerk (1671-1681)
  • Com Louise Renée de Pennancoet de Keroualle (1648-1734), Duquesa de Portsmouth (1673)
    • Charles Lennox (1672-1723), titulado Duque de Richmond (1675) na Inglaterra e Duque de Lennox (1675) na Escócia. Ancestral de Diana, Princesa de Gales, de Camilla, Duquesa da Cornualha e de Sarah, Duquesa de York.
  • Com Mary 'Moll' Davis, cortesã e atriz
    • Mary Tudor (1673-1726), casou-se com Edward Radclyffe (1655-1705), o 2° Conde de Derwentwater (1687-1705). Com a morte de Edward, Mary casou-se com Henry Graham (filho e herdeiro do coronel James Graham). Viúva pela segunda vez, desposou James Rooke em 1707. Mary teve quatro filhos com Edward, que deram continuidade à Casa de Derwentwater.
  • Com amante desconhecida
    • Elizabeth Fitzcharles (1670-1731), desposou Sir Edward Morgan (1670-1734), o filho de Sir James Morgan, 4° Conde Baronet de Llantarnam, e de sua esposa Lady Ann Hopton. Ela teve dez filhos com Morgan. Algumas fontes mostram seu sobrenome como "Jarman".
  • Outras amantes
    • Cristabella Wyndham
    • Hortense Mancini, Duquesa de Mazarin
    • Winifred Wells, uma das damas de honra da rainha
    • Sra. Jane Roberts - filha de um clérigo
    • Mary Sackville (outrora Berkeley, nascida Bagot) - a viúva Condessa de Falmouth
    • Elizabeth Fitzgerald, Condessa de Kildare
    • Frances Stewart, Duquesa de Richmond e Lennox

                                                        Carlos II em roupa de Coroação.
Curiosidades
  • Lady Diana Spencer descendia de um dos filhos naturais de Carlos II.
  • Carlos II construiu a Royal Society (a Sociedade Real), um grupo de cientistas entre cujos primeiros membros se encontravam Isaac Newton, Robert Hooke e Robert Boyle.
  • Carlos II financiou a reconstrução de Londres apoiando os projetos do arquiteto Christopher Wren.
Governo
Reinado: 23 de maio de 1660 - 6 de fevereiro de 1685.
Coroação: 23 de abril de 1661.
Consorte: Catarina de Bragança.
Antecessor: Carlos I (de Jure), Oliver Cromwell (de fato).
Sucessor: Jaime II.
Dinastia: Stuart.
Títulos: Príncipe de Gales, Duque da Cornualha e Rothesay.
Vida
Nascimento: 29 de maio de 1630, Palácio de St. James, Londres.
Morte: 6 de fevereiro de 1685 (54 anos), Whitehall, Londres.
Sepultamento: Abadia de Westminster Londres.
Pai: Carlos I.
Mãe: Henrique Maria de França.
                                               Carlos II em retrato de Thomas Hawker, 1680.

Jaime II
Jaime II da Inglaterra (Londres, 14 de outubro 1633 — Saint-Germain-en-Laye, 16 de setembro 1701), também conhecido como James II, foi rei da Inglaterra e Escócia (na Escócia sob o título de Jaime VII) tendo sucedido a seu irmão, o Rei Carlos II.
Durante a Guerra Civil Inglesa, Jaime foi capturado em Oxford (1646), com apenas dez anos de idade, mas escapou para a Holanda e para a França (1648). Enquanto esteve em exílio, ele serviu nas armadas espanholas e francesas. Foi designado alto comandante da Inglaterra com a restauração de seu irmão Charles II ao trono em 1660. Contudo, sua conversão ao catolicismo (1668/69) provocou uma oposição dos protestantes contra ele, que (na falta de filhos legítimos de Carlos II) era herdeiro ao trono inglês. Em 1679, deflagra-se a crise da exclusão, movida pelos protestantes mais radicais, que desejam excluí-lo da linha sucessória. É nesse conflito que surgem os primeiros partidos ingleses, os whigs, que o querem excluir, e os tories, que querem ver respeitada a sucessão rigorosamente.
Em 1685, Jaime II sucedeu ao irmão. Embora bem aceito por um país que poucas décadas antes vivera uma guerra civil irritou enormemente os súditos com medidas, quase ilegais, de tolerância e encorajamento aos católicos. Acabou deposto com a Revolução Gloriosa, provocada pela crescente e forte oposição, e substituído por sua filha Protestante, Maria II, e pelo genro Guilherme de Orange, que governou de fato. Jaime foi até à Irlanda e tentou inutilmente recapturar o trono. Perante essa situação fugiu para França, onde lhe foi concededido um palácio, o Château de Saint-Germain-en-Laye, onde passou seus últimos anos de vida.
Índice
1 Infância e Juventude
2 Jaime durante o reinado de seu irmão
  2.1 Casamento de Jaime
  2.2 Lorde Almirante Jaime
  2.3 Conversão ao catolicismo
  2.4 Lei de Exclusão
3 Reinado de Jaime II
  3.1 Ascensão ao trono
  3.2 Rebelião Monmouth
  3.3 Absolutismo e liberdade religiosa
4 Revolução Gloriosa
5 Últimos anos
  5.1 Guerra na Irlanda
  5.2 Morte
6 Casamento e descendência
Infância e Juventude
Jaime nasceu no Palácio de St. James, Londres, em 14 de outubro de 1633, sendo o terceiro filho homem (mas segundo a chegar a vida adulta) do Rei Carlos I e de Henriqueta Maria.[1] James foi educado pelos tutores, junto com seu irmão Carlos (futuro rei Carlos II) e com os dois filhos de George Villiers (o Duque de Buckingham). Como segundo filho do soberano inglês, desde o momento de seu nascimento foi chamado de Duque de York, sendo nomeado formalmente em 1644.
Durante a Guerra Civil Inglesa, a qual seu pai enfrentou as forças do Parlamento, Jaime permaneceu na cidade de Oxford, local repleta de realistas.
Quando Oxford foi tomada em 1646, Jaime foi confinado no Palácio St. James sob vigilância parlamentar. Em 1648, Jaime conseguiu escapar do palácio e chegar a Haia disfaraçado. Quando Carlos I foi executado pelos rebeldes em 1649, os monarquistas proclamaram seu irmão mais velho como rei, com o nome de Carlos II. Em 1651, Carlos foi coroado en Scone (Escócia) como Rei da Escócia e Irlanda. Embora reconhecido como rei pelos parlamentos da Escócia e Irlanda, não pode ascender ao trono da Inglaterra, por isso teve que fugir para a França, onde encontrou refúgio. Jaime também buscou refúgio na França, servindo no exército francês sob o comando de Henrique de La Tour d’Auvergne, Visconde de Turenne. Ao lado de Turenne, Jaime lutou na fronda. Em 1656, quando Carlos II fez aliança com a Espanha (uma inimiga da França), Jaime foi expulso da França. Logo depois uniu-se ao exército espanhol sob o comando de Luís II, príncipe de Condé e lutou contra a França. Durante seus serviços na exército espanhol Jaime tornou-se amigo dos dois irmão católicos irlandeses, Peter e Richard Talbot.
Jaime durante o reinado de seu irmão
Casamento de Jaime
Depois da morte de Oliver Cromwell em 1658 e o subsequente colapso da Commonwealth em 1660, Carlos II foi coroado como Rei da Inglaterra em 29 de maio de 1660. Depois da coroação do irmão, Jaime foi nomeado Duque de Albany na Escócia. Ao retornar a Inglaterra, Jaime provocou controvérsia ao anunciar seu casamento com Anne Hyde, filha do ministro chefe de Carlos II, Edward Hynne. Ninguem espera que um príncipe fosse se casar com uma plebéia. Anne engravidou de Jaime e ele lhe prometeu casamento. No dia 3 de setembro de 1660, Jaime casou-se oficialmente com Anne Hyde em Londres. O primeiro filho de Jaime nasceu em menos de dois meses após o casamento, mas morreu na infância. Ao todo, eles tiveram oito filhos, sendo que só duas sobrevieram: Maria e Ana e ambas se tornaram rainhas da Inglaterra posteriormente. Em 1671, Anne morreu provavelmente de câncer no seio.
Lorde Almirante Jaime
Jaime foi designado Grande Lorde Almirante e como tal comandou a Marinha Real durante a Segunda (1665-1667) e Terceira Guerra Anglo-Holandesa (1672-1674). Depois de sua captura pelos ingleses em 1664, o território holandês de Nova Holanda foi rebatizada em homenagem a Jaine como Nova York, afinal Jaime era o Duque de York. Fort Orange foi chamada de Albany em sua homenagem, por ele ser também o Duque de Alabny. Jaime York também dirigiu a Real Campanhia Africana, que participou no comércio de escravos.
Conversão ao catolicismo

Jaime e sua mulher Anne Hyde converteram-se ao catolicismo em 1668 ou 1669 embora tenham mantido isso em segredo por algum tempo. Em 1673, com medo da crescente influência católica na corte, o Parlamento introduzem o novo Ato de Prova , meio pelo qual se obligava a todos os funcionários civis e militares a tomar um juramento no qual foram requeridas rechaçar não somente a doutrina de Transubstanciação senão também denunciar certas práticas da Igreja Católica como "superstições e idolatrias", além de recebir a comunhão da Igreja da Inglaterra.
Jaime recusou-se a realizar tais ações e renunciou a seu cargo de Grande Lorde Almirante e com isso sua conversão ao catolicismo ficou evidente. O Rei Carlos II opôs-se a conversão de Jaime e exigiu que suas duas filhas (Maria e Ana) crescessem sob influência protestante. Mas Carlos II permitiu que Jaime se casasse com uma católica. Viúvo desde 1671 casou-se novamente agora com a princesa católica Maria de Módena ainda em 1673. Muitos ingleses, descrentes do Catolicismo, olhavam para Maria com desconfiança, acusando-a de ser uma agente do Papa.
Lei de Exclusão
Em 1677, Jaime relutante permitiu que sua filha Maria se casasse com o príncipe protestante, Guillerme III de Orange (que era também seu sobrinho). Apesar da concessão, os medos de un monarca católico persistiram, intensificando-se pelos problemas de gravizez da esposa de Carlos II, Catarina de Portugal que não lhe produzia herdeiros.
Um fanático clérico anglicano, Titus Oates, acusou falsamente Jaime e outros nobres de um "Complô Papista", no qual teria como objetivo assassinar ao rei Carlos II e colocar Jaime no trono. O complô criou uma histérica reação anticatólica em todo o reino. Jaime decidiu prudentemente sair da Inglaterra rumo a Bruxelas. Em 1680 foi designado como Alto Lorde Comissionado da Escócia e tomou como residência o palácio de Holyrood em Edimburgo.
Na Inglaterra, algumas tentativas por parte de Lord Shaftesbury e outros para excluir a Jaime da linha de sucessão. Alguns inclusive propuseram que a corona passasse ao filho ilegítimo de Carlos II, James Scott, Duque de Monmouth. Quando em 1679, a Lei de Exclusão estava para ser sancionada, Carlos II decidiu dissolver o Parlamento. A crise da Lei de Exclusão contribuiu para o desenvolvimento do sistema político bipartidário inglês; os Whigs eram favoráveis a lei, enquanto oos Tories eram seus opositores. Dois novos Parlamentos foram abertos em 1680 e 1681, mas foram dissolvidos pela mesma razão.
Depois da dissolução do Parlamento de 1681, não foi chamado outro. Carlos, cuja popularidade era muito alta nesse momento, permitiu que Jaime voltasse a Inglaterra em 1682. O Complô de Rye House de 1683, uma conspiração protestante que tinha como consigna assassinar Carlos e a Jaime, fracassou completamente, mas serviu para aumentar a simpatia popular do rei e seu irmão. Jaime voltou com influência no governo, convertendo-se no líder do partido Tory. Seu irmão o recolocou no posto de Grande Lorde Almirante em 1684.
Reinado de Jaime II
Ascensão ao trono
Carlos II morreu sem descendentes legítimos, em 6 de fevereiro de 1685, e converteu-se ao catolicismo em seu leito de morte; foi sucedido por seu irmão, que reinou a Inglaterra e Irlanda como Jaime II e a Escócia como Jaime VII. Ele foi coroado na Abadia de Westminster em 23 de abril de 1685 sem sua esposa a qual não pode assistir à ceremônia "oficial" por sua religião. Mas um dia antes, em 22 de abril, foi coroado junto a sua esposa segundo os rituais católicos no Palácio de Whitehall.

Em um começo não houve muita oposição aberta ao novo soberano e muitos conservadores anglicanos inclusive o apoiaram. O novo Parlamento que abriu em maio de 1685 parecia favorável a Jaime II, concedendo-lhe uma generosa renda.

Rebelião Monmouth

Jaime teve que combater a Rebelião Monmouth conduzida pelo filho ilegítimo de Carlos II, James Scott, Duque de Monmouth. James Scott se auto-proclamou rei em 20 de junho de 1685, mas foi derrotado logo na Batalha de Sedgemoor. Monmouth foi executado na Torre de Londres pouco depois (15 julho). Apesar da falta de ajuda popular a Monmouth, Jaime começou a desconfiar de seus súbditos.
Seus juízes (o mais notável dos quais foi Jorge Jeffreys) castigaram aos rebeldes de manera brutal. Os chamados "Juízes Sangrentos" de Jeffreys fizeram que o público visee o rei como um governante cruel e bárbaro. Para proteger-se contra outras rebeliões, Jaime II tentou estabelecer um poderoso exército. Ao colocar católicos romanos em altos cargo de vários regimentos entrou em conflito com o parlamento. O Parlamento entrava em recesso em novembro de 1685, não voltando a reunir-se outra vez durante o reinado de Jaime II.
                                                                            Jaime II.
Absolutismo e liberdade religiosa
A tensão religiosa se intensificou em 1686. No caso Godden vs. Hales, uns juízes da Corte da Câmara do Rei foi forçada por Jaime II a declarar que este poderia ser dispensado das restrições religiosas impostas pelo Ato de Prova. Aproveitando a dispensa otorgada, Jaime II permitiu que algunos católicos romanos ocupassem os cargos mais altos do reino. Ele recebeu em sua corte o Núncio Papal Ferdinando d'Adda, o primeiro representante de Roma em Londres desde o reinado de Maria I. O confessor jesuíta do rei, Eduardo Petre, era um objeto especial da ira dos protestantes. Estas políticas fizeram o rei perder ajuda de seus antigos aliados, os Tories.
Jaime pediu a suspensão de Henrique Compton, o anticatólico bispo de Londres, enquanto que outros anglicanos em cargos políticos foram despedidos. Na Declaração de Indulgência de 1687, Jaime II suspendeu as leis que castigavam os católicos romanos e outros dissidentes religiosos. Não está claro se Jaime publicou a Declaração para ganhar a ajuda política dos dissidentes ou se ele estava de fato defendendo a liberdade de religião. Jaime II também dissolveu definitivamente o Parlamento em 1687, para reduzir o poder da nobreza.
O rei também provocou a oposição por suas políticas em referência a Universidade de Oxford. Ele ofendeu os anglicanos permitindo que os católicos obtivessem posições importantes na Christ Church e na University College, dois dos maiores colégios de Oxford. Despediu os protestantes do Magdalen College, colocando católicos em seus lugares. Jaime acreditou no Núncio Papal e lhe concedeu cargos governamentais a quatro bispos católicos.
Revolução Gloriosa
Em abril de 1688, Jaime II re-editou a Declaração de Indulgência, subsequentemente ordenando aos cléricos anglicanos lê-la em suas igrejas. Quando o Arcebispo de Canterbury, William Sancroft, e seis outros bispos (conhecidos como "Os sete bispos") fizeram uma petição pedindo a reconsideração da política religiosa do rei, eles foram presos. O medo público aumentou quando a rainha Maria deu à luz um herdeiro católico, James Francis Edward em 10 de junho do mesmo ano. Enquanto a única possibilidade de sucessão de Jaime era suas duas filhas protestantes, anglicanos moderados viam a política pró-Católica como uma temporária aberração; o nascimento do príncipe abria a possibilidade de uma dinastia católica permanente. Ameaçados pela dinastia católica, muitos protestantes influentes entraram em negociação com Guilherme, o Príncipe de Orange, desde quando souberam da gravidez da rainha e com o nascimento do príncipe suas convicções foram reforçadas.
Em 30 de junho de 1688, um grupo de nobres protestantes, mais tarde conhecido como "Os Sete Imortais", convidaram o príncipe de Orange para vir à Inglaterra com um exército. Em setembro, ficou claro que Guilherme iria invadir a Inglaterra. Acreditando que seu exército era adequado, Jaime II recusou a ajuda de Luís XIV de França. Quando Guilherme chegou em 5 de novembro de 1688, muitos políticos protestantes, juntaram-se a ele, assim como a filha de Jaime II, princesa Ana. Jaime ficou furioso e desisitiu de atacar o exército invasor, apesar de o seu ter superioridade numérica. Em 11 de dezembro, Jaime tentou fugir para a França, mas foi capturado em Kent. Com o desejo de fazer de Jaime um mártir, Guilherme deixou-o fugir em 23 de dezembro. Jaime foi recebido pelo seu primo e aliado, Luís XIV, com um palácio e pensão.
O Parlamento declarou que como Jaime tinha fugido, ele tinha efetivamente abidicado do trono, e assim o trono estava vazio. Para preencher sua vaga, a filha de Jaime, Maria foi declarada Rainha e esta deveria governar juntamente com seu marido, Guilherme, que se tornaria rei. O parlamento inglês foi seguido pelo escocês em 11 de abril de 1689. O parlamento aprovou a Lei de Direito e acusou Jaime II de abuso de poder por entre outras coisas, ter suspendido o Acto de Prova, prender os Sete Bispos por somente fazer uma petição, e a imposição de punições cruéis. A Lei também exlcuía a ascensão católica ao trono inglês.
               Guilherme de Orange, genro de Jaime II, foi convidado a "salvar a religião protestante".
Últimos anos
Guerra na Irlanda
om a ajuda das tropas francesas, Jaime chegou à Irlanda em março 1689. O Parlamento Irlandês não seguiu o exemplo inglês, pelo contrário, declarou que Jaime ainda permanecia como Rei. O Parlamento Irlandês aprovou um Ato que dava liberdade religiosa a todos católicos e protestantes na Irlanda. Jaime trabalhou para erguer um exército na Irlanda, mas foi derrotado na Batalha de Boyne em 1 de julho de 1690. Jaime novamente fugiu para a França e jamais retornou a Inglaterra, Escócia ou Irlanda.
Morte
Na França, Jaime viveu no Castelo de Saint-Germain-en-Laye. A rainha e alguns aliados fugiram junto com Jaime. Alguns tentaram restaurar Jaime no trono assassinando Guilherme III em 1696, mas a trama falhou e fez Jaime se tornar menos popular. Luís XIV ofereceu a Jaime o Reino da Polônia o que ele rejeitou, pois ainda tinha esperanças de voltar ao trono inglês.
Jaime II morreu de hemorragia cerebral em 16 de setembro de 1701 no Castelo Saint-Germain-en-Laye. Seu corpo foi enterrado na Capela de Santo Edmundo na Igreja de Ingleses Beneditinos na Rua St. Jacques, Paris.
Casamentos e descendentes
  • De Anne Hyde (1637-1671), filha de Edward Hyde, conde de Clarendon
    • Carlos (1660-1661)
    • Maria II (1662-1694), Rainha da Inglaterra com o marido Guilherme de Orange
    • Jaime, Duque de Cambridge e Kendal (1663-1667)
    • Ana I (1665-1714), Rainha de Inglaterra e da Grã-Bretanha.
    • Carlos, Duque de Kendal (1666-1667)
    • Edgar, Duque de Cambridge (1667-1671)
    • Henriqueta (1669)
    • Catarina (1671)
  • De Maria de Módena (1658-1718)
    • Catarina Laura (1675)
    • Isabel (1676-1681)
    • Carlos, Duque de Cambridge (1677)
    • Isabel (1678)
    • Carlota Maria (1682)
    • Jaime Francisco Eduardo Stuart (1688-1766), The Old Pretender
    • Luísa Maria Teresa (1692-1712)
  • Ilegítimos
    • De Lady Arabella Churchill (1648-1730)
      • Henriqueta Fitzjames (1667-1730), casada com Sir Henry Waldegrave, depois Barão Waldegrave e por segunda vez com Piers Butler.
      • Henrique Fitzjames, Duque de Albemarle em França (1673-1702)
      • Arabella Fitzjames (1674-1704) Freira em Pontoise.
      • James Fitzjames, Duque de Berwick (1670-1734). Marechal de França em 1687, Duque de Berwick, Duque de Liria y Xérica, Grande de Espanha.
    • De Catarina Sedley (1657-1717) condessa de Dorchester,
      • Catarina Darnley (1680-1743), casada com James Annesley, 5º conde ou earl of Annesley; casou depois com João Sheffield, Duque de Buckingham
      • James Darnley (1684-1685).
      • Carlos Darnley (cedo morto)
Governo
Reinado: 6 de fevereiro de 1685 - 11 de dezembro de 1688.
Coroação: 23 de abril de 1685.
Consorte(s): Anne Hyde, Maria de Módena.
Antecessor: Carlos II.
Sucessor: Maria II e Guilherme III.
Dinastia: Stuart.
Vida
Nascimento: 14 de outubro de 1633, Palácio de St. James, Londres.
Morte: 16 de setembro de 1701 (67 anos), Saint-Germain-en-Laye, França
Pai: Carlos I.
Mãe: Henrique Maria de França.
Assinatura:
                                                                            Jaime II.

Maria II
Maria II de Inglaterra nasceu no Palácio de St. James, em Londres, no dia 30 de Abril de 1662 e morreu no Palácio de Kensington, na mesma cidade, em 28 de Dezembro de 1694, de varíola, aos 32 anos apenas. Está sepultada na abadia de Westminster. Membro da casa de Stuart foi Rainha de Inglaterra e Rainha da Escócia de 1689 até à sua morte.
Educada como protestante, Maria sucedeu ao pai, o rei católico Jaime II Stuart deposto durante a Revolução Gloriosa. Governou em conjunto com o marido Guilherme de Orange e ao morrer o marido ficou sendo rei sozinho, passando depois o trono à irmã de Maria II, Ana I.
Índice
1 Primeiros anos
2 A Revolução Gloriosa
3 Reinado
4 Morte
Primeiros anos
Maria, nascida no Palácio St. James em Londres em 30 de abril de 1662, era a filha mais velha de Jaime, na época Duque de York (e mais tarde rei Jaime II da Inglaterra) e sua primeira mulher, Anne Hyde. O tio de Maria foi também rei da Inglaterra, Carlos II; seu avô paterno, Edward Hyde, serviu por um longo período como conselheiro chefe de Carlos II. Embora sua mãe tenha tido oito filhos, somente Maira e sua irmã Ana sobrevieram até a idade adulta.
O Duque de York converteu-se ao Catolicismo em 1668 ou 1669, mas tanto Maria e Ana permaneceram protestantes por exigência do na época rei da Ingalerra, Carlos II. A mãe de Maria morreu em 1671; seu pai casou-se novamente em 1673 com a católica Maria de Módena, também conhecida como Mary Beatrice d'Este.
Aos 15 anos, Princesa Maria tornou-se noiva do protestante, Guilherme, o príncipe de Orange. Guilherme era filho de sua tia, Maria Henriqueta Stuart (uma das filhas de Carlos I), e Príncipe Guilerme II de Nassau. A princípio, Carlos II opôs-se a aliança com a Holanda; ele preferia que Maria se casasse com o herdeiro do trono francês, o delfim Luís; mas sob pressão do parlamento inglês e como uma aliança com a França católica não era politicamente favorável, ele aprovou a união. Pressionado pelo parlamento, o Duque de York concordou com o casamento. Os primos, Maria e Guilherme, casaram-se em Londres em 4 de novembro de 1677.
Maria foi à Holanda, onde ela morou com Guilherme. Embora ela fosse devotada ao marido, o casamento foi infeliz; engravidou três vezes mas terminando em aborto em natimorto, a falta de um filho foi uma das maiores infelicidades da vida de Maria. Devido a sua personalidade, Maria era muito popular entre os holandeses, mas seu marido era frio e mantinha um caso com Elizabeth Villiers, uma das damas de companhia de Maria.
A Revolução Gloriosa
Após a morte de Carlos II sem deixar herdeiros legítimos em 1685 o Duque de York torna-se rei sendo coroado com Jaime II de Inglaterra e Irlanda, e como James VII na Escócia. Jaime II, o pai de Maria, tinha uma polêmica política religiosa; suas tentativas de garantir a liberdade religiosa aos não anglicanos não foi bem recebida por muitos.
Mutios políticos e nobres protestantes entraram em negociações com o marido de Maria em 1687. Quando Jaime fez a Declaração de Indulgência sua popularidade caiu mais ainda. O medo entre os protestantes aumentou mais ainda quando a mulher de Jaime II, deu à luz um menino, James Francis Edward em junho de 1688. Para os protestantes, diferentemente de Maria e Ana, o menino poderia crescer sob influência católica.
Em 30 de junho, os Sete Imortais secretamente pediram que Guilherme viesse a Inglaterra com um exército. A princípio, Guilherme ficou relutante; ele tinha ciúmes da posição de Maria como herdeira ao trono inglês e temia que ela ficasse mais poderosa que ele. Maria, entretanto, convenceu seu marido dizendo não se importar muito com o poder político. Guilherme concordou em invadir a Inglaterra alegando que o faria por um parlamento livre. Ele chegou à Inglaterra em 5 de novembro. Sem apoio, Jaime II não foi capaz de salvar seu trono. Em 11 de dezembro, o rei derrotado fogiu mas foi capturado. Na sua segunda tentativa de fuga em 23 de dezembro, Jaime escapou para a França.
Em 1689, uma Convenção Parlamentar foi feita para determinar um apropriado curso da ação. Guilherme de Orange sentia-se inseguro; ele desejava reinar como Rei, ao invés de uma função de mero consorte da rainha. O único precedente de uma monarquia conjunta aconteceu no século XVI: quando a rainha Maria I casou-se com o príncipe espanhol Filipe, porém ele só permaneceu como rei durante a vida de Maria I. Guilherme, entretanto, queria permanecer como rei mesmo depois da morte de sua mulher. Embora uma declaração desse somente a ela o poder, Maria permaneceu leal ao marido recusando tal declaração.
Em 13 de fevereiro de 1689, o Parlamento aprovou a Declaração de Direito, na qual julgou que Jaime, por ter fugido em 11 de dezembro de 1688, tinha abidicado do trono, chegando a conclusão que o trono tinha se tornado vazio. O parlamento então ofereceu a coroa a Guilherme e Maria como monarcas conjuntos. A declaração não só excluia James Francis mas também como a todos seus descendentes e a todos católicos.
O Bispo de Londres, Henry Compton, coroou Guilherme e Maria na Abadia de Westminster em 11 de abril de 1689. Normalmente, a cerimônia de coroação era feita pelo Arcebispo da Cantuária (também conhecido como Arcebispo de Canterbury) mas o Arcebispo da época, William Sancroft, embora anglicano, recusou-se a reconhecer a validade da destronação de Jaime II. No mesmo dia da coroação, o Parlamento da Escócia declarou que Jaime não era mais seu rei. A coroa escocesa foi oferecida a Gulherme e Maria e em 11 de maio, eles a aceitaram.
Mesmo depois desta declaração escocesa houve um certo apoio a Jaime II na Escócia. John Graham, Visconde de Dundee, juntou um exército e venceu a Batalha de Killiecrankie em 27 de julho de 1689, porém perdeu a decisiva Batalha de Dunkeld.
                                               Maria II, Rainha da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia.
Reinado
Em dezembro de 1689, o Parlamento aprova o mais importante documento constitucional na história da Inglaterra, a Bill of Rights. Esta medida confirma muitas das já feitas na Declaração de Direito anteriormente; estabelece restrições na prerrogativa real; declara entre outras coisas que o Soberano não pode suspender leis aprovadas pelo Parlamento, elevar taxas sem o consentimento parlamentar, interferir nas eleições parlamentares.
O Bill of Rights também estabeleceu que o próximo na linha de sucessão ao trono inglês. Primeiro seria qualquer filho de Guilherme III e Maria I e caso eles não tivessem filhos seria Ana, irmã de Maria I, ou qualquer filho desta. E por último qualquer filho de Guilherme III com um casamento após a morte da rainha.
Inicialmente, Guilherme III permaneceu ausente da Inglaterra, primeiro brigando contra os Jacobitas na Irlanda. Enquanto Guilherme estava ausente, Maria II governou o reino. Sua primeira ação foi mandar prender seu próprio tio, Henry Hyde, por tramar a restauração de Jaime II. Em 1692, ela demitiu e prendeu o influente John Churchill, 1.° Duque de Marlborough pelas mesma acusações do seu tio; a demissão de um modo diminuiu a popularidade de Maria II e arranhou o relacionamento com sua irmã, Ana que era bem próxima da mullher de Churchill.
Embora Guilherme tivesse vencido os irlandeses jacobitas em 1692, ele continuou em campanhas, no geral, ficando fora entre a primavera e o outono de cada ano. Enquanto o marido estava fora, Maria II agia sob os conselhos dele e enquanto ele estava na Inglaterra, ela não interferia em questões políticas deixando tudo na mão do marido.
                              Brasão de Armas da Rainha Maria II da Inglaterra, Irlanda e Escócia.
Morte
Maria II morreu de varíola no Palácio de Kensington em 28 de dezembro de 1694 e foi enterrada na Abadia de Westminster. Até a sua morte, o compositor Henry Purcell foi contratado para escrever uma música para seu funeral, intitulada Music for the Funeral of Queen Mary.
Governo
Reinado: 13 de fevereiro de 1689 - 28 de dezembro de 1694.
Coroação: 11 de abril de 1689.
Consorte: Guilherme III.
Antecessor: Jaime II.
Sucessor: Guilherme III.
Dinastia: Stuart.
Vida
Nascimento: 30 de abril de 1662, Palácio de St. James, Londres.
Morte: 28 de dezembro de 1694 (32 anos), Palácio de Kensington, Londres.
Sepultamento, Abadia de Westminster, Londres, Inglaterra.
Pai: Jaime II.
Mãe: Anne Hyde.
                                                                            Maria II.
Guilherme III de InglaterraII da Escócia (Haia, 14 de Novembro de 1650 — Hampton Court, 8 de Março de 1702) foi rei de Inglaterra e rei da Escócia entre 1689 e a sua morte. Guilherme foi também Príncipe de Orange e estatuder dos Países Baixos.
Educado como protestante, foi rei de Inglaterra e Irlanda a partir de 13 de Fevereiro de 1689, e rei da Escócia a partir de 11 de Abril de 1689, em conjunto com a mulher Maria II de Inglaterra. Ele recebeu a coroa de Inglaterra, Escócia e Irlanda no seguimento da Revolução Gloriosa, durante a qual o seu tio e sogro Jaime II de Inglaterra, foi deposto.
Índice
1 Primeiros anos
2 Início da vida política
3 Ascensão ao trono da Inglaterra
Primeiros anos
Guilherme de Orange, único filho de Guilherme II e Mary Henrietta Stuart (a princesa Mary de Orange, filha do rei Carlos II da Inglaterra), nasceu em Haia, Holanda. Oito dias antes de nascer, seu pai morreu de varíola sendo assim Guilherme tornou-se príncipe soberano de Orange, França no momento de seu nascimento.
No dia 13 de agosto de 1651, o hoge raad (ou conselho supremo) estabeleceu a guarda compartilhada de Guilherme entre Mary (sua mãe), Amélia von Solms-Braunfels (sua avó paterna) e Frederico Guilherme I de Brandemburgo. Frederico foi escolhido como um ponto neutro entre as duas mulheres. Mary, a mãe de Guilherme, mostrou pouco interesse em seu filho, às vezes sendo ausente por anos e gastando a maior parte de seu tempo desfrutando o luxo da corte francesa; ela ficava alheia à sociedade holandesa, o que afetou até sua compreensão em relação à língua holandesa.
A educação de Guilherme ficou por conta de vários holandeses e alguns descendentes ingleses. Em abril de 1656 um pregador calvinista, Cornelis Trigland, foi escolhido para instruir o príncipe na religião do estado, o Calvinismo. Em 1659, Guilherme foi mandado por sete anos para a Universidade de Leiden sob a tutoria do professor de ética Hendrik Bornius embora oficialmente nunca tenha sido considerado como estudante desta universidade. Guilherme também aprendeu a língua francesa e mostrou uma pequena inclinação pela leitura de grandes filósofos, literatura clássica e artes e, principalmente, pela pintura, arquitetura e jardinagem.
Em 1660, a república das sete províncias unidas dos países baixos, sob a orientação de Johan de Witt e Cornelis de Graeff, resolveu cuidar da educação de Guilherme com a finalidade de assegurar habilidades necessárias a serem usadas em uma futura função governamental. Em 23 de dezembro de 1660, a mãe de Guilherme morreu de varíola em Londres e em seu testamento designou que o rei Carlos II da Inglaterra passasse a ser o guardião legal de Guilherme. Carlos delegou que a responsabilidade por Guilherme passasse à avó paterna dele, Amélia, mas abriu espaço para que pudesse dar conselhos políticos a Guilherme sempre que achasse necessário.
Início da vida política
Em 1666, quando Guilherme completou 16 anos, o Estado Geral das Províncias Unidas lhe deu oficialmente uma sala no governo, ou como Guilherme mesmo chamou, ele foi feito um Menino do Estado. Isto supostamente foi feito para preparar Guilherme para o governo da nação, ainda que este papel não tenha sido especificado. Três anos mais tarde quando seu tempo na sala do governo terminou, Guilherme voltou à vida privada.
Guilherme obteve o cargo de estatúder da Holanda, Zelândia, Utrecht, Gueldres e Overijssel. As cinco províncias, entretanto, suspenderam o cargo de estatúder depois da morte de Guilherme II. Durante a "Primeira Era de estatúderes", o poder de fato esteve nas mãos de Johan de Witt. Em 1667, quando Guilherme III chegou à idade de 18 anos, o partido pró-Orange tratou de restaurar o príncipe no poder assegurando a ele os cargos de estatúder e de capitão geral. Para prevenir a restauração da influência da Casa de Orange, De Witt, Andries de Graeff e Gaspar Fagel procurou a emissão do Decreto Eterno (ou Decreto Perpétuo), que declarou que o Capitão-Geral ou Almirante General dos Países Baixos não podería servir como estatúder em nenhuma província. Além disto, a província da Holanda suprimiu o cargo de estatúder (outras províncias seguiram seu exemplo).
O ano de 1672 provou ser calamitoso para os Países Baixos, chegando a ser conhecido como o "ano do desastre". Os Países Baixos foram invadidos pela França, por ordem de seu rei Luís XIV, que tinha a ajuda da Inglaterra (Terceira guerra Anglo-Holandesa), Münster, e Colônia. O exército francês tomou rapidamente a maioria dos Países Baixos. Witt falhou ao não poder assegurar paz com a França, e foi derrocado. Logo, ele e seu irmão, Cornelis de Witt, foram assassinados brutalmente por uma multitão enojada em Haia. Hoje, a maioria dos historiadores assumem que Guilherme esteve implicado no assassinato. A vitória para o partido de Orange era completa; o Decreto Eterno era declarado nulo, e Guilherme foi eleito estatúder da Holanda, Zelândia e Utrecht. Também o designaram Capitão-General e Almirante General dos Países Baixos. Gueldres e Overijssel, que tinham um parente de Guilherme como estatúder, não elegeram Guilherme para este cargo até 1675.
Guilherme III continuou lutando contra os invasores da Inglaterra e França, aliando-se com a Espanha. Depois que o almirante Michiel de Ruyter derrotou a Marinha de Guerra Real Inglesa, Guilherme assinou a paz com a nação que mais tarde governaria, a Inglaterra, em 1674. Para consolidar sua posição, ele se comprometeu com sua prima Maria, a filha de Jaime, duque de York (futuro Jaime II). O matrimônio foi celebrado no palácio de St. James, em Londres, em 4 de novembro de 1677; a união foi infeliz e infrutuosa, pois a princesa perdeu 3 crianças que teve. Chegando`a conclusão que uma guerra com a Inglaterra e os Países Baixos seria desvantajosa, o rei Luís XIV da França assinou a paz em 1678. Luís, entretanto, continuou sua agressão, fazendo com que Guilherme III se unisse à Liga de Augsburgo (uma coligação Anti-Francesa que também incluiu o Sacro Império Romano Germânico, Suécia, Espanha e vários estados alemães) em 1686.
Em 1685, o sogro de Guilherme subiu ao trono inglês como Jaime II, um católico que era impopular nos seus reinos protestantes. Guilherme procurou conciliar com Jaime, que ele esperava que se unisse a Liga de Augsburgo, enquanto ao mesmo tempo tentava não ofender o partido protestante da Inglaterra. Mas antes de 1687, chegou a estar claro que Jaime II não se uniria à Liga. Para ganhar o favor dos protestantes ingleses, Guilherme expressou sua desaprovação às políticas religiosas de Jaime II. Vendo Guilherme como amigo, muitos políticos ingleses começaram a negociar com ele uma invasão armada a Inglaterra.
Ascensão ao trono da Inglaterra
Guilherme a princípio foi contrário ao projeto da invasão à Inglaterra. Enquanto isso, na Inglaterra, a segunda esposa de Jaime II, a rainha Maria de Módena, deu à luz um filho, James Francis Edward Stuart, que logo foi colocado como o primeiro na linha de sucessão ao invés da esposa de Guilherme. A cólera pública também aumentou devido ao juizo de sete bispos que opuseram em público às políticas religiosas de Jaime II e solicitaram que elas fossem reformadas.
Guilherme ainda estava relutante em invadir, crendo que os ingleses não reagiriam bem a um invasor estrangeiro. Em 30 de junho de 1688, os bispos foram absolvidos e um grupo formado por figuras políticas conhecidas como os "Sete Imortais" fazem uma petição, enviando a Guilherme um convite formal à invasão. Guilherme começou a fazer os preparativos para a invasão; suas intenções eram de conhecimento público para setembro de 1688. Com um exército holandês, Guilherme chegou em Brixham, no sudoeste da Inglaterra, a 5 de novembro de 1688. Ele chega a terra no navio "Brill" conduzida por um pescador local, Peter Varwell, para proclamar "as liberdades da Inglaterra e da religião protestante que mantería". Guilherme levou consigo 15.500 soldados e 4.000 cavalos. Os oficiais protestantes desertaram do exército inglês (o mais notável deles foi John Churchill, 1.° Duque de Marlborough, o comandante mais eficaz de Jaime II), e os nobres influentes do país declararam sua ajuda para o invasor. Ainda que a invasão e a derrocada subsequente de Jaime II se conheça comummente como a Revolução Gloriosa, foi na realidade um golpe de estado.
Jaime II, a princípio, tentou resistir a Guilherme, mas viu que os seus esforços eram em vão. Ele enviou representantes para negociar com Guilherme, mas fugiu secretamente em 11 de dezembro. Um grupo de pescadores o capturou; trazido de novo a Londres, conseguiu com êxito escapar na segunda tentativa, em 23 de dezembro. Na realidade, Guilherme permitiu que Jaime II fugisse do país, porque ele não desejava que Jaime II fosse feito mártir para a causa católica.
                                       Brasão de Armas do Rei Guilherme III e da Rainha Maria II.
Governo
Reinado: 13 de fevereiro de 1689 - 8 de março de 1702.
Coroação: 11 de abril de 1689.
Consorte: Maria II.
Antecessor: Jaime II.
Sucessor: Ana I.
Dinastia: Orange-Nassau.
Vida
Nascimento: 14 de novembro de 1650, Haia, Países Baixos.
Morte: 8 de março de 1702 (51 anos), Palácio de Kensington, Londres.
Sepultamento: Abadia de Westminster, Londres, Inglaterra.
Pai: Guilherme II.
Mãe: Maria Stuart, (filha de Carlos I).
                                                                        Guilherme III.

Ana I
Ana da Grã-Bretanha (6 de fevereiro de 1665 — 1 de agosto de 1714) foi rainha da recém-formada Grã-Bretanha e Irlanda entre 1702 e 1714. Sucedeu a sua irmã Maria II e seu cunhado Guilherme III e ao seu pai Jaime II; deposto pela Revolução Gloriosa.
A Grã-Bretanha surgiu da união da Inglaterra e da Escócia em um único reino, em Maio de 1707. Ana era a segunda filha do rei Jaime II de Inglaterra, deposto em 1689 pela Revolução Gloriosa. Sucedeu ao cunhado, o príncipe Guilherme de Orange, viúvo da sua irmã mais velha Maria II, sendo a última monarca da Casa de Stuart. Foi sucedida por um primo distante, o futuro Jorge I, da Casa de Hanôver.
Índice
1 Infância
2 Guerra de Sucessão Espanhola
3 Reinado
4 Homenagens
5 Morte
Infância
Ana nasceu no Palácio de St. James em Londres, foi a segunda filha de Jaime II e Anne Hyde. Por conta de uma infecção ocular, a princesa foi para a França, onde viveu com sua avó até 1670. Com a conversão de seu pai ao catolicismo, Maria e Ana foram forçadas a tornarem-se anglicanas.
Guerra de Sucessão Espanhola
Próxima de se tornar rainha, Ana se deparou com a Guerra de Sucessão Espanhola, a guerra que movimentava todos os Estados da Europa. A Inglaterra entrara na guerra a fim de estabilizar o poder francês na Europa, visto que se o candidato francês se tornasse rei da Espanha e França, a França se tornaria a maior nação do continente. Como uma de suas primeiras ações, Ana organizou as frotas e o ataque. Seu marido foi apontado por ela como chefe das frotas.
Homenagens
O pirata Barba Negra deu o nome a seu navio de Queen Anne's Revenge (Vingança da Rainha Ana), homenageando a rainha.
Morte
Ana morreu devido à gota. Embora já tivesse sofrido da doença anteriormente, fora medicada com remédios turcos que a curaram na época. Infelizmente, a doença retornou e acabou tirando-lhe a vida. Ela está enterrada na Abadia de Westminster.
Governo
Reinado: 8 de março de 1702 - 1 de agosto de 1714.
Coroação: 23 de abril de 1702.
Consorte: Príncipe Jorge da Dinamarca.
Antecessor: Guilherme III.
Herdeiro: Jorge I.
Sucessor: Jorge I.
Dinastia: Stuart.
Vida
Nascimento: 6 de fevereiro de 1665, Palácio de St. James, Londres, Reino Unido.
Morte: 1° de outubro de 1714 (49 anos), Palácio de Kensington, Londres, Reino Unido.
Sepultamento: Abadia de Westminster, Londres, Reino Unido.
Pai: Jaime II de Inglaterra.
Mãe: Anne Hyde.
Assinatura:
                                                                          Ana I.

Fonte: Wikipédia












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